Em breve:
Uma história climática da Terra - Parte 5 - Cenozoico

31 de maio de 2022

Notícias em 31/05/2022

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A Corte dos Patriarcas
A Court of the Patriarchs se destaca no Birch Creek Canyon, no Parque Nacional de Zion, em Utah, EUA. Em 1916, o ministro metodista Frederick V. Fischer deu este nome a estas rochas, referindo-se aos Patriarcas de Sião correspondentes a três gerações de israelitas. As três principais rochas da "corte" receberam os nomes de Abraão, Isaac e Jacó. Geologicamente, esta formação rochosa representa quase uma camada completa do Arenito Navajo, depositado entre 190 milhões e 180 milhões de anos atrás. É uma das unidades estratigráficas de Zion, que inclui, das mais antigas para as mais jovens, as formações Moenave e Kayente, o Arenito Navajo e as formações Temple Cap e Carmel. Os sedimentos do Arenito Navajo foram depositados no Jurássico, quando a região era um vasto fundo de mar rodeado de grande deserto. Há cerca de 13 milhões de anos, toda a área foi soerguida mais de 3.900 metros, sendo posteriormente trabalhada pela erosão. O Parque Nacional de Zion fica na interseção de três grandes províncias geográficas: o Planalto do Colorado, o Deserto de Mojave e a Grande Bacia. Elas se encontram em uma faixa de altitude entre 1.100 e 2650 metros. O parque é o lar de uma população diversificada de plantas e animais. São encontradas várias centenas de espécies de mamíferos, pássaros e répteis, como o falcão peregrino ameaçado de extinção. Também há cerca de 800 espécies de plantas nativas que variam de cactos do deserto a choupos. Por volta do ano 500, os índios Anasazi já habitavam a região de Zion e há indicações de humanos nômades que por aqui passaram em 7000 aC. Em meados dos anos 1880, indígenas Paiute locais guiaram colonos mórmons no início da exploração de Zion. Em 1872, o major John Wesley Powell liderou uma expedição através da região, mas o reconhecimento nacional só veio no início de 1900. Em 1919, Zion finalmente se tornou um parque nacional.
(Crédito da imagem: LeavXC - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
projeto, economia, mercado, política, água, energia alternativa, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, eventos e outros.

30 de maio de 2022

Notícias em 29 e 30/05/2022

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Yushan
O Monte Yushan está localizado a leste de Alishan e Chiayi na Cordilheira Central de Taiwan. É conhecido também como "Montanha de Jade", porque principalmente no inverno, de longe, parece uma pedra branca brilhante. Durante o domínio de Taiwan por parte do Japão, o Imperador Meiji lhe deu o nome de "Monte Niitaka" ou "Niitakayama" ("Nova Alta Montanha") porque Yushan é mais alto que o Monte Fuji. Após, com o domínio chinês, a montanha passou a ser chamada de "Xingaoshan" (pronúncia mandarim para "Niitakayama"), que aos poucos se transformou em "Yushan". Durante um século, foi conhecido no ocidente como Monte Morrison em homenagem ao capitão do cargueiro americano USS Alexander, que o mencionou em seu diário naval em 1857. Menções orientais mais antigas aparecem em relatório de 1805. Elas descrevem os nativos locais como selvagens que cortavam a cabeça dos intrusos para manter exclusivas para sua caça a área ao redor da montanha. Somente a partir de 1874, começaram a surgir estradas para tornar a região mais acessível. Ainda deu tempo, no entanto, para que os aborígenes criassem muitas lendas. Uma delas, contada pelos povos Bunun e Tsou, diz que a montanha nasceu depois que as águas recuaram devido a luta em que um caranguejo derrotou uma enguia gigante que entupia um grande rio. Para o povo Kanakanavu, quem derrotou a enguia foi um porco. Os geólogos contam uma história diferente. No final do Paleozoico, há cerca de 250 milhões de anos, a região era um leito marinho coberto por silte e areia. As placas tectônicas da Eurásia e do Mar das Filipinas se encontraram e a primeira se movimentou sobre a segunda. A pressão causou dobramentos e elevou a paisagem, fazendo com que diversas montanhas se elevassem mais de 3.000 metros. Nesta movimentação, nasceram o arenito metamórfico e o xisto de Yushan e ele se tornou o pico mais alto de Taiwan e do leste da Ásia. A cordilheira assim formada tem cinco picos mais destacados: o Monte Yushan (ou Pico Principal, com 3.952 metros), o Pico Leste (3.853), o Pico Norte (3.833), o Pico Sul (3.711) e o Pico Oeste (3.582). Considerando que o oceano no lado leste de Taiwan atinge profundidades de mais de 4.000 metros, a cordilheira alcança, no total, um desnível de cerca de 8.000 metros. Registros de 1900, indicam que as primeiras pessoas a chegar ao topo de Yushan foram os antropólogos japoneses Torii Ryūzō e Ushinosuke Mori. Neste embalo, a Marinha Imperial Japonesa, no ataque a Pearl Harbor em 1941, usou o grito de guerra "ニイタカヤマボレ", transliterado "Niitakayama Nobore" ("Escalar o Monte Niitaka"), afinal sua altitude sempre foi levada a sério. Em 1967, uma estátua de bronze de Yu You-ren, político que fazia parte do governo da República da China, foi inaugurada no cume do Monte Yushan. Ela tinha 3 metros de altura e, assim, completaria a altitude 4.000 metros, já que havia uma medição de 1957 que estabelecia 3.997 metros para Yushan. Porém, em 1996, ativistas pela independência de Taiwan jogaram a tal estátua (já devidamente decaptada) em uma ravina para nunca mais ser encontrada. Além desta estátua perdida, no Parque Nacional de Yushan, há 130 espécies de pássaros, 28 de mamíferos, 17 de répteis, 12 de anfíbios e 186 de borboletas. Abriga um terço das espécies endêmicas de Taiwan, como o urso preto, o serow de Formosa e o muntjac de Reeves. Este repositório de espécies raras fez com que a região fosse apelidada de "A Arca" pelos acadêmicos. Indo além, a mitologia Bunun diz que a montanha é um refúgio para seus ancestrais escaparem do dilúvio primordial. O que se sabe é que, de todas as áreas atravessadas pelo Trópico de Câncer, apenas Yushan contém florestas tropicais, subtropicais, temperadas e alpinas. Em 1985, o Parque Nacional Yushan foi estabelecido para preservar a riqueza do ecossistema, bem como o patrimônio cultural. Ele contém a maior área selvagem remanescente em Taiwan e também é valorizado por suas florestas virgens e pela diversidade da fauna, com muitas espécies endêmicas. Em geral, à medida que a altitude aumenta, as florestas de folhas largas perenes são gradativamente substituídas por florestas caducas e por florestas de coníferas. Nos picos das montanhas, subsistem apenas musgos e, em alguns locais, gramíneas. Com todas estas histórias e características, o Monte Yushan é muito reverenciado desde os tempos do povo Bunun e ainda mantém seu prestígio. Em 2005, o monte apareceu em notas de mil do dólar taiwanês e, em 2007, o Observatório Lulin da Universidade Central Nacional nomeou um asteroide recém descoberto com o nome de Yushan. Parecem homenagens justas, afinal, para a antiga mitologia chinesa, Yushan é a residência da Rainha Mãe do Oeste.
(Crédito da imagem: Kalling - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6)

Assuntos do dia
mineração, danos, petróleo, mercado, justiça, energia alternativa, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

A insignificante ausência de garantias


28 de maio de 2022

Notícias em 28/05/2022

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O contato Botucatu-Serra Geral
A Supersequência Gondwana III (ou Sequência Jurássica-Eocretácica) corresponde, na Bacia do Paraná, ao registro estratigráfico dos arenitos eólicos da Formação Botucatu e dos derrames vulcânicos da Formação Serra Geral. O contato Botucatu-Serra Geral constitui uma parte interessante desta história. Do sul de MG até o Uruguai, há aproximadamente 140 milhões de anos, a paisagem era dominada por um deserto que cobria cerca 1,6 milhão de km² da Bacia do Paraná. Era o deserto Botucatu, um dos maiores que a Terra já viu. Naqueles tempos, o Supercontinente Gondwana dirigia esforços para criar o oceano Atlântico e iniciava sua fragmentação produzindo fissuras profundas na crosta terrestre. Então, há mais ou menos 135 milhões de anos, um grande evento magmático passou a derramar sobre o deserto a lava extravasada através daquelas fissuras. Foi o maior derrame vulcânico dos últimos 500 milhões de anos do nosso planeta. Sem muita violência eruptiva, fluiu para a superfície do deserto o volume de 2,3 milhões de km³ de lava originada da Província Magmática Paraná-Etendeka. Esta província abrangia o que é hoje o sudeste e o sul do Brasil e também, na África, o sul de Angola e o noroeste da Namíbia. O encontro da lava sobre as dunas, no deserto Botucatu, produziu feições decorrentes da interação de ambas, indicando um contato concordante entre as duas unidades estratigráficas que se formavam. Destacam-se (i) a preservação da morfologia da dunas, (ii) as deformações dos arenitos pelos fluxos de lava, incluindo amarrotamento, brechamento e estriamento na superfície das dunas, (iii) os intertraps que marcam a recorrência de sedimentação entre os diversos derrames de lava e (iv) a ocorrência de peperitos e diques de areia injetados no interior dos derrames vulcânicos ainda não totalmente consolidados. Além destas feições de contato lava-sedimento, as correlações estratigráficas regionais também sugerem que entre dunas e derrames vulcânicos não houve hiato da atividade geológica. Os derrames recobriram 1,5 milhão de km² de campos de dunas de areia ainda ativas (ergs) que se mantinham em processo contínuo de deposição e erosão eólica. O recobrimento vulcânico no deserto causou frequente metamorfismo de contato na rocha sedimentar, alcançando dimensões de centímetros até mais de metro em alguns locais. O quartzo presente nos arenitos, na proximidade com a lava, sofreu variados graus de recristalização, havendo cimentação e redução do espaço poroso intergranular. O encontro dos derrames vulcânicos com as dunas pode ser analisado, por exemplo, na chamada Agulha da Guarita (imagem acima, à esquerda), localizada no Parque Estadual da Guarita do município de Torres, no RS. Ali é possível visualizar este morro testemunho com rocha basáltica na parte superior e estratificações cruzadas das dunas do deserto na parte inferior. Várias ocorrências de diques de arenito (imagem acima, à direita) podem ser encontradas entre a base do Morro do Farol e o mar, também no município de Torres.
(Crédito das imagens: Marco Gonzalez - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6 - fonte7)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, gestão pública, energia alternativa, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

27 de maio de 2022

Notícias em 27/05/2022

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Buraco das Araras
Este Buraco das Araras está localizado no município de Formosa, a 35 km do centro da cidade, em GO. Não se deve confundir com a formação de mesmo nome do município de Jardim, no MS. Esta dolina da área cárstica de Formosa ocorreu pelo colapso de camada de calcário sob rocha quartzítica. É uma das maiores dolinas do Brasil e a segunda maior do centro-oeste. Tem 105 metros de profundidade e 295 metros de largura, tendo a camada de quartzito, no topo, cerca de 60 metros de espessura. No seu interior, há uma pequena mata densa e úmida, com grandes samambaias, que contrasta com a paisagem preservada do cerrado ao redor. Há uma abertura ao final da declividade do terreno do fundo que dá acesso à Gruta das Araras Sul, um salão de aproximadamente 35 metros de altura e que termina em pequeno lago de águas transparentes e frias. No lado norte-noroeste, também na base da dolina, encontra-se o acesso à Gruta das Araras Norte. Estas grutas se apresentam em estado senil, com predominância de eventos de natureza destrutiva. Apesar das zonas de instabilidade e dos riscos, há forte apelo cênico com prática de rapel. Antigamente, araras habitavam no local, mas atualmente só aparecem em algumas épocas do ano apenas para se alimentar. No entanto, podem ser avistadas maritacas, periquitos e um grupo pequeno de macacos que utilizam o local somente para dormir.
(Crédito da imagem: David Calaça - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, gestão pública, fiscalização, justiça, energia alternativa, meio ambiente, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

26 de maio de 2022

Notícias em 26/05/2022

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Ilha Jeju
Esta ilha fica ao sul da Coreia do Sul. Seu destaque é o Sunrise Peak, um patrimônio natural mundial da Unesco localizado no lado leste da ilha. É uma relíquia do vulcão Seongsan Ilchulbong, cujo nome significa algo como "colina do castelo de onde se assiste o nascer do sol". O cone (ou "oreum" no dialeto jeju) deste vulcão se sobressai com 179 metros de altura e diâmetro de 570 metros. É composto por uma mistura de brecha, tufo lapilli e tufo acamadado. Foi formado por atividade freatomagmática, tendo o magma quente entrado em contato com as águas rasas do mar no final do Pleistoceno (120.000 a 40.000 anos atrás). Os fluxos de basalto foram alimentados por tubos, que atualmente constituem cavernas. As estruturas externas do cone foram erodidas pela ação das ondas, dando-lhe a forma atual. Ficaram visíveis seções escarpadas que expõem estruturas internas e estratificação, permitindo que todo o processo eruptivo seja bem entendido. Tem a origem e a evolução características de um vulcão de escudo de lava basáltica monogenética formado a partir de um ponto quente de placa tectônica continental. Com idade mais antiga que a deste cone, há uma cratera circular que foi formada a cerca de 500 metros a sudeste. Seus vestígios não são visíveis, ela está submersa a uma profundidade de 10 metros e tem diâmetro semelhante ao cone do Seongsan Ilchulbong. A ilha Jeju possui diversas espécies de plantas, incluindo samambaias, orquídeas, plantas parasitas e plantas herbáceas. São encontradas mais de 300 espécies de algas marinhas no ecossistema que contorna o cone. Toda primavera, centenas de cerejeiras florescem por toda a ilha de Jeju e também são encontradas flores amarelas de canola.
(Crédito da imagem: getyourguide - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
danos, petróleo, mercado, gestão pública, política, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

25 de maio de 2022

Notícias em 24 e 25/05/2022

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Brecha vulcânica de Papôa
Este tufo-brecha ocorre em Papôa, uma pequena península no Cabo Carvoeira, no Concelho de Peniche, distrito de Leiria, Portugal. É constituído por um material fino extremamente alterado, que corresponde a cinzas vulcânicas lapidificadas e engloba bombas vulcânicas, bagacina (ou lapilli) e fragmentos irregulares de diversos tipos de rocha das paredes da chaminé vulcânica. Entre estes fragmentos se destacam grés feldspáticos, calcários, basaltos e cherts, além de granitos com feldspato róseo e gnaisses. O tamanho dos fragmentos é variável, desde pequenos clastos até blocos de grandes dimensões. As bombas vulcânicas, relativamente abundantes e de dimensões variáveis, são caracterizadas por apresentarem perfeição no seu contorno. Constituem-se muitas vezes de um núcleo de granito ou gnaisse envolvido por uma capa de material magmático alterado e, em alguns exemplares, com extremidades retorcidas pelo movimento rotacional da lava durante o seu percurso aéreo. O tufo-brecha é limitado a noroeste e a sudeste por falhas normais paralelas. Este controle estrutural associado às características piroclásticas sugere que esta formação representa muito provavelmente o que restou de um cone vulcânico conservado pelo seu colapso parcial. Por outro lado, a intensidade das explosões deve ter sido bastante forte para justificar que tivessem sido arrancados grandes blocos rochosos.
(Crédito da imagem: greatwest - fonte)

Assuntos do dia
projeto, mineração, petróleo, mercado, infraestrutura, água, garimpo, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos, vagas e outros.

23 de maio de 2022

Notícias em 23/05/2022

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Inselbergs do Nordeste do Brasil
Vários destes campos de inselbergs podem ser encontrados ao norte do Maciço da Borborema, localizados em Patos, na PB, na região do Seridó, no RN, e em Quixadá, no CE. Este último, visto na imagem acima, é o mais representativo dentre os encontrados no Brasil. O termo inselberg foi cunhado pelo geólogo, engenheiro e explorador alemão Friedrich Wilhelm Conrad Eduard Bornhardt (1864-1946). Inselbergs ("ilhas de morros") são elevações topográficas que se destacam em uma superfície de aplainamento como um relevo residual não aplainado. Os inselbergs nordestinos se situam principalmente em áreas de intrusões graníticas que afetaram a Província Borborema a partir de várias orogenias do Pré-Cambriano. Estas intrusões, esculpidas pela erosão diferencial, caracterizam as depressões sertanejas. São diversas massas rochosas, isoladas ou agrupadas, formadas a partir da exposição subaérea de batólito granítico. São encontrados padrões morfológicos que dependem das fácies do granito e da densidade do fraturamento. Fácies porfiríticas ricas em fenocristais de feldspato produzem inselbergs com feições de dissolução do tipo caneluras e vasques, enquanto as fácies com presença de diques e enclaves máficos originam feições de fraturamento do tipo taffonis de colapso. Mesmo dentro da mesma unidade litológica, as variações faciológicas internas podem resultar em feições distintas de acordo com mineralogia, texturas e fraturamento. O mais comum são escarpas íngremes, que dificultam a alteração superficial, resultando afloramentos contínuos. Estes campos de inselbergs são comuns em climas áridos e semiáridos, porém com origem em sistemas erosivos típicos de ambiente tropical e subtropical. Neste ambiente, o intemperismo profundo origina espessos regolitos que são removidos posteriormente em clima mais seco. Uma lenda local, de origem indígena, apresenta uma alternativa para a formação destas rochas. Diz que uma delas, conhecida pelo nome de "Galinha Choca" (pode ser vista aqui) é a "pedra mãe" de todas as outras da região. Ela nem sempre esteve onde está, teria percorrido os campos de inselbergs povoando-os com pedras, o que convenhamos seria um processo doloroso, mas bem menos complexo que a história geológica.
(Crédito da imagem: Agência Eco Nordeste - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
projeto, mineração, petróleo, mercado, energia alternativa, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e vagas.

22 de maio de 2022

Notícias em 22/05/2022

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A área cárstica de Puerto Princesa
O Parque Nacional do Rio Subterrâneo Puerto Princesa, também conhecido como Parque Nacional do Rio Subterrâneo Saint Paul, é um patrimônio mundial da Unesco. Está localizado na parte sudoeste do arquipélago filipino, na costa centro-oeste de Palawan, aproximadamente 76 km a noroeste de Puerto Princesa. Em área de aproximadamente 22.202 ha, este parque se destaca pela biodiversidade, por um rio subterrâneo e por sua paisagem cárstica em calcário. Contém um ecossistema completo de "montanha-mar" que engloba um conjunto de cavernas, florestas antigas intactas e vida selvagem que faz parte da Província Biogeográfica de Palawan. São oito tipos de florestas: (1) em solo ultramáfico, (2) em solo calcário, (3) montanhosa, (4) pantanosa de água doce, (5) tropical perene de várzea, (6) ribeirinha, (7) de praia e (8) de mangue. Possui flora arbórea muito rica, com altos níveis de endemismo regional e local, e a maior e mais valiosa floresta de calcário da Ásia. Os mamíferos endêmicos incluem o musaranho, o porco-espinho e o texugo fedorento. No habitat da costa, são encontrados dugongos, lagartos monitores e tartarugas marinhas. As cavernas abrigam andorinhas e morcegos. O rio subterrâneo Cabayugan nasce cerca de 2 km a sudoeste do Monte Saint Paul (na cordilheira de mesmo nome) a uma altitude de 100 m e flui no subsolo por quase toda a sua extensão de 8,2 km até uma saída para a Baía de Saint Paul, desaguando diretamente no Mar da China Meridional. Apresenta água salobra nas proximidades da foz, sujeitas a influência das marés. A caverna por onde corre este rio exibe espeleotemas e várias câmaras de até 120m de largura e 60m de altura. Sua acessibilidade e navegabilidade alcança até 4,5 km para o interior. O calcário de Puerto Princesa, também presente na cordilheira de Saint Paul, é uma rocha marmorizada muito espessa, maciça, com carste bem desenvolvido. Mais de 90% do parque compreende cumes calcários afiados, incluindo pináculos, dolinas e falésias. A propriedade é coberta pela Lei do Sistema Nacional Integrado de Áreas Protegidas, de 1992, que garante proteção legal e conservação de áreas protegidas nas Filipinas.
(Crédito da imagem: expedia - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
petróleo, fiscalização, energia alternativa, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia e outros.

21 de maio de 2022

Notícias em 21/05/2022

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Matterhorn
Este monte, também chamado Monte Cervino, faz parte dos Alpes. Com mais de 4.000 metros de altitude, está localizado na fronteira da Suíça com a Itália. Fica nas proximidades da vila suíça de Zeermatt, no cantão de Valais, e da localidade italiana de Breuil-Cervinia, no município de Valtournenche. Em destaque na imagem acima (vista de Zeermatt) aparece a aresta Hörnli, entre a face leste (à esquerda na imagem) e a face norte (à direita). Matterhorn foi o último grande cume a ser escalado, o que aconteceu em meados do século XIX. Muito antes disto, entre 50 milhões e 100 milhões de anos atrás, quando os Alpes eram empurrados para cima pela colisão das placas tectônicas Africana e Eurasiana, Matterhorn tinha um perfil arredondado. Hoje, ele é classificado como um "karling", um pico angular com paredes íngremes e arestas afiadas, esculpido pela erosão glacial. As geleiras se encarregaram alterá-lo através, principalmente, de um processo chamado gelifração ou crioclastia, quando a água derretida se infiltra nas rachaduras e fendas da rocha e, ao congelar novamente, expande de volume, fazendo com que pedaços da montanha se partam. Isto fez parte da tarefa de esculpir Matterhorn até chegar na forma atual de "chifre glacial". As quatro paredes atuais são tão íngremes que o gelo e a neve dificilmente ficam ali, indo se depositar mais abaixo formando geleiras. Destas geleiras, Zmutt, na parede oeste, é a maior. As rochas de Matterhorn, datadas de 289 milhões de anos, tem origem na placa Africana. A pirâmide propriamente dita é constituída por um complexo paleozoico gnáissico e xistoso, menos sólido do que parece. Ao contrário, a cimeira é formada por gnaisses kingizíticos, acompanhados de anfibolitos e mármores silicatados, muito resistentes, pertencentes à série Valperlline.
(Crédito da imagem: Liridon - fonte1 - fonte2)

Assuntos do dia
mineração, mercado, gestão pública, justiça, energia alternativa, meio ambiente, terremotos, vulcanismo, conhecimento e eventos.

20 de maio de 2022

Notícias em 20/05/2022

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Morro do Campestre
O Morro do Campestre está localizado no município de Urubici, em SC, a 8 km do centro da cidade, tendo vista para o vale do Rio Canoas. Apresenta feições geomorfológias erosivas esculpidas nos arenitos da Formação Botucatu, cujos sedimentos foram depositados na Bacia do Paraná. Esta é uma bacia intracratônica com aproximadamente 1.750 km de extensão e 900 km de largura. Abrange Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil, onde ocorre nos estados de RS, SC, PR, SP, MG, MT, MS e GO. Inicialmente, nesta bacia, houve predomínio da deposição de sedimentos, e no Cretáceo o vulcanismo gerou uma Grande Província Ígnea. A deposição dos sedimentos da Formação Botucatu começou na pré-ruptura dos continentes, na chamada Supersequência Gondwana III, sendo interrompida durante o inicio do evento de magmatismo da Formação Serra Geral. Os arenitos eólicos da Formação Botucatu ocorrem ao longo de toda a Bacia do Paraná, recobrindo uma área de cerca de 1.300.000 km², com formação de dunas e demais depósitos sedimentares de clima árido desde o início do Cretáceo. Muito tempo depois, conforme contavam antigos exploradores da região, um silvícola que acompanhava uma das expedições em determinado momento exclamou "urubici" em tupi-guarani. Se tivesse falado português, ele teria dito "olha ali um uru, Bici". "Uru" é uma ave galinácea do Brasil, típica da Mata Atlântica, e "Bici" era o nome de outro silvícola. Na verdade, esta história talvez seja uma brincadeira dos antigos exploradores, já que, dizem os estudiosos, "urubici" significa "mãe das águas frias" na língua kaigang, um grupo de tupi-guarani. O que certamente é verdade é que, ainda algum tempo depois, na abertura (que mede cerca de 5 metros de altura) das rochas do Monte Campestre, foi colocada uma cruz de madeira que não sobreviveu ao tempo. Por esta razão, este local também era conhecido pelo nome de Morro da Cruz.
(Crédito da imagem: viagensecaminhos - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

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mineração, petróleo, mercado, fiscalização, infraestrutura, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, ensino, eventos e outros.

19 de maio de 2022

Notícias em 19/05/2022

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Cachoeirão do Rio Cerquinha
Esta cachoeira está localizada no município de Bom Jesus, no nordeste do RS, nas proximidades da divisa com SC. Tem cerca de 20 metros de queda d'água e é uma das três que fazem parte da Rota das Cascatas da região dos Campos de Cima da Serra. É alimentada pelo Rio Cerquinha (pertencente à Bacia Hidrográfica do Apuae-Inhandaua), cujas águas após passar pela cachoeira fazem uma curva chamada de "Ferradura do Rio Cerquinha" (visualizada na imagem acima) e seguem até desaguar no Rio Pelotas. As águas da cachoeira caem sobre rochas da Formação Serra Geral. Estas rochas, do fácies Paranapanema, constituem derrames basálticos granulares finos, melanocráticos, contendo horizontes vesiculares espessos preenchidos por quartzo, carbonatos e outros elementos. Esta região tem elevada importância em termos de biodiversidade, sendo considerada no Mapa das Áreas Prioritárias do Ministério do Meio Ambiente. Destacam-se as matas com araucária e os campos rupestres. Ainda são encontradas espécies raras ameaçadas de extinção, como o butiá-da-serra, a rainha-do-abismo e a jalapa-do-campo. Também há dezenas de espécies de habitats particulares, associados a afloramentos rochosos, não degradados intensamente pela ação humana. A região de Bom Jesus faz parte da chamada Rota dos Tropeiros. Era por onde passavam os tropeiros que iam do RS em direção à SC. Nesta área foi instalado o primeiro e o maior posto de arrecadação de impostos e controle do Governo Imperial.
(Crédito da imagem: tudosobretrilhas - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
projeto, mineração, petróleo, produção, mercado, cooperação, terremotos, vulcanismo, ciência espacial, eventos e outros.

18 de maio de 2022

Notícias em 18/05/2022

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Milford Sound
Milford Sound está localizado no extremo norte do Parque Nacional de Fiordland, no sudoeste da Nova Zelândia. É rodeado por densa floresta tropical, cachoeiras e picos recortados por geleiras. Juntamente com o Parque Nacional Mount Aspiring, o Parque Nacional Aoraki/Mount Cook e o Parque Nacional Westland, compõe o chamado Te Wahipounamu ("o lugar do pounamu" no idioma maori), um Patrimônio Mundial da Unesco. Os nativos maoris que vivem na Ilha Sul de Nova Zelândia conhecem Milford Sound há mais de mil anos. Viajavam para este paraíso para pescar e caçar ao redor do fiorde e coletar o precioso pounamu. Este tesouro, também chamado "jade da Nova Zelândia", ocorre nas formas minerais de nefrita e bowenita. É daí que surgiu o nome da rocha máfica metamorfisada conhecida como greenstone. De acordo com os maoris, Milford Sound foi formado por Tu-te-raki-whanoa, um atua (figura divina) encarregado de moldar a costa de Fiordland. Cantando a oração karakia, ele cortou as imponentes paredes de rocha com seu toki (enxó) chamado Te Hamo. Quando Maui, um lendário herói, morreu tentando ganhar a imortalidade para seu povo, um piopio (pássaro nativo extinto há muito tempo) teria voado para Molford Sound em luto. Por esta razão, o nome do fiorde para os maori é Piopiotahi ("um solitário piopio"). Um lugar tão reverenciado precisava estar bem escondido dos exploradores. Ele não foi encontrado pelos primeiros colonizadores europeus e dizem que o famoso Capitão Cook perdeu a entrada para este paraíso duas vezes. Em 1823, um caçador de focas, chamado John Grono, foi o primeiro colono europeu a visitá-lo e o batizou com o nome que tem em homenagem a Milford Haven, que é uma longa e estreita enseada na costa galesa. Porém, ele estava enganado, Milford não é um sound, que é formado quando um vale de rio é inundado pelo mar. Milford é um fiorde, ou seja, é formado pela erosão de geleiras antigas. É uma enseada longa e estreita que se abre para o Mar da Tasmânia. Tem cerca de 16 km da cabeça do fiorde ao mar aberto. Em alguns locais, chega a 400 m de profundidade. As rochas que compõem Milford Sound e a região circundante de Fiordland já fizeram parte de uma grande cordilheira do Gondwana há mais de 600 milhões de anos. O movimento das placas tectônicas e a erosão remodelaram a região ao longo de centenas de milhões de anos. Nos últimos dois milhões de anos, houve aproximadamente uma dúzia de grandes fases glaciais na Ilha do Sul. Rios de gelo de até dois quilômetros de largura desciam dos Alpes do Sul. Eles fluíam lentamente para o mar, enquanto esculpiam a rocha sólida. Mais tarde, as geleiras recuaram e foram formados lagos, como Te Anau e Manapouri, e surgiu o fiorde Milford Sound, com altas falésias de ambos os lados. Os tipos de rocha mais comuns em Milford Sound são gnaisses (geralmente com grandes cristais de granada) e dioritos, além de alguns granitos e, claro, o pounamu.
(Crédito da imagem: paul (dex) bica - fonte1 - fonte2)

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projeto, mineração, petróleo, mercado, gestão pública, energia alternativa, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, asteroides, conhecimento, eventos e outros.

17 de maio de 2022

Notícias em 17/05/2022

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O Arenito de Robin Hood
Este arenito, conhecido pelo nome de New Red Sandstone, foi primeiramente encontrado na Escócia, mas mostra todas as sequências de seus leitos vermelhos permianos e triássicos na Inglaterra. Seu nome foi dado para diferenciá-lo do Old Red Sandstone, do devoniano, que é portanto mais antigo. O New Red Sandstone é constituído principalmente por arenitos, brechas e lamitos e engloba os grupos Sherwood Sandstone, Mercia Mudstone, Aylesbeare Mudstone e Exeter. Os arenitos deste último grupo, por exemplo, podem ser encontrados nas falésias da Praia de Oddicombe, banhada pelo Canal de Mancha, na cidade de Torquay, condado de Devon, Inglaterra. Mais tipicamente, o New Red Sandstone sustenta a Floresta de Sherwood, especialmente pelos arenitos vermelhos, amarelos e marrons, parcialmente conglomeráticos da Formação Chester, do Grupo Sherwood Sandstone. O nome deste grupo e da floresta derivam de sua identificação como "forest of shire" ("floresta do condado") de Nottingham. É nesta floresta que está localizada a chamada "Caverna de Robin Hood", que atualmente é um afloramento parcialmente alagado (imagem acima). É um local que fica na curva do Rio Maun, nas proximidades de Ollerton, a alguns metros da King's Highway. Esta estrada, entre os condados de Nottingham e de York, formava o limite leste da Floresta de Sherwood no século XIX. As lendas locais dizem que Robin e seu bando se escondiam neste ótimo local para emboscadas. As cavernas da região provavelmente foram usadas desde o recuo das geleiras no final da Idade do Gelo. As rochas do Grupo Sherwood Sandstone são porosas e, portanto, os solos sobrejacentes são mais secos e menos férteis do que os solos circundantes originados de calcários e lamitos. Esta falta de fertilidade resultou em cultivo menos arável desta região, conforme registra o livro Domesday de 1086, um tipo de relatório que corresponde aos recenseamentos atuais. Sem interferência antrópica, a floresta prosperou. Ela passou a ser considerada "Floresta Real", principalmente destinada à caça, em algum momento do Período Normando, porque os caçadores procuram os cervos e os cervos procuram as florestas. O Rio Idle, um afluente do Rio Trento, nasce nesta região a partir da confluência de vários riachos menores. Na Segunda Guerra Mundial, esta floresta foi usada para depósitos de munição, campos de prisioneiros de guerra e áreas de treinamento. Hoje, a Reserva Natural Nacional da Floresta de Sherwood abrange 424,75 hectares e é remanescente da floresta de caça real mais antiga, que era bem maior. Seus habitantes mais nobres são os carvalhos antigos, sendo o mais famoso deles o Major Oak. É uma árvore com 800 a 1.000 anos que Robin Hood também costumava usar como esconderijo para que o xerife de Nottinghamshire não o encontrasse.
(Crédito da imagem: Albie - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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16 de maio de 2022

Notícias em 16/05/2022

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Cascata da Água Branca
Esta cachoeira de difícil acesso está localizada no distrito Barra do Ouro do município de Maquiné, no RS, junto à divisa com o município de São Francisco de Paula. Tem 259 metros de queda d'água em rocha basáltica da Formação Serra Geral. Na imagem, ao fundo, aparece a região fisiográfica Campos de Cima da Serra, localizada no nordeste do RS, com seu relevo suave e recortes profundos produzidos por rios, como o Rio Maquiné e seu afluente, o Rio Forqueta que alimenta a Cascata Água Branca. A região se caracteriza, portanto, por platô e escarpas. No platô, com altitudes superiores a 900 metros, o relevo é estruturado pelas litologias da Formação Serra Geral, com matas de araucárias e gramíneas. Nas escarpas, com altitudes que descem até 400 metros, há cobertura vegetal com ombrófilas. São encontradas samambaias pretas e epífitas. Aqui ocorrem os derrames basálticos da Formação Serra Geral e, abaixo, os arenitos da Formação Botucatu. Em rede de fraturas nas rochas, surgem as nascentes que alimentam os afluentes do Rio Maquiné. Entre os anos 1875 e 1885, imigrantes italianos, desceram de Caxias do Sul pela Serra do Umbu, atraídos pelas terras férteis de Barra do Ouro. Neste distrito, há muitas lendas sobre ouro e tesouros enterrados, mas a mais impactante é a de um padre que era muito criticado e saiu dali fugido. Renegado, do ponto mais elevado da região, ele rogou uma praga para que o distrito não se desenvolvesse. Desde então, é preciso reconhecer que pouco progresso chegou ao local, o que, talvez, seja compensado pela beleza da Cascata da Água Branca.
(Crédito da imagem: Projeto Taramandahy - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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15 de maio de 2022

Notícias em 15/05/2022

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Pontes de Ross
As Pontes de Ross estão localizadas na costa oeste da Baía de Ross, banhada pelo Oceano Atlântico, nas proximidades da vila de Kilbaha e a 8 km de Carrigaholt, no condado de Clare, na Irlanda. Seu nome continua sendo usado no plural porque antigamente eram conhecidas três "pontes" naturais. Atualmente apenas uma continua sendo trabalhada pelas ondas do oceano. Ela é sustentada pela Formação Ross, do período Namuriano do Carbonífero superior. Seus sedimentos foram depositados em águas profundas e também em lobos deltaicos durante um período que durou aproximadamente por 500 mil ou 900 mil anos. Ela é mais espessa na área ao sul de Clare, tendo cerca de 380 a 460 metros, e afina para norte, leste e sul. É constituída principalmente pelo Arenito Ross, tendo folhelhos intercalados de forma subordinada e ainda outras rochas sedimentares. Sedimentologistas reconheceram a presença de vulcões de areia desenvolvidos a partir de desidratação, o que levou ao estudo dos sistemas sedimentares de águas profundas da Formação Ross. Seus leitos de arenito são interpretados como turbiditos dispersos, vindos do sudoeste e cobrindo a parte mais profunda do fundo da bacia. Predominam camadas de arenitos de granulação fina e sem estrutura, cobertas por finas divisões laminadas onduladas. A Formação Ross mostra um sistema uniforme de canais que se distinguem entre si por deslocamentos laterais abruptos. Há uma tendência de progradação a agradação, com evolução de longo prazo do preenchimento da bacia de águas profundas para finalmente uma deposição deltaica em águas rasas. O local é muito popular entre as aves marinhas. Muitas chegam para nidificar. Podem ser avistados papagaios-do-mar e gaivotas.
(Crédito da imagem: Frankcosgrove - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

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14 de maio de 2022

Notícias em 14/05/2022

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Oaks Gardens
O Parque Estadual Washington Oaks Gardens está localizado nas proximidades de Palm Coast, na Flórida, EUA. A imagem acima mostra um afloramento de coquina deste local. Coquina é uma rocha sedimentar porosa constituída quase inteiramente por detritos fósseis do tamanho areia levemente cimentados. Os fósseis são geralmente fragmentos de conchas de moluscos ou gastrópodes. Podem também estar presentes braquiópodes, trilobitas, corais, ostracodes e outros detritos de conchas de invertebrados. Os restos fósseis em uma coquina são compostos por carbonato de cálcio, tornando-a uma variedade de calcário. A maioria das coquinas é formada em ambientes costeiros de águas rasas, com suprimento constante e abundante de detritos fósseis do tamanho de areia, o que é garantido pela ação das ondas e das correntes. Estas devem ser suficientemente fortes para remover partículas de tamanho argila e silte, mas não tão fortes para não levar embora os detritos de tamanho areia. A maioria dos sedimentos formadores de coquinas são encontrados em águas marinhas tropicais ou subtropicais, onde pode haver abundância de detritos fósseis. São depositados ao longo de praias oceânicas, ilhas de barreira, ao largo de barras rasas ou canais de maré. Nestes ambientes podem ser desenvolvidas estratificação, estratificação cruzada, marcas onduladas e outras estruturas. Alguns depósitos ocorrem em ambientes de água doce, em margens de lagos e canais de rios. Sendo uma rocha extremamente porosa, pode servir como aquífero. Também pode servir como reservatório de petróleo e gás natural. A coquina às vezes é usada como material de construção, mas apenas onde outros materiais de maior resistência física e durabilidade não estão disponíveis. Uma exceção é o forte espanhol Castillo de San Marcos, construído em 1672 na costa oeste da Baía de Matanzas, em St. Augustine, na Flórida. Quando navios ingleses tentaram tomar o forte no cerco de 1702, suas balas de canhão se cravaram nos grossos blocos de coquina em vez de fragmentá-los. Assim, o forte resistiu àquele ataque e a outro em 1740, permanecendo de pé até hoje. Também permanecem de pé os carvalhos (oaks) que deram nome ao parque.
(Crédito da imagem: Ebyabe - fonte1 - fonte2)

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13 de maio de 2022

Notícias em 13/05/2022

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Parque Nacional da Serra da Bocaina
O PNSB, criado em 1971, possui uma área de 104 mil hectares, abrangendo os municípios de Paraty e Angra dos Reis, no RJ, e São José do Barreiro, Ubatuba, Cunha, Silveiras, Bananal, Arapeí e Areias, em SP. O PNSB inclui o Vale do Paraíba e a Serra da Bocaina, que faz parte da Serra do Mar e é um dos principais redutos da Mata Atlântica. A maior parte do parque apresenta topografia movimentada, com declividades acima de 20% que aumenta ainda mais nas escarpas da Serra do Mar, nos cursos superiores dos rios Mambucaba e Paraitinga. Com altitudes entre 1.100 e 2.000 metros, fazendo parte do Planalto Atlântico, o Planalto da Bocaina se eleva em até 900 metros acima dos planaltos do Médio Vale do Paraíba, a norte, e Paraitinga, a oeste. Ao sul, os limites são dados pela Província Costeira. No PNSB, destacam-se a Pedra da Macela (de onde a imagem acima foi captada) e o Saco do Mamanguá, localizado no município de Paraty, RJ, considerado o único fiorde brasileiro. A Suíte Vulcânica Serra da Bocaina, que ocorre na região, está representada litologicamente por diversos tipos de rochas vulcânicas ácidas, como dacitos, riodacitos, riolitos e, secundariamente, por rochas vulcano-clásticas, como tufos, lapili-tufos, brechas vulcânicas e suas gradações. São observadas bombas vulcânicas imersas em matriz afanítica, estruturas de fluxo e acamadamento ígneo. O metamorfismo presente é de caráter dinâmico, ocasionado por cisalhamento rúptil responsável por pequenas deformações e forte diaclasamento. O PNSB possui três tipos de vegetação: a Floresta Ombrófila Densa, dominante na região, a Floresta Ombrófila Mista Alto Montana e os Campos de Altitude. A fauna é bastante rica e diversificada devido às altitudes e à grande variedade de habitats. Encontram-se, entre outros animais, ouriço-cacheiro, sagui-da-serra-escuro, bugio e macaco-prego, endêmicos da Mata Atlântica, e os ameaçados de extinção, como onça-pintada, suçuarana, o muriqui e o sagui-da-serra-escuro. Nos tempos coloniais, o ouro, vindo das serras de MG, passava pelo Vale do Paraíba, atravessava a Serra da Bocaina pela trilha da atual Rodovia dos Tropeiros, em direção a Paraty, e desaparecia rumo à Europa.
(Crédito da imagem: Leila Pena - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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12 de maio de 2022

Notícias em 12/05/2022

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A Floresta Negra do lobo mau
Swarzwald ("Floresta Negra") é uma região montanhosa com 6.009 km2 no estado de Baden-Württemberg, no sudoeste da Alemanha. É o lar das nascentes dos rios Danúbio e Neckar e se estende do alto Rio Reno, na fronteira com a Suíça, até Durlach, no leste de Karlsruhe. Para oeste, desce abruptamente para a planície do Reno, em direção às Montanhas dos Vosges, enquanto que, para o leste, inclina-se mais suavemente em direção aos vales de Neckar e Nagold. Constitui um planalto granítico de cumes arredondados, tendo ao norte uma área de arenitos e sendo limitado ao sul por estreita faixa de calcário em terrenos mais férteis. O profundo Vale Kinzig divide esta região montanhosa em duas partes. Ao sul, chega a atingir 1.493 metros de altitude em seu ponto mais elevado, o cume Feldberg. Ao norte, a altitude média é de cerca de 600 metros. A Floresta Negra afastou os povoamentos nos tempos da expansão do Império Romano devido à dificuldade de acesso. Somente na Idade Média, com a construção de mosteiros, a área passou a ter assentamentos permanentes e, aos poucos, a silvicultura foi possibilitando trabalhos em madeira. Desenvolveu-se a famosa indústria dos relógios cuco e a fabricação de instrumentos musicais. Hoje, abriga pequenas cidades e vilarejos caracterizados por seu ritmo lento de vida. Muito mais antigamente, há 70 milhões de anos, o Graben do Alto Reno entrou em colapso. Este evento foi compensado por movimentação das massas rochosas circundantes e a região da Floresta Negra foi soerguida. Uma das camadas mais antigas pertencem ao arenito Buntsandstein, que ocorre ao norte da floresta, sendo muito utilizado nas construções locais de pedra avermelhada. Há 2 milhões de anos, chegou a era do gelo e geleiras se formaram nos pontos mais altos. A última fase fria terminou cerca de 12.000 anos atrás e neste final as geleiras começaram a derreter e deslizar cavando as encostas. Formaram-se as "kares", bacias entre paredes íngremes das montanhas. No norte, os lagos Titisee e Mummelsee também são relíquias desta era, escavados por detritos empurrados pelas geleiras. Atualmente, as regiões mais elevadas suportam somente vegetação mais resistente, mas os vales são amenos e com boas pastagens. Bosques de carvalhos e faias cobrem as encostas mais baixas, enquanto as extensas florestas de abetos crescem em altitudes de até 1.200 metros. Foi este tipo de floresta escura de coníferas que motivou os romanos a dar à floresta o nome de "Silva Nigra". O nome "Swarzwald" tem seu primeiro registro encontrado no ano de 868 em documento do mosteiro de St. Gallen, situado no leste da Suíça. A "Silva Nigra" é lar de diversos animais, como veados, javalis, raposas, texugos e coelhos. Antigamente, eram encontrados também ursos, linces e lobos. Por falar em lobo, lembro dos Irmãos Jacob e Wilhelm Grimm. Estes escritores alemães, conhecidos como Irmãos Grimm, inspiraram-se nos cenários da Floresta Negra para seus contos, como "Hansel and Gretel" ("João e Maria"), "Schneewittchen" ("Branca de Neve"), "Aschenputtel" ("Cinderela") e "Rotkäppchen" ("Chapeuzinho Vermelho"), da época em que a Floresta Negra ainda era a moradia do lobo que era mau.
(Crédito da imagem: roughguides - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

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11 de maio de 2022

Notícias em 11/05/2022

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Praia da Luz
Esta praia está localizada na costa oeste do concelho de Lagos, na cidade de Faro, em Algarve, Portugal. Nasceu como uma pequena aldeia de pescadores e se transformou em área turística. É protegida das construções em larga escala pelas leis do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A Praia da Luz possui três atrações principais: a areia branca, as falésias rochosas e a Rocha Negra. As falésias se estendem desde a Ponta de Almádena e mostram uma sequência estratigráfica completa, com todos os níveis visíveis, que vai do Jurássico Superior (Titoniano) ao Cretácico Inferior (Aptiano). É possível observar de baixo para cima: (i) 15 metros de dolomitos maciços que passam a 40 metros de calcários microfossilíferos; (ii) 35 metros de calcários, margas e conglomerados, com clastos negros, estruturas fenestradas muito microfossilíferas, incluindo a Anchispirocyclina lusitanica (Egger) do Berriasiano; (iii) 75 metros de calcários, margas e dolomitos, também muito microfossilíferos, incluindo a Choffatella sp., que correspondem ao Valanginiano-Barremiano; e (iv) 28 metros de arenitos e calcários com Palorbitolina lenticularis e Nerinea algarbiensis, por vezes orientadas por paleocorrentes, do Aptiano. Esta sequência conta um pouco da história geológica de Algarve, um período de cerca de 120 milhões de história com avanços e recuos do mar. Os estratos de sedimentos finos, como as margas (de tons verde, vermelho e violeta), depositaram-se em ambientes mais afastados da linha de costa. Ao contrário, os arenitos (em tons de amarelo) foram depositados próximos da linha de costa, num ambiente semelhante a uma praia. Mais a leste (em direção à direita na imagem acima), no limite da Praia da Luz, uma barreira rochosa escura, a Ponta das Ferrarias popularmente chamada de Rocha Negra, representa restos de um vulcão, ativo há cerca de 70 milhões da anos. Nestes tempos, a Península Ibérica continuava a ser uma "jangada de pedra". Estava ainda relativamente isolada do resto do continente europeu e cada vez mais longe do continente americano, como consequência do afastamento das placas tectônicas na abertura do Oceano Atlântico.
(Crédito da imagem: Lacobrigo - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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projeto, mineração, danos, petróleo, produção, mercado, fiscalização, água, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, asteroides, eventos, vagas e outros.

10 de maio de 2022

Notícias em 10/05/2022

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Gruta Rei do Mato
O Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, instituído em 2009, está localizado no município de Sete Lagoas, em MG. Pertence à Rota Peter Lund, que é um circuito turístico da Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa, próxima a Belo Horizonte. Nesta área ocorrem formações de estalagmite e estalactite raras no mundo. Podem ser encontradas também feições superficiais como paredões calcários lineares, maciços rochosos aflorantes ou parcialmente encobertos, lagos associados às dolinas ou em planícies rebaixadas e canais subterrâneos e sumidouros. O nome da rota foi dado em homenagem ao pesquisador dinamarquês Peter W. Lund, atuante nas áreas de arqueológica e paleontológica, que descobriu muitas cavernas na região, com registros a partir de 1840. Em 1973, a Sociedade Excursionista e Espeleológica realizou o primeiro mapeamento documentado da Gruta Rei do Mato. Na origem deste nome, há duas versões para aquele que os residentes na região passaram a chamar de "rei do mato". Em uma delas, dizem que em meados da década de 1930 teria sido avistado um homem alto, loiro, de cabelos e barbas longas nas proximidades da gruta e da floresta em volta dela. Em outra versão, o "rei do mato", conhecido como Milito Pato, seria magro, moreno, de cabelos curtos. Ele teria feito seu lar no primeiro salão da gruta. O que se sabe realmente é que a Gruta Rei do Mato tem uma extensão de 998 metros, mas somente 220 metros estão abertos à visitação. A paisagem é composta de formações remanescentes do cerrado, incluindo campos limpos, campos sujos e cerrado stricto, e também da mata atlântica, representada por floresta estacional semidecidual. Quanto à flora, as espécies mais encontradas são ipê amarelo, bromélia do cerrado, gonçaleiro, pindaíba-vermelha, peroba-rosa, macaúba, coco-de-quaresma, araticum e mandiocão. Na lista de espécies ameaçadas da fauna no Carste de Lagoa Santa, estão incluídos o rato-do-mato, o gato-maracajá e o rato-da-árvore.
(Crédito da imagem: viagensecaminhos - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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9 de maio de 2022

Notícias em 09/05/2022

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Muela del Diablo
Esta formação rochosa está localizada no Valle de los Cóndores, na região do Alto Maule, no Chile. Este vale resultou da luta entre a força dos vulcões e a majestade das geleiras. Esta batalha, entre o calor da lava e o frio do gelo, tem sido responsável pela topografia que atualmente vemos na região. O basalto de Muela del Diablo, com cerca de 10 a 15 metros de altura, destacado na paisagem, apresenta formas irregulares. Originalmente eram pilares de seção hexagonal moldados por condições especiais de resfriamento em processos vulcânicos ocorridos há cerca de 4 milhões de anos. Estas formas não são facilmente distinguidas atualmente devido à alta exposição a agentes erosivos. Principalmente, a água e o vento têm esculpido Muela del Diablo, cujo nome ("dente do diabo") foi dado pelos antigos tropeiros. Eles percorriam o vale levando seus animais para as ricas planícies dos arredores, uma atividade que ainda persiste nos dias de hoje.
(Crédito da imagem: David Cossio - fonte)

Assuntos do dia
projeto, mineração, petróleo, produção, mercado, fiscalização, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, ciência espacial e outros.

8 de maio de 2022

Notícias em 08/05/2022

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mineração, mercado, energia alternativa, meio ambiente, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial e outros.

A Mãe de todos os afloramentos
A imagem acima mostra um afloramento de rocha com dobramentos na costa de Batain, em Omã. Tem 6 a 7 metros de altura e 20 a 30 metros de comprimento, sendo conhecido informalmente como "mother of all outcrops". Nele, o sílex (ou chert) de radiolários vermelho é intercalado com porcelanita branca. São leitos de cerca de 5 a 15 centímetros de espessura, onde o sílex tem maior teor de argila e é estruturalmente menos competente, apresentando degradação maior por erosão. Sendo mais resistente, a porcelanita se sobressai. Estes sedimentos foram depositados em águas calmas, longe da costa ou em ambiente protegido, em profundidades entre 4.000 e 4.500 metros, profundidades raras para a formação de calcários. Acontece que eles tiveram origem em plâncton de radiolários, cujos esqueletos se formaram a partir de sílica. Assim, estando abaixo da profundidade de compensação da calcita, ela foi dissolvida restando somente o silício. Posteriormente houve dobramentos e falhamentos envolvidos com uma grande estrutura de nappe, chamada Batain. Durante a separação do Gondwana, a Bacia de Batain se abriu ao longo da margem nordeste de Omã e, com a elevação continental, a linha da costa recuou. Os sedimentos, então, ocuparam a Bacia Batain, havendo redução de bicarbonato. Com o descolamento desta bacia do talude continental e a formação dos nappes, houve fortes deformações durante a obdução das placas tectônicas Arábica e Eurasiana, entre 65 milhões e 2 milhões de anos. Apesar da imponência desta história geológica e principalmente dos dobramentos visíveis no afloramento, vejo isto sob um ângulo diferente e, assim, preciso deixar registrada aqui minha discordância angular em relação à designação "mãe de todos os afloramentos", afinal mãe é mãe.
Parabéns a elas.
(Crédito da imagem: David Cossio - fonte)

7 de maio de 2022

Notícias em 07/05/2022

Assuntos do dia:
mineração, petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, eventos e outros.

Landmannalaugar
Esta área geotérmica remota está localizada na Reserva Natural de Fjallabak, nas Terras Altas do Planalto da Islândia, com altitude média de 600 metros, no interior do complexo vulcânico central da geleira Torfajökull. A antiga caldeira de 12 por 18 km deste complexo esvaziou sua câmara de magma e entrou em colapso há centenas de milhares de anos. Na borda norte da cratera, Landmannalaugar é conhecido pelas suas montanhas de riolito coloridas (as chamadas Montanhas Arco-Íris). Também é famoso pelos campos de lava escarpados, riachos, ravinas, desfiladeiros e pelas fontes termais, muitas disponíveis para banho. Nestes locais de banho há alternativas de águas quentes e frias por causa dos fluxos quentes ferventes da atividade vulcânica e das águas geladas das geleiras circundantes. Enquanto a maior parte da Islândia é composta de rochas máficas, esta área tem as rochas mais ricas em sílica do país. É uma região ativa há cerca de um milhão de anos, tendo produzido mais de 250 km³ de rochas vulcânicas em inúmeras erupções, principalmente subglaciais. As cores são produto de uma grande variedade de fatores geológicos, como o fluxo subterrâneo do magma, a combinação química da lava ao emergir e as condições da superfície. A variedade das rochas locais depende desses fatores. Podem ser encontradas desde obsidianas negras brilhantes até riolitos de cores rosa, azul, verde ou amarelo. Nesta mescla de cores, o amarelo do sulfeto se sobrepõe ao azul e preto dos campos de lava, com decoração de pontilhados verdes dos líquens.
(Crédito da imagem: James Theodoulou - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

6 de maio de 2022

Notícias em 06/05/2022

Assuntos do dia:
economia, mineração, petróleo, produção, mercado, gestão pública, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

Praia de Itaguaçu
Esta praia fica no bairro de Itaguaçu, na parte continental do município de Florianópolis, em SC. Tem a leste a Baía Sul, da Ilha de Santa Catarina, e a oeste a Baía de São José, na costa do continente. Na imagem acima, destaca-se ao fundo a topografia da Serra Catarinense. O nome "Itaguaçu" ("pedra grande") é uma herança dos indígenas Carijós. Toda a orla desta praia foi tombada como patrimônio paisagístico da cidade de Florianópolis. Os seixos, blocos e matacões encontrados na sua água podem até parecer resultado de interferência antrópica, mas têm origem relacionada à formação de inselbergs ou tors. A disposição destes blocos do Granito Ilha testemunham redes de diaclases que favoreceram o rebaixamento da superfície através de agentes erosivos. Fazendo parte das rochas mais antigas da região, o Granito Ilha possui idade de cerca de 524 milhões de anos, no limite entre o Neoproterozoico e o Fanerozoico. Geralmente é constituído por granitos e granodioritos de cores rósea a cinza clara, com granulação que varia de fina até grossa e com textura equigranular aporfirítica. São encontrados cristais de quartzo, feldspato potássico, feldspato plagioclásio e biotita (esta de cor escura, com cristais em forma de escama e brilho vítreo). Uma das origens do Granito Ilha está ligada a grandes volumes de magma que se solidificaram sob cadeias de montanhas, a dezenas de quilômetros de profundidade. Outra interpretação dada para a origem destes blocos está relacionada à ousadia das bruxas da região. Diz a lenda que elas queriam fazer uma festa na Praia de Itaguaçu, como as da alta sociedade. Todos foram convidados, incluindo lobisomens, vampiros e mulas-sem-cabeça, além de curupiras, caiporas, boitatás e muitos outros. O único que não recebeu convite foi o diabo. As bruxas achavam que o capeta tinha atitudes anti-sociais, exigindo que as bruxas beijassem seu rabo para reafirmar seu poder absoluto. Também não o queriam por perto devido ao seu fedor de enxofre. Porém, querer não é poder. No dia da festa, o diabo surgiu de surpresa e, entre raios e trovões, raivoso e irritado, castigou todos transformando-os em pedras grandes que até hoje são vistas na Praia de Itaguaçu.
(Crédito da imagem: Mercedes Lorenzo - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

5 de maio de 2022

Notícias em 05/05/2022

Assuntos do dia:
mineração, petróleo, produção, mercado, política, justiça, meio ambiente, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

Os Pitons de Santa Lúcia
Estes dois cones vulcânicos costeiros, chamados Gros Piton e Petit Piton, estão localizados ao sul da cidade de Soufrière (vista na imagem acima), na costa sudoeste de Santa Lúcia, um país insular das Pequenas Antilhas, no leste do Caribe. Fazem parte do Parque Nacional Qualibou. Desde 2004, a Área de Gestão de Pitons constitui Patrimônio Mundial Natural da Unesco. A Ilha de Santa Lúcia, com 617 km², situada entre Martinica e São Vicente, contém a maior parte de um estratovulcão andesítico colapsado no Centro Vulcânico Soufrière. Com mais de 700 metros de altura, os Pitons destacam-se nesta paisagem vulcânica como remanescentes erodidos de cúpulas de lava associada a uma zona de subducção de placas tectônicas. Nela, formaram-se os picos insulares chamados Pequenas Antilhas, pertencentes a um arco vulcânico com 18 vulcões e 700 km de extensão. Ligados por esta cordilheira, encontram-se os Pitons de Santa Lúcia. Eles constituem os núcleos dacíticos degradados de dois vulcões de cúpula de lava provavelmente formados a partir do estratovulcão citado anteriormente. Eles se erguem na Depressão Qualibou, onde ocorrem nascentes de enxofre, formando um campo geotérmico com fumarolas sulfurosas e fontes termais acompanhadas por testemunhos de ação vulcânica, como crateras de explosão, fluxos de lava, depósitos de pedra-pomes e cinzas. É uma área inativa há pelo menos 20.000 anos, exceto pela ocorrência de uma explosão subterrânea em 1766. Há duas hipóteses para a formação dos Pitons. Podem ser remanescentes de (i) necks vulcânicos, o que é relativamente comum, ou (ii) de cumulo-domos, o que é geologicamente único. São cobertos por florestas tropicais úmidas e subtropicais com espécies endêmicas, com musgos, líquenes, orquídeas e bromélias. Pelo menos 148 espécies de plantas foram registradas em Gros Piton e 97 em Petit Piton. Quanto à fauna, 27 espécies de aves foram registradas nos Pitons, incluindo cinco aves endêmicas. Na costa, um sistema de recifes de coral em excelentes condições tem boa parte declarada como Reserva Marinha. Foi comprovada, na região, a existência de uma população ameríndia caribenha, que foi posteriormente deslocada por africanos trazidos pelos franceses em meados do século XVII.
(Crédito da imagem: Aneil Lutchman - fonte)

4 de maio de 2022

Notícias em 04/05/2022

Assuntos do dia:
mineração, petróleo, produção, mercado, água, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

Cinque Terre
O Parque Nacional de Cinque Terre é um patrimônio da humanidade da Unesco em uma área de 3.868 hectares banhada pelo Golfo de Gênova, na Itália. Está dividido em cinco aldeias da costa da Ligúria: Riomaggiore, Manarola (na imagem acima), Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare. Para obter faixas de terra arável, há mais de mil anos, os habitantes locais modificaram o ambiente natural constituído principalmente por falésias costeiras de arenito. São turbiditos depositados no fundo oceânico através de correntes de densidade que trouxeram material do talude continental. Estão envolvidos com a complexa história tectônica dos Apeninos do norte. Constituíram camadas de diferentes espessuras, de cor ocre em rocha alterada ou azul acinzentado em caso contrário. Os arenitos de Cinque Terre se distinguem pela idade e pela bacia de deposição. A leste, em La Spezia e Riomaggiore, aflora o Pedregulho Costeiro, uma Unidade Toscana que remonta ao Oligoceno. A oeste, no promontório do Mesco, ocorrem os Arenitos do Monte Gottero, da Unidade Ligúria, atribuída ao Cretáceo Superior e ao Paleoceno. São camadas homogêneas, compactas, duras e resistentes, facilmente esquadrinhadas. Estas características facilitaram sua extração e favoreceram seu uso na construção dos prédios e das chamadas paredes de pedra seca, que viabilizaram áreas extras para terra arável. O predomínio de cristais de quartzo na composição principal da rocha provoca a acidez que condiciona o solo e a flora. Acima das falésias, as encostas são cobertas por matos mediterrânicos e por bosques termofílicos perenes. São encontrados azinheiras, sobreiros e pinheiros-bravos, onde se espalham gaios, pica-paus, chapins, esquilos, texugos e raposas. Introduzido no século passado, o javali tem densa população. A costa rochosa exposta à ação do mar é colonizada por espécies vegetais resistentes, capazes de ocupar fendas estreitas e sobreviver à escassez de solo, produzindo uma vegetação esparsa, baixa e descontínua. São plantas com tecidos carnosos, ricos em líquidos como o funcho-do-mar, espinhosos como a euphorbia spinosa, perfumados com óleos essenciais e tomentosos como o helichrysum e a cineraria marítima. A costa é habitada por animais que preferem áreas descobertas e rochosas, como a gaivota, o corvo imperial, lagartixas e lagartos. Destacam-se aves nidificantes, que aproveitam o calor e a inacessibilidade das rochas, ou invernantes, que passam os meses de inverno em ambientes mais amenos do que aqueles reprodutivos de montanha.
(Crédito da imagem: cis.fti-group - fonte)

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