Em breve:
Uma história climática da Terra - Parte 5 - Cenozoico

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30 de outubro de 2024

Paleoclimatologia - Parte 2.2. Dados proxies climáticos geológicos

Por Marco Gonzalez

Esta glendonita estrelada, do Neógeno superior, foi encontrada na Península de Kola, na Rússia.
A presença de glendonita em uma sucessão de rochas constitui dado proxy climático que evidencia a presença de geleira no passado geológico.
(Crédito: James St. John).

Dados proxies climáticos geológicos derivam de características e propriedades geológicas dependentes do clima, possibilitando que este seja inferido. São encontrados na mineralogia, na litologia, na estratigrafia e na geomorfologia.

Este artigo faz parte da série Paleoclimatologia e contém uma visão geral dos dados proxies climáticos geológicos.

12 de dezembro de 2022

Notícias em 12/12/2022

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Cavernas de Aggtelek Karst e Slovak Karst
Este é um sistema de cavernas localizado a 236 quilômetros de Budapeste, no norte da Hungria, cruzando a fronteira húngaro-eslovaca, no Parque Nacional Aggtelek. É Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1995.
O Parque Nacional Aggtelek, com mais de 20.000 ha, fica na região de Aggtelek Karst, que faz parte do Gömör-Torna Karst. São aproximadamente 1.200 cavernas, das quais 273 estão na área do parque. A mais famosa delas é a Caverna Baradla ou Domica, vista na imagem acima. Seu nome é Baradla na Hungria, mas ela serpenteia por 25 km e, destes, 5,6 km estão no subsolo da Eslováquia, sendo então chamada de Domica.
Na região, o leito rochoso do Triássico Inferior é composto por ardósias impermeáveis, resistentes, argilosas e margosas, além de arenitos. Encontram-se também camadas com mais de um quilômetro de espessura do Triássico Médio e Superior, com calcários fracamente resistentes com alguma dolomita originários de sedimentos calcários de mar raso.
Estas cavernas começaram a ser esculpidas há cerca de 2 milhões de anos. Foram erodidas pela água de riachos que dissolveu as rochas. Posteriormente, o carbonato de cálcio da água gotejante construiu lentamente espeleotemas de formas variadas. A imaginação dos exploradores que as descobriram deram nomes expressivos a estas formas, como Cabeça de Dragão, Tigre, Língua de Sogra, Câmara com Colunas e Salão dos Gigantes. Represas de travertino também são encontradas.
As cavernas foram usadas como refúgio desde os tempos pré-históricos. Arqueólogos desenterraram joias de ouro e equipamentos de combate do início da Idade do Ferro, bem como ferramentas e louças feitas de pedra e ossos de animais da Nova Idade da Pedra, que ocorreu de 6.000 a 7.000 anos atrás.
O ecossistema destas cavernas possui um ar quase estéril, proporcionando um lar para mais de 500 troglóbios e troglófilos que as habitam, muitos deles só podem ser encontrados aqui.
Os processos cársticos produziram uma rica diversidade de estruturas e habitats importantes do ponto de vista biológico, geológico e paleontológico. Enquanto estes processos continuam a se desenvolver sob condições de clima temperado, sedimentos e formas de relevo fósseis fornecem ampla evidência de condições climáticas subtropicais e tropicais do Cretáceo Superior e do início do Terciário, bem como atividade denudacional periglacial do Quaternário. Ao longo de dezenas de milhões de anos, a área fornece uma excelente demonstração de ambiente cárstico em climas tropical e glacial, o que é muito incomum e provavelmente é melhor documentada aqui do que em qualquer outro lugar do mundo.
Há hoje na Caverna Baradla, uma Sala de Concertos, com acústica apropriada para receber espetáculos de música clássica e popular.
(Crédito da imagem: Jojo - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
economia, mineração, danos, petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

5 de dezembro de 2022

Notícias em 05/12/2022

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Lago Abbe
O Lago Abbe (ou Abhé) atravessa a fronteira entre Djibuti e a Etiópia, no interior da Depressão de Afar, na África. É o maior e último de uma cadeia de seis lagos alimentados pelo Rio Awash.
A depressão de Afar é uma região agreste e escassamente povoada, abrangendo partes da Etiópia, da Eritreia e de Djibuti. Ela marca a junção tríplice de três riftes: o rifte do sul do Mar Vermelho (entre as placas da Núbia e da Arábia), o rifte do Golfo de Aden (entre as placas da Arábia e da Somália) e o rifte principal da Etiópia (entre as placas de Núbia e da Somália). A medida que a placa da África se divide nas placas da Núbia e da Somália, vai surgindo um novo oceano, assim como surgiu o Mar Vermelho a partir da separação das placas da África e da Arábia. Em alguns milhões de anos, o oceano Índico romperá as terras altas costeiras e inundará a Depressão de Afar, criando um novo oceano. A região chamada Chifre da África será transformada, então, em uma grande ilha.
Antes disto, a tensão causada pela separação entre as placas da Núbia e da Somália criou, ao redor do Lago Abbe, um cenário com uma aparência apocalípitica semelhante a do fictício Tatooine, um planeta desértico de Star Wars. À medida que as duas placas vão se afastando, a crosta acima delas se afinou e rachou e o magma subiu ao longo dos pontos de fraqueza. No oceano, este processo produziria uma expansão do fundo do mar, mas na depressão de Afar, o magma encontrou o solo seco em ambiente de rifting continental.
É neste ambiente que está localizado Abbe, um lago hipersalino e alcalino dessecante, com 10 km de largura e 15 km de comprimento. Seus tons escuros verde-azulados emprestam alguma cor a uma terra dominada por marrons e pretos. Coberto por aglomerados de chaminés fumegantes, Abbe produz uma vasta paisagem seca de salinas que absorve a água do Rio Awash no seu percurso final. Nesta topografia completamente nivelada, as exceções são o Monte Dama Ali, um pequeno vulcão-escudo adormecido predominantemente basáltico, e as chaminés, com até 60 m de altura, visíveis a quilômetros de distância.
Estes depósitos carbonáticos, semelhantes a chaminés, estão dispostos em fileiras nas margens do Lago Abbe. Foram construídos em ambiente subaquático, quando o nível da água era mais elevado. São constituídos por camadas concêntricas alternadas de calcita e de sílica com calcita de baixo Mg. Estas camadas resultam da rápida precipitação de carbonato durante a mistura de fluidos hidrotermais com a água do lago.
Apesar do clima infernal na região do Lago Abbe, pastores nômades Afar vivem na área juntamente com uma surpreendente população de flamingos. Na imagem acima, burros e cabras são vistos nas proximidades do lago.
(Crédito da imagem: NARA & DVIDS Public Domain Archive - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
mercado, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, asteroides, conhecimento e eventos.

17 de novembro de 2022

Notícias em 17/11/2022

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O Arco da Tasmânia
Conhecido como "The Arch", esta estrutura rochosa constituída pelo famoso dolerito da Tasmânia, está localizada na Austrália, em Eaglehawk Neck, na Península da Tasmânia, no Parque Nacional da Tasmânia.
O dolerito da Tasmânia é uma rocha do Jurássico, com cerca de 180 milhões de anos, correlacionável a formações semelhantes na Antártica e na África do Sul. Quanto houve a fragmentação do Gondwana, grandes quantidades de lava subiram das profundezas da terra através de pontos fracos na crosta terrestre. Ela resfriou lentamente entre camadas de rochas sedimentares, formando grandes cristais e produzindo uma rocha muito resistente. Na Tasmânia, formou muitas montanhas e falésias costeiras. Este dolerito influenciou o desenvolvimento da Tasmânia, contribuindo para localização de estradas, ferrovias, minas, agricultura e, até mesmo, na localização de habitats únicos para plantas e animais.
Apesar de ser uma rocha muito dura, o dolerito da Tasmânia tem um ponto de fraqueza revelado na mais recente Idade do Gelo. Ele estava na latitude adequada para sofrer com a erosão causada pelos processos de congelamento-degelo. Esta fraqueza é observada, por exemplo, no Arco da Tasmânia, onde o ar salgado e as ondas do mar esculpiram a forma atual atingindo juntas verticais. O que era uma caverna marinha acabou se transformando no arco atual cujo teto está a 52,7 m acima do nível do mar.
A Península da Tasmânia já abrigou prisioneiros, mas atualmente serve como um refúgio para os observadores da natureza, tendo "The Arch" como uma das suas atrações turísticas.
O Parque Nacional da Tasmânia protege diversas florestas e o litoral do Cabo Surville até as baías Waterfall e Fortescue e do Cabo Hauy até o Cabo Pillar e Cabo Raoul. Incorpora também várias ilhas, incluindo as ilhas Fossil e Hippolyte Rocks, além da Ilha da Tasmânia. Ele faz parte da Área Importante de Aves do Sudeste da Tasmânia, de relevância ecológica devido a sua avifauna, como o papagaio rápido e o pardalote de quarenta pintas. O parque abriga uma grande variedade de animais terrestres e marinhos e várias espécies de plantas raras.
(Crédito da imagem: Jerrye & Roy Klotz - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, infraestrutura, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

10 de novembro de 2022

Notícias em 10/11/2022

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Morro Dois Irmãos
Esta formação rochosa está localizada em Monte Santo de Minas, MG.
É um morro testemunho com topo plano e paredão vertical de rochas sedimentares com cores avermelhadas pertencentes à Formação Aquidauana. Ela registra eventos glaciais ocorridos no Carbonífero e no Permiano da Bacia do Paraná. É caracterizada por arenitos de granulação variável, lamitos e diamictitos, com abundância de material argiloso, de ambiente fluvial e lacustre, com cores típicas próximas ao vermelho do tijolo.
No Morro Dois Irmãos foi encontrada a seguinte seção colunar, de baixo para cima:
(i) 20 m de lamito marrom avermelhado, com laminação incipiente, com clastos dispersos e na base pequenas deformações locais.
(ii) cerca de 7 m de diamictito maciço com predominância de silte e presença de clastos com dimensões variáveis (alguns alcançando 40 cm).
(iii) cerca 3 m de arenito médio, de cor creme avermelhada, com matriz siltosa, clastos dispersos (quartzo e quartzito) e estratificação acanalada.
(iv) cerca de 17,5 m de arenito com clastos polimíticos dispersos, de cor creme avermelhada, sendo, (a) na base, arenito fino com feições de deformação, (b) na porção intermediária, uma porção encoberta de cerca de 5 m e, (c) no topo, arenito é médio a grosso, mal selecionado, com estratificação incipiente e intercalações de lamito;
(v) cerca de 4 m de arenito muito fino, de cor creme avermelhada, com matriz argilosa e estratificação plano paralela.
(vi) cerca de 20 m de arenito muito fino, de cor creme avermelhada, micáceo, com matriz argilosa e estratificação cruzada (sendo localmente maciço).
O nome da Formação Aquidauana vem do rio de mesmo nome que corre no MS e significa "rio estreito" no vocabulário dos indígenas da etnia Guaicuru.
(Crédito da imagem: Gisele Menegasse - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
petróleo, produção, mercado, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, eventos e outros.

27 de outubro de 2022

Notícias em 27/10/2022

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Bow Fiddle Rock
Bow Fiddle Rock, com cerca de 15 m de altura, constitui um arco natural marinho localizado a nordeste da Vila de Portknockie, na costa de Moray, no nordeste da Escócia. É assim chamado ("Rocha Arco de Violino") por causa de sua semelhança com a ponta do arco deste instrumento musical.
Por volta de 500 milhões de anos atrás, a região da Escócia atual ficava próxima à borda do supercontinente Laurentia e a colisão com o Avalonia produziu a Orogenia Caledoniana. Nesta orogenia, os sedimentos originais foram dobrados, achatados, esticados, fraturados, aquecidos e metamorfizados, produzindo xistos, gnaisses, mármores e quartzitos.
A geologia de Moray está associada à Orogenia Caledoniana, com eventos de dobramentos, metamorfismo e soerguimento das Montanhas Grampian. Em Moray, estes eventos afetaram a Formação Cullen, que faz parte do Grupo Grampiano, que por sua vez pertence ao Supergrupo Dalradiano. 
Os quartzitos da Formação Cullen, com cerca de 2.500 metros de espessura, compõem o litoral desde a Vila de Buckpool (no extremo oeste da cidade de Buckie) até Logie Head, o principal promontório a leste da antiga Vila de Cullen. Eles fazem parte do cinturão de dobras Caledoniano, que se estende por toda a Escócia (incluindo Shetland) e a Noruega.
Originados de arenitos depositados em ambiente marinho há cerca de 750 milhões de anos, estes quartzitos foram soerguidos e erodidos por ação marinha e eólica. O resultado pode ser visto, por exemplo, em Bow Fiddle Rock. Neste arco natural, faixas menos resistentes constituídas por mica xisto foram removidas para que fossem modeladas as feições atuais.
Bow Fiddle Rock e as rochas das proximidades acabaram ganhando uma coloração esbranquiçada em certos pontos devido aos excrementos de gaivotas que ao longo dos anos têm nidificado na região. Dizem que, antigamente, havia um ritual em que os nativos mais jovens, na passagem da primavera, iam até estas rochas para procurar ovos destas aves.
(Crédito da imagem: Giuseppe Milo - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
projeto, produção, mercado, garimpo, energia alternativa, meio ambiente, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, conhecimento, eventos e outros.

20 de outubro de 2022

Notícias em 20/10/2022

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Pavimento Tesselado
Uma ocorrência desta textura, semelhante a uma treliça, é encontrada junto à Baía Pirates, em Eaglehawk Neck, um istmo ligado à Península da Tasmânia, na Austrália. A área é recoberta por um padrão de pequenas piscinas de água salgada com formato aproximadamente retangular, que resultam de erosão diferencial.
Em geomorfologia, esta textura é conhecida como "pavimento em mosaico" ("tressellated pavement" em inglês). As depressões, "panelas" ("pans"), são formadas quando a água salgada desgasta as porções centrais das "treliça". É o que se vê em primeiro plano na imagem acima. O efeito contrário é conhecido como "pães" ("loafs"), quando o desgaste ocorre de forma mais intensa nas juntas da "treliça", dando a impressão de "pães crescidos". Este último efeito aparece na imagem acima mais ao fundo, à esquerda, na área mais próxima às ondas.
Este caso de pavimento em mosaico ocorre em rochas sedimentares da Formação Malbina, do Permiano. Ele podia ser visto desde que o nível do mar se estabilizou há pouco mais de 6.000 anos. Há indícios de que a superfície original erodida estava cerca de 1 m acima do nível médio do mar atual. O pavimento ocorre em intercalações de siltitos com arenitos subordinados.
Estresses locais fizeram com que estas rochas rachassem, formando junções em três direções principais, ENE, NNW e NNE. Elas se cruzam contribuindo para o aspecto da textura em mosaico. As juntas são mutuamente transversais sem deslocamentos, indicando que foram formadas simultaneamente.
Este mosaico de juntas tem seu aspecto de "treliça" exagerado devido à abrasão costeira intertidal, juntamente com a infiltração de sal e a expansão após a cristalização. O intemperismo à base de sal aumenta constantemente a porosidade do material e leva à perda de cimentos ou matrizes originais. A cristalização do sal ocorre principalmente nas juntas, no entanto, a água que se acumula nas porções mais distantes do oceano seca mais rapidamente e, assim, com a cristalização do sal mais intensa fora das juntas, surgem depressões causando o efeito "panela". Nas rochas mais próximas do oceano, ocorre o inverso e as juntas são aprofundadas, causando o efeito "pão crescido".
Independentemente de "panelas" ou "pães", em 1832, um posto militar foi montado para evitar fugas de prisioneiros da colônia prisional de Port Arthur, que fica após este istmo australiano. Cães de todos os tipos de raças, cores e formatos foram posicionados ao longo de Eaglehawk Neck para dar alerta sobre possíveis movimentações de presos. Em 1877, a colônia prisional fechou, mas a história ficou registrada através de um monumento em homenagem ao "mosaico" de cães de segurança em Eaglehawk Neck.
(Crédito da imagem: 3B's - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, política, energia alternativa, meio ambiente, mineralogia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

26 de setembro de 2022

Notícias de 24 a 26/09/2022

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Falésia Fóssil da Costa da Caparica
Esta falésia está localizada nos concelhos de Almada (nas freguesias de Caparica, Charneca da Caparica e Costa da Caparica) e de Sesimbra (na freguesia do Castelo), em Portugal. É o elemento natural mais característico desta região e se estende por 13 km em uma área de 1551,55 ha, na faixa do litoral, entre a Costa da Caparica e a Lagoa de Albufeira.
Insere-se na unidade morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Tejo e Sado, sendo constituída por arenitos e argilitos de variadas cores, mas com predomínio de tonalidade ocre. Tem idade de até 15 milhões de anos, sendo de origem flúvio-marinha. Sua história começa no início do Terciário, quando uma depressão tectônica foi progressivamente preenchida por sedimentos que formaram estratos sub-horizontais com conteúdo fossilífero (gastrópodes, lamelibrânquios e peixes tropicais do Mioceno, indicativos de mares ou correntes quentes), em períodos de sucessivas e alternadas transgressões e regressões marinhas. No local, são encontradas rochas do Mioceno médio (Serravaliano) ao Holoceno, incluindo (da base para o topo):
1. Argilitos da Formação Xabregas, do Mioceno médio (Serravaliano);
2. Calcários e arenitos indiferenciados das formações Marvila e Grés de Grilos, do Mioceno médio ao Mioceno superior (Serravaliano a Tortoniano inferior);
3. Arenitos, calcários e argilitos intercalados de Areolas de Braço de Prata, Areolas de Cabo Ruivo e Depósitos de Ribeira da Lage, do Mioceno superior (Tortoniano);
4. Arenitos da Formação de Santa Marta, do Plioceno;
5. Conglomerados de Belverde, do Pleistoceno; e
6. Dunas antigas e areias eólicas indiferenciadas e outros depósitos do Holoceno.
Esta falésia é dita fóssil porque há muitos milhares de anos se encontra inerte em relação a ação erosiva marinha. Ela testemunha uma época em que a linha de costa estava posicionada mais no interior do continente, embora ela seja encontrada também em locais (como o da imagem acima) mais próximos do mar. Desde 1984 é designada Paisagem Protegia da Arriba Fóssil da Costa da Caparica.
Possui locais favoráveis para alimentação, reprodução e repouso de aves de rapina, como a águia-de-asa-redonda, o peneireiro-comum, o mocho-galego e a coruja-do-mato. A fauna se completa com outros animais, como rato do campo, coelho, perdiz e pintassilgo.
Está associada à Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, também conhecida por Pinhal do Rei, que tem vegetação semeada por ordem do rei Dom João V (1689-1750) com o objetivo de impedir a progressão das dunas para o interior.
A origem do nome "caparica" tem várias versões. A versão etimológica mais aceita é a de origem no latim "cappar", que deriva do grego "kapparis" e que significa "alcaparra". A versão popular associa este nome a uma lenda local envolvendo uma menina (ou uma senhora idosa) que usava uma "capa rica".
(Crédido da imagem: Zito Colaço - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
danos, petróleo, produção, mercado, política, energia alternativa, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, eventos e outros.

19 de setembro de 2022

Notícias de 17 a 19/09/2022

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Remarkable Cave
Esta caverna está localizada cerca de 12 km ao sul de Port Arthur, na costa sul da Península Forestier, na Tasmânia, Austrália. A região é ligada ao restante da Tasmânia por um istmo baixo e estreito, o Eaglehawk Neck, que chega a alcançar a largura mínima de 20 m.
As rochas da Península Forestier são arenitos cujos sedimentos foram depositados no mar aproximadamente entre 300 milhões e 200 milhões de anos (Permiano e Triássico). Lamitos também estão presentes em alguns locais. Por volta de 165 milhões de anos, a massa de terra que constitui a Tasmânia foi soerguida do fundo do mar e, neste processo, ocorreu a intrusão de um dolerito jurássico entre os estratos de arenito. Como o dolerito se contraiu substancialmente à medida que esfriou, resultaram rachaduras verticais. Após milhões de anos de erosão, grande parte do arenito que circunda o dolerito foi erodida, as áreas costeiras foram rebaixadas e se destacaram os pilares de dolerito negro, como o Cabo Pillar.
Na extremidade da península, a erosão marinha esculpiu espiráculos, desfiladeiros e cavernas no arenito. Uma delas é a Remarkable Cave que, antes era uma caverna profunda, mas atualmente é um tunel estreito com cerca de 40 m de comprimento. Esta abertura foi esculpida no arenito pela erosão ao longo de fraturas, ampliadas por antigos terremotos na zona de contato entre arenito e dolerito. Seu teto expõe este contato onde é possível observar dobras no arenito que ocorreram quando a plasticidade desta rocha foi aumentada pela proximidade da intrusão dolerítica.
É possível acessar a caverna somente em alguns dias próximos à Páscoa, quando as marés estão baixas o suficiente para que a água não se mova constantemente pela Remarkable Cave. Em outros momentos, fortes ondas tornam perigosa a caminhada no local. Diversos pontos turísticos são encontrados na península da Tasmânia, incluindo o espiráculo Maingon Blowhole, a enseada Safety, as baías Maingon e Crescente e o Monte Brown.
(Crédito da imagem: portarthur - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
mineração, mercado, água, garimpo, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

12 de setembro de 2022

Notícias de 10 a 12/09/2022

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Caverna de Woolshed
Esta caverna está localizada na costa oeste da Península de Eyre, no sul da Austrália, nas proximidades da cidade de Talia. Ela faz parte do conjunto conhecido como Cavernas de Talia, que pertencem ao sistema terrestre de Newlands. A Península de Eyre faz parte do Cráton Gawler e é o lar de algumas das rochas mais antigas da Austrália, com idades de cerca de 2,44 bilhões de anos. Na região, ao longo do sopé da costa, granitos resistentes do embasamento mantêm promontórios robustos e amplos terraços. Eles funcionam como uma primeira defesa contra a erosão marinha, protegendo as camadas muito mais jovens acima. Na costa norte da Praia da Talia, uma segunda defesa é realizada por um arenito resistente de granulação grosseira, pertencente às Blue Range Beds, com estratificação cruzada e camadas finas ocasionais de siltito. Tem aproximadamente 1,55 bilhão de anos (Mesoproterozóico). Este arenito é recoberto por caliche (também descrito como calcrete ou eolianito – no Brasil, os eolianitos ocorrem ao longo de quase toda a costa noroeste do CE, sendo formados por pacotes de rocha sedimentar arenosa, quartzo-bioclástica, com cimento de carbonato de cálcio). O caliche australiano pertence à Formação Bridgewater e tem menos de 2 milhões de anos. A erosão diferencial está desnudando e rebaixando este caliche, que é mais macio, produzindo rampas de arenito resistente suavemente mergulhantes esculpidas por processos costeiros. Simultaneamente, acontece a formação de cavernas como a Caverna de Woolshed, cujo teto ainda é sustentado por caliche. A erosão ao longo de linhas de fraqueza no arenito subjacente e o rebaixamento do caliche, além de cavernas e falésias, desenvolveram espiráculos, fendas, pequenas baías crenuladas e promontórios. As falésias costeiras tem uma altura de cerca de 10 m acima de plataformas costeiras de arenitos com declives de 10 a 15 graus. À Caverna de Woolshed (imagem acima) não se tem acesso durante a maré alta, estando ela e as outras Cavernas de Talia em ambiente geomórfico de alta energia. Para compor o ambiente, há aves abundantes, predominando papagaios de New Holland e de Port Lincoln. À beira-mar, o predomínio é de tarambolas e ostraceiros. Também há águias marinhas de barriga branca que aparecem raramente e longe da vista. A Península Eyre tem uma história que se pode resumir através de mares selvagens, naufrágios e frutos do mar.
(Crédito da imagem: Josie Kelsh - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
danos, mercado, política, água, energia alternativa, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

22 de agosto de 2022

Notícias em 22/08/2022

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Cabo da Roca
Esta formação rochosa está localizada no Concelho de Sintra, que pertence ao Distrito de Lisboa, em Portugal, no Parque Natural de Sintra-Cascais. No local podem ser observadas rochas como gabro-dioritos, brechas vulcânicas e granitos. Com 140 m de altura, esta falésia abrupta expõe intensa ação erosiva subaérea e um perfil convexo. O Cabo da Roca faz parte no núcleo do Maciço Eruptivo de Sintra, que se formou no Cretáceo Superior. As datações absolutas dão um intervalo de idade de 72-95 milhões de anos. Este cabo, que foi batizado de "Promontorium Magnum" pelos romanos, situa-se no extremo oeste da parte emersa da Serra de Sintra, o ponto mais ocidental da Europa continental. Esta serra resultou de uma intrusão magmática que dobrou e metamorfizou arenitos e calcários sobrejacentes. Deste evento, resultaram xistos e margas que foram sofrendo processo de erosão que acabou revelando o núcleo de rochas magmáticas, principalmente sienitos e granitos. A vegetação envolvente, constituída por matos com características mediterrâneas, é rica em endemismos, incluindo o cravo-romano (Armeria pseudarmeria), o cravo de Sintra (Dianthus cintranus), a cocleária-menor (Ionopsidium acaule) e a cravinha (Silene longicilia). Estes são ameaçados pelo chorão, originário da África do Sul. A região abriga uma fauna diversificada, como o coelho-bravo (Oryctolagus cunniculus), a raposa (Vulpes vulpes), o sardão (Lacerta lepida), a cobra-de-ferradura (Coluber hippocrepis) e a víbora-cornuda (Vipera latastei). Há ainda aves como a alvéola-branca (Motacilla alba), a felosa-do-mato (Silvia undata) e o pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula). No passado (não geológico), apesar de ser relevante ponto de referência para os navegadores, o Cabo da Roca presenciou grandes naufrágios. Um dos maiores perigos é a pedra da Arca, cerca de 900 m a noroeste do cabo, submersa, mas à flor da água. Algumas vítimas foram as seguintes embarcações: a espanhola Nuestra Señora de la Encarnación em 1611, a portuguesa Santa Catarina de Ribamar em 1636, três navios turcos em 1639, a inglesa HMS Medusa em 1798, a inglesa Lunefeld em 1871, a portuguesa Insulano em 1875, a inglesa Anglia em 1907, a turca Elazig em 1981 e a portuguesa Bolama em 1991. Se você for lá, faça geologia ou turismo por terra.
(Crédito da imagem: geoportal.lneg - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mercado, cooperação, meio ambiente, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

4 de agosto de 2022

Notícias em 04/08/2022

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Flysch Guéthary
Estas dobras (da imagem acima) são encontradas na Praia de Guéthary, no País Basco francês. A origem delas remete à evolução alpina dos Pireneus causada pelo deslocamento da microplaca Ibérica em relação à placa Europeia durante o Cretáceo. Nos Pireneus Bascos, ao longo da linha de costa entre Bidart e Hendaye, encontra-se a bacia de Saint-Jean-de-Luz, cujo material sedimentar foi depositado em condições homogêneas que mudaram ao longo do tempo. No flysch cretáceo da região, a evolução da geometria das dobras e o aumento do volume de fraturas e veios preenchidos com calcita evidenciam um gradiente deformacional para norte ao longo da costa basca francesa. O flysch do norte dos Pireneus foi deformado do Cretáceo ao Oligoceno. Pertencente ao Grupo Turbidítico Carbonatado, o Flysch Guéthary do Coniaciano Inferior ocorre na bacia de Saint-Jean-de-Luz, sendo reconhecido como flysch calcário com sílex. Há cerca de 88 milhões de anos, em um mar profundo de mais de 1.000 m, estas rochas foram depositadas devido a uma sucessão de avalanches submarinas. O Flysch Guéthary possui 600 a 800 m de espessura e é composto de calcarenitos e calcissiltitos (com sílex) intercalados com camadas margosas. Em seus turbiditos predominam sedimentação bioclástica. As camadas, inicialmente horizontais, foram deformadas na colisão das placas tectônicas, produzindo dobras na rocha soterrada e já endurecida. A elevação dos Pireneus permitiu então o afloramento destas rochas dobradas que podem ser observadas nas falésias da costa basca, especialmente na Praia de Guéthary. O nome desta praia deriva do basco "getaria", que vem do latim "cetaria" significando de "lugar de salga" e revelando sua história. Em Guéthary, os romanos, na antiguidade, construíram uma instalação para processamento de pescado.
(Crédito da imagem: BaptisteGomb - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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projeto, mineração, barragem, petróleo, mercado, política, justiça, energia alternativa, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

25 de julho de 2022

Notícias em 25/07/2022

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Dobras caledonianas
Estas dobras são encontradas em Saltstraumen, um pequeno canal natural nas proximidades de Bodø, no norte da Noruega. Elas pertencem ao Grupo Bodø e são constituídas predominantemente por biotita xistos quartzo-feldspáticos que gradam, ao aumentar a quantidade de calcita, para mármores impuros. Elas são cortadas por veios tardios de quartzo e pegmatito. O Grupo Bodø sofreu vários períodos de deformações que produziram complexos dobramentos durante a Orogenia Caledoniana. Há 490-390 milhões de anos, esta orogenia foi produto da colisão das placas tectônicas Laurentica, Avalonia e Báltica, ou somente Laurentica e Báltica no caso da Escandinávia. Houve uma colisão acrecionária como a que acontece na costa do Chile atualmente. Assim, a subducção da placa Laurentia, após o fechamento do Oceano Iapetus, produziu uma área com rochas metamórficas conhecida como Cinturão de Dobras Caledoniano. A cunha acrecionária, entre Laurentia e Báltica, consistiu principalmente de areia e lama. Na subducção, formaram-se também outros sedimentos, como calcários a partir de bancos de calcita ao largo da costa. Alguns destes sedimentos sofreram metamorfismo de fácies xisto azul, sob baixas temperaturas e altas pressões. Outros foram afetados por metamorfismo de fácies xisto verde, com temperaturas mais elevadas e pressões relativamente mais baixas. Quando a colisão chegou ao final e a subducção cessou, ocorreu metamorfismo de fácies anfibolito. A cunha acrecionária foi comprimida e contorcida e as rochas derreteram através de anatexia, processo metamórfico que acontece com elevadas temperaturas em grandes profundidades. Algumas delas, altamente metamorfisadas, foram espremidas de volta à superfície, sofrendo metamorfismo regressivo. Na imagem acima, a estratificação proeminente foi causada por erosão diferencial, quando provavelmente houve dissolução das camadas ricas em mármore. Como a vida imita a arte (desta vez, a arte geológica), nas proximidades de Bodø, uma corrente é produzida pela maré que é considerada a muito forte do mundo causa redemoinhos na água do canal de Saltstraumen. Formam-se turbilhões muito semelhantes às dobras caledonianas.
(Crédito da imagem: Battleboy - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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mineração, barragem, petróleo, mercado, infraestrutura, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, ciência espacial, eventos e outros.

16 de julho de 2022

Notícias em 16/07/2022

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A Terra Antiga em Jack Hills
Esta formação rochosa está localizado ao norte de Perth, na Austrália Ocidental. É um cinturão com aproximadamente 80 km de extensão com rochas supracrustais dobradas e metamorfizadas, derivadas principalmente de sedimentos siliciclásticos de granulação fina, sedimentos químicos e rochas máficas/ultramáficas menores. A porção siliciclástica teria sido depositada em ambientes aluviais fan-delta com base na repetição de sequências ascendentes consistindo em conglomerado basal, arenito de grão médio e arenito de grão fino. A presença de andaluzita, cianita e cloritóide sugere que as rochas siliciclásticas experimentaram metamorfismo desde fácies de xisto verde até fácies de anfibolito inferior. Atualmente, as rochas avermelhadas com estratificação subvertical são encontradas erodidas em uma região remota e árida (imagem acima) com paisagem de vegetação esparsa. Jack Hills faz parte do Terreno Narryer do Arqueano, que ocupa uma área de 30.000 km² no canto noroeste do Cráton Yilgarn do Arqueano na Austrália Ocidental. Narryer é um das maiores porções intactas de crosta continental antiga da Terra, com suas rochas ígneas metamorfizadas com datações que chegam a 4,404 bilhões de anos, a idade do zircão de Jack Hills. Na verdade, as rochas de Jack Hills são do Arqueano, tendo cerca de 3,4 bilhões de anos. Esta idade é indicada pela borda dos cristais de zircão, que representam um crescimento posterior em elevadas temperaturas de um cristal cuja parte interna tem 4,404 bilhões de anos e constitui o material mais antigo já encontrado na Terra. A topografia baixa e esculpida pela erosão de Jack Hills não é tão impressionante quanto a de outras cordilheiras da Terra, o destaque fica por conta das datações realizadas em suas rochas e cuja história pode ser resumida assim. Em 1983, foram descobertos quartzitos de fácies granulito contendo zircões detríticos com idade de 4,150 bilhões de anos. Em 1986, trabalhos subsequentes encontraram, em fácies de xisto verde, grãos de zircão com idade de 4,276 bilhões de anos. E uma reinvestigação nos zircões desta mesma rocha identificou um grão que cristalizou há 4,404 bilhões de anos. Além disto e o mais interessante é que estudos de isótopos de oxigênio indicam crescimento dos cristais de zircão em rochas previamente submetidas à interação com água líquida superficial. Isto levou à hipótese de uma Terra primitiva fria e úmida. Estas informações parecem contradizer as teorias de que os primeiros 500 milhões de anos da Terra foram violentos e caóticos, com um vulcanismo sem fim em uma superfície borbulhante de magma bombardeada por meteoros. Afinal, o nome Hadeano foi inspirado em um cenário de violência associado a Hades, o deus grego do submundo. Para um Hadeano mais gentil naquela Terra primitiva, as questões levantadas dizem respeito à existência precoce de oceanos e de movimentos de placas tectônicas. Dados de lutécio-háfnio são consistentes com o protólito de Jack Hills ser uma rocha ígnea intermediária a máfica, podendo ter sido formada a partir da consolidação de um oceano de magma há 4,45 bilhões de anos.
(Crédito da imagem: Shire of Murchison - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6 - fonte7)

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8 de julho de 2022

Notícias em 08/07/2022

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Old Man de Hoy
Esta é uma pilha marinha (à direita na imagem acima) localizada nas proximidades da Baía de Rackwick da Ilha de Hoy, em Orkney, na Escócia. Um esboço desta formação rochosa foi feito em 1819 pelo pintor de paisagens, o inglês William Daniel (1769-1837). Ele desenhou uma coluna mais larga, tendo um arco na base dando a aparência de pernas e compondo a figura interpretada como um homem velho. Na verdade, Old Man é geologicamente jovem, pois não tem mais que 400 anos como pilha marinha. A história destas rochas, no entanto, é mais antiga, tem início há 400 milhões de anos no Lago Orcadie, um grande lago de água doce que cobria uma área desde a costa sul de Moray Firth até o norte de Shetland, na Escócia. Após este lago desaparecer, restou uma sequência sedimentar acima de um basalto escuro constituída por camadas alternadas de arenito macio, arenoso e pedregoso, assim com outras mais resistentes pertencentes ao Old Red Sandstone Superior. Este é o perfil dos blocos de rocha que se vê nas falésias de Hoy. O arenito vermelho do Devoniano foi formado em planícies de deserto de 380-370 milhões de anos atrás, quando a Escócia ficava ao sul do Equador em um imenso continente desértico. Hoje, estas rochas estão sob constantes ataques das águas do Oceano Atlântico, ao norte do Equador. Além das ondas, os ventos também são impiedosos, acontecendo vendavais durante 29 dias por ano em média na região. O resultado é uma erosão rápida, em termos geológicos, que teima em procurar pontos fracos na estrutura rochosa para conseguir abrir rachaduras e falhas. Ao longo de centenas de anos, muitas alterações geomorfológicas aconteceram. Old Man surgiu como uma pequena dobra no litoral formando um promontório. Ele é visível em mapas de 1600 e de 1750. O promontório transformou-se em um arco que acabou desabando e fazendo surgir o Old Man do esboço de William Daniel. Hoje, com 137 m de altura, 30 m de largura na base e uma perna só, Old Man dista 60 m do continente e neste espaço há um abismo repleto de detritos. A erosão continua e a vida de Old Man corre perigo. Em 1992, no topo de sua face sul, surgiu uma fenda vertical de 40 m a ameaçar sua seção superior, enquanto sua base é atacada pelo mar. A previsão, porém, é de que ele resistirá ainda por muitos anos. Enquanto isto, ele e o restante de Hoy fornecem informações sobre os ambientes do Devoniano, da Bacia Orcadiana e do Old Red Sandstone.
(Crédito da imagem: Paul Stephenson - fonte1 - fonte2)

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5 de julho de 2022

Notícias em 05/07/2022

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Cavernas de Kleftiko
Estas cavernas estão localizadas em Kleftiko, no sudoeste do Arquipélago de Milos, na Grécia. Milos faz parte do Arco Vulcânico do Mar Egeu do Sul, que resultou da subducção da placa tectônica Africana sob a Euro-asiática. O arquipélago foi formado por vulcanismo através de sucessivos depósitos que foram sendo estratificados ao longo do tempo. Esta atividade vulcânica teve início há 3,5 milhões de anos e durou por 90.000 anos, com vários centros eruptivos e, em tempos mais recentes, ocorreram eventos freáticos esporádicos. Formaram-se depósitos vulcânicos ricos em minerais, tendo sido minerados desde a antiguidade. Há evidências arqueológicas que indicam que a ilha foi habitada desde o início da Idade do Bronze, por volta de 3000 aC. Já foi encontrada obsidiana datada do período mesolítico. Milos é importante fonte de perlita, extraída em minas a céu aberto desde a década de 1950. Enxofre também foi explorado desde os tempos dos antigos gregos até 1958, quando passou a ser obtido como derivado do petróleo. As cavernas de Kleftiko foram esculpidas em tufos pela erosão eólica e marinha e já serviram de abrigos para piratas esconderem seus barcos.
(Crédito da imagem: dronepicr - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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petróleo, produção, mercado, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, eventos e outros.

1 de julho de 2022

Notícias em 01/07/2022

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Cavernas de Batu
Estas cavernas estão localizadas no estado de Selangor, na Malásia, ao norte de Kuala Lumpur. Batu (cujo nome significa "rocha") dá nome ao Rio Sungai Batu que corre próximo a estas cavernas. Elas se situam em um afloramento de calcário formando torres cársticas que se elevam a mais de 250 m acima do Vale Klang. São chamadas também pelos nomes de Bukit Batu, Gua Batu, Gowa Batu ou Cavernas de Kuala Lumpur. As colinas são conhecidas como Batu Malai. Na tradição dos povos Temuan e Malai, elas eram originalmente um navio que acabou petrificado. As rochas destas cavernas são constituídas por calcário acinzentado a branco leitoso, espesso, incluindo mármore descascado, dolomita sacaroidal e calcário puro. São de idades que variam do Siluriano Médio-Superior ao Mesozóico. As cavernas receberam a primeira visita documentada em 1878 e desde então têm sido objeto de muitas pesquisas, principalmente biológicas. Na década de 1970, surgiram preocupações sobre a possível perda de alguns salões devido à exploração do calcário ao redor da base da colina. Em 1981, as pedreiras foram interrompidas. O salão principal tem cerca de 90 m de altura e mais de 365 m de extensão, com pequenas aberturas por onde entra a luz natural. Atualmente, são reconhecidas 20 cavernas separadas e 17 câmaras conectadas. Durante o apogeu da época colonial da Malásia, antes da construção dos atuais degraus (que se vê na imagem acima), as cavernas Batu eram usadas para piqueniques de casais britânicos. Constituída em 1930, a Reserva das Cavernas de Batu tem se transformado em um parque de recreação pública para escaladas, saltos e exploração das cavidades cársticas. De qualquer modo, desde 1891, estas colinas e as cavernas são um sagrado santuário hindu. Ali vivem macacos de cauda longa que se divertem roubando óculos, câmeras e lanches dos turistas. Em 2006, foi construída a estátua de concreto de mais de 40 m de altura do deus hindu Murugan que se vê em destaque na imagem acima. Em 2007, Batu foi inscrito como Patrimônio Cultural no Registro do Patrimônio Nacional. Sua localização urbana tem causado preocupação devido à inevitável interferência humana. Durante o Thaipusam ("o mês tâmil Thai da estrela Pusam"), em fevereiro ou janeiro, uma celebração anual do triunfo do bem sobre o mal é realizada pela comunidade tâmil. Centenas de milhares de peregrinos sobem os 272 degraus carregando kavadis (fardos simbólicos com frutas, flores ou leite) e ostentando elaborados piercings em bochechas e línguas. São momentos em que é lembrada a vitória de Murugan sobre o demônio Surapadman. Também são agradecidos os favores recebidos e antecipados novos pedidos para o futuro em um ritual acompanhado de jejum que induz o estado de transe apropriado.
(Crédito da imagem: Chainwit - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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petróleo, mercado, fiscalização, política, justiça, água, energia alternativa, meio ambiente, mineralogia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, conhecimento, eventos e outros.

23 de junho de 2022

Notícias em 23/06/2022

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Cascata da Usina
Esta cachoeira, localizada no município de Nova Prata, RS, é abastecida pelas águas do Rio da Prata. Sua queda d'água de 45 m encontra, ao final, um poço de cerca de 7 m de profundidade encravado em leito de basalto. O local é cercado por vegetação nativa entremeada com aquela rocha vulcânica. Nova Prata é conhecida como a "Capital Nacional do Basalto". A extração é intensa na região, abrangendo cerca de 17 municípios com mais de 400 pedreiras em operação, geralmente em escala familiar. Nova Prata nasceu a partir de pequena colônia de imigrantes italianos e cresceu com a produção das pedreiras, principalmente de "lajes" do basalto da Formação Serra Geral. As porções média e superior desta unidade apresentam feições de resfriamento com poucas disjunções colunares e com boa resistência mecânica, o que a torna adequada como material de construção. Na verdade, este "basalto" é um riolito, rocha vulcânica com baixo teor de ferro e magnésio e alto teor de sílica. Em torno de Nova Prata, é notável a ocorrência de fraturas sub-horizontais bem desenvolvidas com intervalos de 5 a 30 cm no riolito. Elas favorecem a extração, concentrando as pedreiras na região desde o início do século XX. Além das pedreiras, caracterizam Nova Prata, o Complexo Hidrotermal Caldas de Prata (cujas águas provém do Aquífero Guarani) e a Cascata da Usina, que tem seu nome devido a uma usina inaugurada em 1937. Ela foi construída para geração de energia elétrica que faltava na região e que, hoje, abastece o Complexo Hidrotermal.
(Crédito da imagem: Rafaela Ely - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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25 de maio de 2022

Notícias em 24 e 25/05/2022

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Brecha vulcânica de Papôa
Este tufo-brecha ocorre em Papôa, uma pequena península no Cabo Carvoeira, no Concelho de Peniche, distrito de Leiria, Portugal. É constituído por um material fino extremamente alterado, que corresponde a cinzas vulcânicas lapidificadas e engloba bombas vulcânicas, bagacina (ou lapilli) e fragmentos irregulares de diversos tipos de rocha das paredes da chaminé vulcânica. Entre estes fragmentos se destacam grés feldspáticos, calcários, basaltos e cherts, além de granitos com feldspato róseo e gnaisses. O tamanho dos fragmentos é variável, desde pequenos clastos até blocos de grandes dimensões. As bombas vulcânicas, relativamente abundantes e de dimensões variáveis, são caracterizadas por apresentarem perfeição no seu contorno. Constituem-se muitas vezes de um núcleo de granito ou gnaisse envolvido por uma capa de material magmático alterado e, em alguns exemplares, com extremidades retorcidas pelo movimento rotacional da lava durante o seu percurso aéreo. O tufo-brecha é limitado a noroeste e a sudeste por falhas normais paralelas. Este controle estrutural associado às características piroclásticas sugere que esta formação representa muito provavelmente o que restou de um cone vulcânico conservado pelo seu colapso parcial. Por outro lado, a intensidade das explosões deve ter sido bastante forte para justificar que tivessem sido arrancados grandes blocos rochosos.
(Crédito da imagem: greatwest - fonte)

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10 de maio de 2022

Notícias em 10/05/2022

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Gruta Rei do Mato
O Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, instituído em 2009, está localizado no município de Sete Lagoas, em MG. Pertence à Rota Peter Lund, que é um circuito turístico da Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa, próxima a Belo Horizonte. Nesta área ocorrem formações de estalagmite e estalactite raras no mundo. Podem ser encontradas também feições superficiais como paredões calcários lineares, maciços rochosos aflorantes ou parcialmente encobertos, lagos associados às dolinas ou em planícies rebaixadas e canais subterrâneos e sumidouros. O nome da rota foi dado em homenagem ao pesquisador dinamarquês Peter W. Lund, atuante nas áreas de arqueológica e paleontológica, que descobriu muitas cavernas na região, com registros a partir de 1840. Em 1973, a Sociedade Excursionista e Espeleológica realizou o primeiro mapeamento documentado da Gruta Rei do Mato. Na origem deste nome, há duas versões para aquele que os residentes na região passaram a chamar de "rei do mato". Em uma delas, dizem que em meados da década de 1930 teria sido avistado um homem alto, loiro, de cabelos e barbas longas nas proximidades da gruta e da floresta em volta dela. Em outra versão, o "rei do mato", conhecido como Milito Pato, seria magro, moreno, de cabelos curtos. Ele teria feito seu lar no primeiro salão da gruta. O que se sabe realmente é que a Gruta Rei do Mato tem uma extensão de 998 metros, mas somente 220 metros estão abertos à visitação. A paisagem é composta de formações remanescentes do cerrado, incluindo campos limpos, campos sujos e cerrado stricto, e também da mata atlântica, representada por floresta estacional semidecidual. Quanto à flora, as espécies mais encontradas são ipê amarelo, bromélia do cerrado, gonçaleiro, pindaíba-vermelha, peroba-rosa, macaúba, coco-de-quaresma, araticum e mandiocão. Na lista de espécies ameaçadas da fauna no Carste de Lagoa Santa, estão incluídos o rato-do-mato, o gato-maracajá e o rato-da-árvore.
(Crédito da imagem: viagensecaminhos - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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