Em breve:
Uma história climática da Terra - Parte 5 - Cenozoico

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15 de dezembro de 2022

Notícias em 15/12/2022

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Arquipélago de Socotra
O Arquipélago de Socotra (ou Socotorá) é constituído por quatro ilhas, incluindo Socotra (95% da área terrestre do arquipélago) e outras três menores, Abd Al Kuri, Samha e Darsa, além de duas pequenas pilhas de rochas marítimas. Está situado no norte do Oceano Índico, na costa sudeste do Iêmen e suas ilhas são separadas por mares relativamente rasos, mas entre elas e o continente africano há uma trincheira profunda, ainda que estreita.
A plataforma de Socotra é formada por embasamento do Pré-Cambriano submerso. Constitui uma microplaca de granito de origem continental, com 700-800 milhões de anos de idade, como parte do continente afro-árabe. O arquipélago corresponde a antigo fragmento da parte central do Gondwana e ficava relativamente perto da Índia, até que eventos tectônicos do Mesozoico levaram ao rompimento do Gondwana Oriental. A Plataforma Socotra permaneceu próxima do sul da Arábia até o rifting oceânico do Golfo de Aden no Oligoceno-Mioceno. Cerca de seis milhões de anos atrás, o pequeno pedaço de terra se aproximou do lado da Península Arábica e foi quebrado em quatro ilhas, formando o arquipélago. As flutuações do nível do mar provavelmente permitiram uma ligação terrestre entre as ilhas e o Chifre da África em vários momentos, particularmente durante as glaciações dos últimos 150.000 anos.
Socotra consiste de rochas graníticas que afloram nas Montanhas Haggeher, que se formaram como parte do complexo do embasamento do Pré-Cambriano. Margeando as Haggeher, há planaltos de calcário com até 1.000 m de altitude (no caso do Planalto Diksam). Estes calcários foram depositados durante várias transgressões marinhas no Cretáceo, no Paleoceno e no Eoceno. Eles predominam na Ilha de Socotorá com áreas fortemente carstificadas e extensos sistemas de cavernas. No centro (Bacia de Zahr), no sul (Planície de Noged) e no norte da ilha, estes planaltos são limitados por planícies costeiras compostas por areias quaternárias e recifes de coral elevados. As ilhas menores são constituídas principalmente por falésias calcárias.
Nos últimos seis milhões de anos, um ecossistema único surgiu no arquipélago, fazendo-o merecer o apelido de "Galápagos do Oceano Índico". Mais de 30% das plantas, 90% dos répteis e quase todos os moluscos não podem ser encontrados em nenhum outro lugar do mundo. Apesar do seu isolamento, este arquipélago é habitado desde a antiguidade. Uma ruína de cidade, datada do Século II, foi encontrada na Ilha de Socotra.
A característica principal do Arquipélago de Socotra são as árvores suculentas e tolerantes à seca, como a "Sangue de Dragão", que parece um disco voador invertido, e a Adenium socotranum, que parece uma pata de elefante (vistas na imagem acima), crescem em planaltos rochosos de granito e calcário, contribuindo para o paisagismo. Aves como o estorninho de Socotra, o pássaro solar de Socotra e o grosbeak de Socotra, como os nomes indicam, são endêmicos. Os morcegos são o único mamífero nativo da ilha.
(Crédito da imagem: Straight - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
mineração, barragem, petróleo, produção, mercado, política, água, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

6 de dezembro de 2022

Notícias em 06/12/2022

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Geleira Fox
A Geleira Fox está localizada no Parque Nacional Westland Tai Poutini, no Vale Fox, na costa oeste da Nova Zelândia.
O Vale Fox é um vale glacial em forma de U, com laterais quase verticais. Em suas partes mais íngremes, estrias glaciais são encontradas em muitas das rochas expostas. Em outros locais, a esfoliação pós-glacial de xistos dissecados produz instabilidade ​​nos locais intemperizáveis. Extensos depósitos de morainas estão presentes e a Geleira Fox ocupa o fundo do vale. Logo a jusante do término da geleira, o Rio Fox se acomoda trançado em uma planície de inundação de 250 metros de largura. Ele entra em uma seção mais confinada na extremidade inferior desta planície por uma extensão 2,5 km, mas volta a se espalhar mais adiante.
Ao longo dos últimos 45 milhões de anos, a colisão entre a placa Australiana e do Pacífico e o deslocamento paralelo (de uma em relação a outra) trouxeram estratos mais profundos de rocha para a superfície. Foi soerguida uma espessura de 20 km de rochas para formar os Alpes do Sul. Somente nos últimos 500 mil anos, a tectônica soergueu as montanhas, ao longo da Falha Alpina, 12 mm por ano, o que equivale ao total de 6 km de elevação neste período todo. 
Simultaneamente a estes movimentos, houve intensos eventos, como dobras, falhamentos e processos metamórficos. Dobras ao longo dos eixos nordeste/sudoeste produziram falhas perpendiculares a estes eixos. Uma destas falhas é evidenciada na parede íngreme de Cone Rock, que se eleva 300 m verticalmente a partir do fundo do Vale Fox. Mais acima neste vale, uma língua da geleira corre entre outras destas falhas, uma delas sob a dorsal Chancellor e outra na parte lateral da geleira.
Estas dobras e falhas criaram áreas de menor resistência que foram encontradas e intensificadas pela erosão. Além disto, falhas verticais e planos de estratificação nas rochas permitem que a geleira movimente enormes blocos ao longo das linhas das falhas.
Grauvacas, de 400-600 milhões de anos, e xistos, de cerca de 150 milhões de anos, são as rochas encontradas na região da Geleira Fox. Os leitos de grauvacas, com espessura mínima de cerca de 10 km, inclinam-se para oeste em ângulo de 15-40º. Os xistos, produzidos por metamorfismo sobre arenitos, posicionam-se subjacentes aos leitos de grauvacas. Imediatamente a leste da Falha Alpina, uma seção maciça dos estratos inferiores de xistos foi inclinada e empurrada para cima pela ação tectônica.
A geleira Fox avança de 4 a 6 metros por dia. A pluviosidade de até 14 metros por ano e sua multiplicada produção de neve resultam em enorme poder erosivo iniciado pelos rios e pelas torrentes das montanhas. Na paisagem desnudada, são encontradas rochas, poeira e detritos. Mesmo a centenas de metros acima da geleira. são encontradas marcas. Ali, parece que ela recentemente passou esmagando e arrancando pedaços de rocha. É um processo que se iniciou na primeira era do gelo na Nova Zelândia, cerca de 500 mil anos atrás.
Durante a Idade do Gelo, o gelo sobre os Alpes do Sul teria sido muito mais espesso e mais extenso do que sua atual cobertura esporádica. Após seu pico em 1890, a Geleira Fox recuou cerca de 2 km. 
Os solos da região são ricos em silicatos e se formam rapidamente, mas são empobrecidos pela lixiviação. Os solos alpinos mais férteis estão nas encostas das colinas, onde o rejuvenescimento ocorre constantemente por meio de processos erosivos. As planícies de inundação aluviais contêm os solos mais férteis, enquanto que moreias, cordilheiras e terraços são muito inférteis.
(Crédito da imagem: Matthias Basler - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
barragem, petróleo, mercado, gestão pública, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, conhecimento e eventos.

1 de dezembro de 2022

Notícias em 01/12/2022

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Cerro de los Siete Colores
Este cerro está localizado em Purmamarca, no departamento de Tubaya da província de Jujuy, na Argentina.
Do Pré-Cambriano ao Cambriano Inferior, rochas da Formação Puncoviscana, de ambiente marinho profundo, sofreram dobramentos e metamorfismo durante a orogenia Assíntia. Simultaneamente ocorreram várias intrusões ao longo da Cordilheira Oriental, uma das subdivisões da Cordilheira Andina. Subsequente soerguimento seguido de erosão e denudação, juntamente com transgressão do Cambriano, produziram a deposição dos sedimentos do Grupo Mesón em ambiente próximo à costa. Eles recobriram em discordância angular as rochas da Formação Puncoviscana.
O pacote predominantemente de conglomerados, arenitos, quartzitos, argilitos e siltitos do Grupo Mesón foi exposto pela ação tectônica e por processos erosivos. Este pacote corresponde a antigos leques aluviais recortados que cobrem a margem direita do vale da Quebrada de Purmamarca e são encontrados no Cerro de los Siete Colores.
As cores destas rochas são produto de lento processo geológico durante uma sedimentação ao longo de milhões de anos envolvendo diversos minerais em várias camadas. Destacam-se as seguintes cores: rosa (em argilitos, fangolitos e arenitos), esbranquiçada (em calcário), marrom e roxo (em arenitos ricos em carbonato de cálcio contendo chumbo), vermelha (em argilitos contendo ferro), verde (em filitos e ardósias contendo óxido de cobre), marrom terroso (em fanglomerados contendo manganês) e amarelo mostarda (em arenitos calcários contendo enxofre).
Uma teoria alternativa para a origem das cores do cerro está fundamentada em antigo tédio das crianças da aldeia com a cor opaca da paisagem. Então, em 7 noites seguidas, elas usaram uma rica paleta de cores de forma criativa.
O nome Purmamarca, no idioma aymara poderia ser traduzido como "aldeia de terra virgem" ou "aldeia do deserto". É composto por "purma" ("campo sem sementes" ou "deserto") e "marca" ("aldeia").
Por volta do ano 1470, a região fez parte do Império Inca, quando diversos grupos de indígenas viviam da agricultura de irrigação. Entre 1535 e 1600, aconteceram os primeiros contatos com a colonização espanhola. Estabeleceram-se, então, grandes propriedades que evoluíram com força de trabalho indígena. Com a independência da Argentina, em 1816, começou o declínio econômico e agrícola da região devido principalmente ao êxodo rural.
(Crédito da imagem: Augusto Sarita - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6)

Assuntos do dia
danos, barragem, mercado, gestão pública, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

25 de novembro de 2022

Notícias em 25/11/2022

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A Cerdanha e os Pirineus Orientais
A Cerdanha (Cerdanya em catalão, Cerdaña em espanhol e Cerdagne em francês), drenada pelo Rio Sègre, faz parte do alto vale dos Pirineus, a leste de Andorra. Há uma parte espanhola (na província de Girona) e outra francesa (nos departamentos dos Pirineus Orientais e Ariège).
A história dos Pirineus é influenciada por quatro eventos tectônicos:
(i) formação da Cadeia Varisca (há 350-300 milhões de anos), como consequência da colisão do Larússia com o Gondwana, causando dobramentos e metamorfismo (em argilitos, calcários e granitos transformados em xistos, mármores e ortognaisses), além de formação de cúpulas migmatíticas;
(ii) abertura do Golfo de Biscaia (há 110-65 milhões de anos), em conjunto com a abertura do Atlântico Norte, provocando a rotação da Península Ibérica, a separação desta em relação ao Maciço Armoricano e a deposição de margas entre os dois;
(iii) colisão das placas tectônicas Europa e Iberia, que entra em subducção para o norte (há 65-36 milhões de anos), dando origem à cadeia Pirineu-Provençal em duas direções, para o norte no lado francês e para o sul no lado espanhol; e
(iv) abertura do Golfo de Leão, com rotação do bloco Corso-Sardenha e soerguimento da região na finalização da cadeia dos Pirinéus Orientais (há 30-5 milhões de anos).
Os Pirineus Orientais são constituidos por rochas de idades contrastantes, desde granitos de 600 milhões de anos até depósitos do quaternário junto à costa do Mediterrâneo. Suas rochas podem ser agrupadas em:
(i) rochas de mais de 250 milhões de anos, incluindo granitos, gnaisses, xistos e mármores;
(ii) rochas entre 250 milhões e 85 milhões de anos, incluindo calcários e margas; e
(iii) rochas de menos de 65 milhões de anos, presentes também na Cerdanha, incluindo depósitos sedimentares do Mioceno e depósitos glaciais do Quaternário.
Na Cerdanha, é encontrada uma bacia de colapso que foi preenchida no Tortoniano (Mioceno Superior) com variados sedimentos flúvio-lacustres datados por fósseis abundantes. Em espessura de cerca de 1.000 m, há registro de 10 milhões de anos de história geodinâmica tortoniana e pós-tortoniana, envolvendo uma sucessão de processos de extensão, compressão, erosão e soerguimento. Entre suas rochas, é encontrada a série Turoliana, com margas e conglomerados vermelhos, além de folhelhos, arenitos e ainda outras rochas.
Ao fundo, na imagem acima, aparecem os Pirineus Orientais, vistos de um local próximo à cidade de Llívia. Esta cidade, que fica na parte francesa da Cerdanha, no entanto, é espanhola. Ela foi capital da Cerdanha até o século XII. Em 1659, a Espanha cedeu 33 comunidades da Cerdanha à França, mas manteve Llívia, conforme ficou determinado pelo Tratado dos Pirineus assinado naquele ano.
(Crédito da imagem: escapadaambnens - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
barragem, mercado, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, ciência espacial, eventos e outros.

22 de novembro de 2022

Notícias em 22/11/2022

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Pontal de Sernambetiba
Também conhecido como Pedra do Pontal ou Pontal do Recreio, esta formação rochosa está localizada na Baixada de Jacarepaguá, nas proximidades do Posto 12 da Praia do Recreio dos Bandeirantes (ou Praia da Macumba), no Bairro do Recreio dos Bandeirantes do Rio de Janeiro, no RJ. Foi tombado pelo município em 1983.
Está ligado ao continente através de um tômbolo, ou seja, uma feição deposicional provocada por erosão causada pelas ondas do mar. Tômbolos ficam visíveis durante a maré baixa. Na maré alta, o Portal de Sernambetiba se converte em uma ilha com suas paredes quase verticais. Seu cume, no entanto, pode ser alcançado com menor dificuldade a partir da praia, na maré baixa.
O Pontal de Sernambetiba é constituído por ortognaisse da unidade Granito Pedra Branca da Suíte Suruí. É uma rocha essencialmente granítica que evoluiu ao longo de tendência calcioalcalina. Está relacionado a faixas orogênicas de maior deformação e faz parte de grande corpo localizado na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o Maciço da Pedra Branca. Seus minerais máficos incluem biotita, hornblenda, allanita e titanita.
Do seu topo, com altitude de 125 m, é possível avistar a Pedra Bonita, a Pedra da Gávea, o Parque Ecológico Chico Mendes, a Floresta da Tijuca e a Ilha das Palmas, além da Praia do Recreio, da Barra da Tijuca e da Baixada de Jacarepaguá.
Este pontal também é conhecido como "Pontal Tim Maia" porque este artista escreveu e cantou a música "Do Leme ao Pontal", como um tributo à beleza das praias cariocas
O nome "sernambetiba" (em tupi) significa coletivo de "sernambi", que é a contração de "seruru-nambi" (também em tupi), isto é, um mexilhão que tem forma de orelha.
(Crédito da imagem: Filipo Tardim - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6 - fonte7)

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18 de novembro de 2022

Notícias em 18/11/2022

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Pedra Furada
Esta formação rochosa, que lembra uma grande esponja feita de pedra, está localizada no distrito de Setúbal, em Portugal.
Consiste em um morro rochoso de arenito ferruginoso do Plioceno, com cerca de 12 m de comprimento, 8 m de largura e 18 m de altura. Contém inúmeros tubos verticais de secção arredondada ou irregular, de 3 a 20 cm de diâmetro, compostos por concreções ferruginosas, geralmente ocos, contendo areia solta. São visíveis, nesta rocha, estruturas de estratificação oblíqua planar e várias superfícies intraformacionais de duricrostas. Na base, há uma gruta, idêntica às de ambiente cárstico, e seu teto contém numerosos tubos, alguns oblíquos e outros horizontais. A morfologia peculiar e a ferruginização da Pedra Furada são atribuídas ao escape de águas contidas nas areias finas. A Pedra Furada se destaca no terreno arenoso que a circunda e que também resulta da consolidação de areias por hidróxido de ferro.
Em 1837, Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855), o barão de Eschwege, realizou a primeira descrição da Pedra Furada e escreveu "... é devida a vegetais que foram envolvidos nas dissoluções ferruginosas a roda delas mais que em outras partes, apodrecendo com o tempo o seu núcleo vegetal, tomando o seu lugar uma areia fina que se introduziu pelo orifício e apresentando-se por fim como como configuração de canudos debaixo de diferentes formas...".
Em "Comunicações dos Serviços Geológicos", de 1916, é possível ler que "a Pedra Furada é um exemplar geológico muito raro senão único e que deve, por isso mesmo, ser conservado à vista de todos os visitantes ilustrados". Havia já a preocupação de vandalismos e a orientação de "que nela procurem a explicação do modo como se formou". Em 1978, foi classificada como lapiás.
Desde 2003, esta rocha foi integrada ao Museu Nacional de História Natural de Portugal.
Durante a invasão espanhola de 1580, havia o medo de os setubalenses fossem abandonados pelos governantes portugueses. Para tranquilizar a população, um deles disse: "que os buracos da Pedra Furada aumentem se a gente vos deixar ficar sós". No entanto, os setubalenses foram abandonados e sucumbiram às tropas espanholas. Os buracos da Pedra Furada aparentemente não aumentaram desde então, mas há quem garanta que em sua gruta vive a Moura Encantada que, por vezes, aparece sob a forma de uma serpente.
(Crédito da imagem: Acscosta - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, barragem, petróleo, mercado, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, conhecimento, ensino, eventos e outros.

14 de novembro de 2022

Notícias em 14/11/2022

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Curling e Ailsa Craig
Curling é uma modalidade esportiva semelhante à bocha, sendo conhecida também como "xadrez do gelo" por ter quase a mesma complexidade deste jogo de tabuleiro. O Curling consiste em lançamentos de pedras de maneira que a posição das mesmas deem aos competidores mais ou menos por pontos. O Canadá é a principal potência deste esporte, mas a Escócia é o berço do Curling.
As pedras de Curling devem absorver muito pouca água, pois ela pode congelar, expandir, fraturar grãos minerais e produzir buracos. Tais buracos, nas pedras, tornam a superfície rugosa e o deslizamento delas no Curling fica comprometido, diminuirá o desempenho dos atletas em uma competição. Por esta razão, estas pedras precisam ser constituídas de um granito especial que é encontrado em poucos locais da Terra, como a pedreira de Granito Trefor, na costa do País de Gales, e Ailsa Craig.
Ailsa Craig é uma pequena ilha de 99 ha, com cerca de 1,2 km de diâmetro, com falésias que se elevam até 340 m de altitude. Está localizada na parte externa do estuário de Firth, na costa oeste da Escócia. O que se vê hoje é o que restou de um plutão magmático que fica dentro dos limites projetados do Midland Valley e tem cerca de 61 milhões de anos. É constituído por arfvedsonita-aegirina-microgranito rico em álcalis, que foi intrudido por enxames de diques verticais de olivina-dolerito toleítico a alcalino (crinanítico) com margens basálticas. As rochas alcalinas que formam estas intrusões possuem grande resistência e estabilidade química e, portanto, sobrevivem à erosão para formar feições topográficas proeminentes. Estas características talvez expliquem em parte a sobrevivência de blocos erráticos levados por transporte glacial e encontrados até 500 km distantes da Ilha Ailsa Craig. Também são estas qualidades do seu microgranito, que são muito apreciadas no Curling.
Desde 1851, a Kays of Scotland fabrica pedras de Curling a partir dos granitos Ailsa Craig. Desde 1924, abastece os Jogos Olímpicos de Inverno e, desde 2006, é fornecedora exclusiva para estes mesmos jogos.
Indiferentes a tudo isto, inúmeras aves marinhas nidificam nas falésias de Ailsa Craig. Enormes colônias de gansos se concentram nas mais altas costas a oeste e sul da ilha e, além deles, estão sempre presentes guillemots, razorbills, kittiwakes e uma variedade de outras espécies.
(Crédito da imagem: August Schwerdfeger - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, barragem, petróleo, mercado, infraestrutura, meio ambiente, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

26 de outubro de 2022

Notícias em 26/10/2022

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Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido
Este parque está localizado nos Pirenéus, na província de Huesca, em Aragão, na Espanha. A imagem acima mostra, neste parque, no Vale de Ordesa, o circo glacial de Soaso, uma espécie de bacia rochosa de formato semicircular e o Monte Perdido (ao fundo).
Em 1918, este vale foi declarado Parque Nacional por decreto do Rei da Espanha. Em 1982, houve uma reclassificação que incluiu o Monte Perdido e outros locais, sendo então criado o Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido. Em 1997, este parque foi incluído na Lista do Património Mundial da UNESCO, como "Pirineus - Sítio Monte Perdido".
Quanto à geologia, na região, destacam-se os relevos cársticos e os vales profundos, além de cânions de origem glacial. A extrema aridez dos altos planaltos calcários contrasta com os vales verdes arborizados e as cachoeiras. 
Os Pireneus constituem um cinturão orogênico alpino produzido pela colisão entre a Microplaca Ibérica e a Placa Europeia. Possui 435 km de comprimento, com tendência leste-oeste, separando a Península Ibérica do restante da Europa continental. Sua elevação aumenta gradualmente do Oceano Atlântico até sua porção central, onde é mais uniforme. Continua assim até brusca queda na topografia nas proximidades do Mar Mediterrâneo.
Devido à complexidade, a zona sul dos Pirenrus é subdividida em Serras Externas (ou Pré-Pirineus) e Serras Interiores. Nestas segundas, compostas principalmente por calcários, com importantes intercalações de arenitos e calcários margosos, do Cretáceo ao Eoceno, é encontrado o Monte Perdido, com 3.355 m de altitude. Neste maciço, empilharam-se dobras cavalgantes ao sul sobrepostas em sucessivos estratos deslizantes. 
Durante o último ciclo glacial, as geleiras do flanco sul dos Pirineus se estendiam por 20 a 30 km e desciam a altitudes mínimas de 800 m. No entanto, mesmo sendo menos intensas que as geleiras de outros flancos dos Pirineus, elas esculpiram vales profundos e cânions, especialmente no Monte Perdido, onde há rochas sedimentares mais facilmente erodidas.
O Monte Perdido, o mais elevado maciço calcário da Europa, é intensamente carstificado e, portanto, esculpido em profundos cânions. Geralmente, não é possível determinar, dentre as ações fluvial, glacial ou meramente cárstica, qual teria maior influência na formação destes cânions. Tanto na face norte como na face sul do Monte Perdido, observa-se uma sucessão ininterrupta de circos glaciais, como o Soaso (da imagem acima). A partir destes circos, as massas de gelo desceram em grandes cascatas com "seracs" (enormes blocos de gelo) para se concentrar nos vales, onde deixaram formas claras de calhas e modelaram algumas bacias de sobre-escavação, provavelmente de origem glaciocárstica.
No Monte Perdido, na altitude de 2.804 m está localizada a chamada "Passagem de Roland" ("Brèche de Roland" em francês e "breca Roldán" em aragonês), com 40 m de largura entre falésias com alturas de cerca de 100 m. Conta a lenda que esta passagem, que permite atravessar os Pirineus, entre a França e a Espanha, foi aberta, durante a batalha de "Roncevaux" ("Roncesvalles" em espanhol), no ano de 778. As forças bascas emboscaram o exército do rei dos francos e dos lombardos e futuro imperador romano Carlos Magno (742-814), que havia invadido a Península Ibérica. Um dos comandantes da tropa francesa, chamado Roland, sobrinho de Carlos Magno, foi transformado em "modelo de estado de espírito" para os futuros cavaleiros. Dentre as diferentes histórias contadas, uma delas diz que Roland bateu sua espada mítica contra as rochas para destruí-la de modo que ela não caísse em mãos bascas. Bateu repetidas vezes e com tanta força que acabou abrindo a famosa "Passagem de Roland". Os geólogos, no entanto, acreditam que ela é uma feição natural associada às falésias íngremes do circo glacial de Gavarnie.
(Crédito da imagem: Patrick Rouzet - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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25 de outubro de 2022

Notícias em 25/10/2022

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Eolianitos do CE
Eolianito é uma rocha formada pela litificação de depósito eólico através da cimentação de seus grãos, principalmente através da dissolução de fragmentos de conchas por carbonato e sulfato de cálcio. Em alguns casos, a partir dos níveis mais altos nas dunas, há percolação da água per descensum até atingir o lençol freático, com consequente precipitação como cimento. Os eolianitos têm papel importante na conservação das linhas de costa e ocorrem desde regiões equatorianas até aquelas de 40 graus de latitude.
Os Eolianitos do CE estão distribuídos, de forma descontínua, ao longo de quase toda a costa noroeste do CE, por 570 km, em faixas que variam de algumas dezenas até centenas de metros de largura. São mais comuns entre as localidades de Pecém e Acaraú e têm boa representatividade das estruturas internas das rochas e dos afloramentos entre Flecheiras e Mundaú.
Formam pacotes do Holoceno, constituídos por rochas arenosas, quartzo-bioclásticas, com cimento de carbonato de cálcio. A cimentação deste material exigiu:
(i) acumulação de carbonato biogênico em ambiente marinho raso e litorâneo;
(ii) rebaixamento relativo do nível marinho, com recuo do mar, expondo os sedimentos da plataforma continental à ação eólica;
(iii) transporte dos sedimentos, com grande conteúdo de carbonatos biogênicos, para a zona costeira, onde, misturados com outros sedimentos, formaram dunas;
(iv) estabilização das dunas, quando a ação das águas pluviais dissolveram os fragmentos de conchas e carapaças biogênicas;
(v) infiltração da água rica em carbonato de cálcio nas dunas;
(vi) evaporação da água próxima à superfície com cristalização dos carbonatos nos poros das areias, atuando como cimento que solidificou as dunas; e
(vii) erosão que continua até hoje, modelando o relevo ruiniforme exibido pelos eolianitos.
Os depósitos eólicos do CE incluem
(i) palaeodunas do Pleistoceno, logo acima da Formação Barreiras, constituídas por areias quartzosas não consolidadas, com coloração vermelho escuro;
(ii) dunas parabólicas estabilizadas formadas por areias quartzosas não consolidadas, com cores que variam de laranja a cinza;
(iii) eolianitos friáveis ou fortemente litificados, formados por areias quartzosas cimentadas por carbonato de cálcio, do Holoceno superior; e
(iv) dunas ativas atuais, incluindo barcanas, barcanóides e lençóis de areia, formados por areias quartzosas.
Observam-se estruturas sedimentares primárias, incluindo estratificação de grande porte, planoparalelas e cruzadas e algumas acanaladas ou festonadas. As formas do relevo são ruiniformes, geradas por abrasão eólica, conhecidas localmente como "cascudos". Geomorfologicamente, constituem baixos platôs sedimentares sustentados pela Formação Barreiras.
Nos eolianitos, constituindo 15% do total dos grãos, predominam moluscos seguidos de algas, foraminímeros e briozoários.
Rochas, com estas características, são encontradas em região onde a toponímia têm origem preferencialmente indígena, o que é comum no CE. Eis alguns exemplos:
Acaraú tem origem no nome do Rio Acaraú, que significa "rio das garças" em tupi-guarani;
Flecheiras (ou Flexeiras) está associada a uma lenda local que conta que mulheres indígenas da região desciam os morros e praticavam pesca com suas flechas;
Mundaú tem origem no nome do Rio Mundaú, que em tupi significa "bebedojuro dos ladrões"; e
Pecém originalmente seria "Upecem" que em tupi significa "praias entrecortadas por sucessivos córregos".
(Crédito da imagem: Alexandre Medeiros Carvalho - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6)

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19 de outubro de 2022

Notícias em 19/10/2022

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Gruta da Lagoa Azul
Esta gruta, com suas águas cristalinas de cor azul-turquesa, está localizada aproximadamente a 44 km da sede do município de Chapada dos Guimarães, em MT. 
A gênese da Gruta da Lagoa Azul, assim como das cavernas próximas, Aroe Jari e Kiogo Bardo, é atribuída a características dos diamictitos da Formação Vila Maria e dos arenitos e conglomerados das formações Vila Maria inferior e Alto Garças superior. Os diamictitos, resistentes à erosão superficial, sustentam o relevo local e caracterizam o teto destas caverna. Os arenitos e conglomerados, sujeitos à erosão por piping, são encontrados nas paredes e nos pisos. O mecanismo de piping resulta da friabilidade elevada destas formações devido a um fraturamento regional e das posições mais basais destas rochas na Bacia do Paraná.
Na região, a Formação Alto Garças grada da base para o topo, de conglomerados maciços até arenitos, também maciços ou com laminação plano-paralela. Esta formação, que apresenta icnofóssil Skolithos linearis, ocorre em inconformidade sobre o embasamento, representado por filitos do Grupo Cuiabá, e em discordância sob conglomerados da Formação Vila Maria. 
A Formação Vila Maria é constituída de uma sucessão de:
(i) conglomerados com estratificação cruzada; (ii) conglomerados e arenitos intercalados em camadas tabulares e arenitos com Arthrophycus alleghaniensis; (iii) folhelhos com Chondrites isp. e Teichichnus isp., arenitos com laminação cruzada cavalgante e diamictitos; e (iv) arenitos em camadas tabulares, com estratificação cruzada ou laminação cruzada ondulada, arenitos e folhelhos intercalados, arenitos com Arthrophycus alleghaniensis e Palaeophycus isp. e arenitos com Skolithos linearis.
A Gruta da Lagoa Azul, assim como as demais cavernas da região, no Geoparque Chapada dos Guimarães, apresentam controle estrutural destacado pelo diaclasamento visível, sobretudo no teto, e também controle litológico decorrente do contato entre litologias distintas. Diaclases próximas das laterais da Gruta da Lagoa Azul dão a ela uma forma aproximadamente retangular. Esta gruta tem mais de uma entrada e possui um conduto lateral por onde a água escoa.
(Crédito da imagem: Maíra Arantes Leite Wick - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, barragem, trabalhadores, petróleo, mercado, gestão pública, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, eventos e outros.

11 de outubro de 2022

Notícias em 11/10/2022

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Fiorde Saglek
Este fiorde está localizado na costa leste da Península de Labrador, no Canadá, na Reserva do Parque Nacional das Montanhas Torngat, na Província de Nain. A imagem acima mostra uma região próxima à foz do fiorde. Saglek tem 45 m de comprimento, 3,2 m de largura e fica 230 km ao norte da cidade de Nain.
Poucas regiões da Terra podem reivindicar rochas tão antigas quanto às das Montanhas Torngat. O gnaisse Nanok na Baía de Saglek foi datado em 3,9 bilhões de anos.
A Província de Nain consiste em gnaisses arqueanos que se estendem por 500 km ao longo da costa leste de Labrador, de Makkovik ao Fiorde Nachvak, passando pelo Fiorde Saglek. Constitui a margem ocidental do Cráton do Atlântico Norte. Ao norte e oeste, esta província foi retrabalhada a cerca 1,8 bilhões de anos pela Orogenia Torngat, que a subdividiu nos blocos Hopedale, ao sul da cidade de Nain, e Saglek, ao norte daquela cidade.
O Bloco Saglek é subdividido na Baía de Saglek em dois segmentos pela Falha Handy de tendência N-S, que separa rochas de diferentes níveis crustais. Em sua parte ocidental ocorrem rochas de fácies granulíticas, enquanto a parte leste revela uma transição de fácies anfibolito no norte para fácies granulito no sul. O Bloco Saglek contém um complexo gnáissico arqueano fortemente deformado, constituído predominantemente por gnaisses quartzo-feldspáticos, que se justapõem tectonicamente e se intercalam com rochas supracrustais.
As Montanhas Torngat têm sido o lar dos indígenas Inuit e seus antecessores por milhares de anos. Há centenas de sítios arqueológicos no parque, alguns com quase 7.000 anos. Muitas espécies boreais, como ursos negros e raposas vermelhas, também habitam aquele Parque Nacional.
(Crédito da imagem: Paul Gierszewski - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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barragem, petróleo, produção, mercado, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, conhecimento e outros.

6 de outubro de 2022

Notícias em 06/10/2022

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Mosteiro de Sumela
Sumela (Sümela ou Soumela) é um mosteiro ortodoxo grego, construído na encosta rochosa íngreme da Montanha Oros Mela ou Karadağ ("Montanha Negra"), de cerca de 300 m de altura, voltada para o vale de Altındere, na região de Maçka, na província de Trebizonda, no nordeste da Turquia.
Sumela está localizado a nordeste da Unidade Tectônica de Pontide Oriental, onde ocorrem rochas vulcânicas e plutônicas. Esta unidade tectônica se estende por 600 km, desde o vale Kızılırmak no oeste até a fronteira com a Geórgia no leste. A fronteira norte da placa tectônica associada à Pontide Oriental se estende desde a costa do Mar Negro até a falha da Anatólia do Norte e forma um cinturão metalogênico entre 50 e 75 km de largura. As rochas vulcânicas da área são da Formação Çatak do Paleoceno Superior. A área rochosa onde o mosteiro foi construído é constituída por dacito, traquibasalto, andesito e ignimbrito.
As rochas maciças da encosta são geralmente resistentes, mas apresentam alterações em alguns locais devido ao intemperismo. Além disto, há rachaduras que criam blocos fraturados, o que é agravado pela ação de congelamento e descongelamento da água de infiltração com o passar do tempo. Assim, o mosteiro está localizado em um local com alto risco de queda de rochas. Em 2001, houve desprendimento de rochas da encosta sul, causando danos a partes dos prédios e aos caminhos de acesso.
De grande importância histórica e turística, o mosteiro tem sido visitado por cerca de 180.000 turistas locais e estrangeiros todos os anos. Foi fundado em homenagem à Virgem Maria por dois sacerdotes de Atenas, Barnabé e seu neto Sofrônio, no reinado do imperador Teodósio I (375-395). No século VI, foi restaurado e ampliado, tendo sua construção finalizada no século XIII. Dele, fazem parte a igreja de pedra, várias capelas, cozinhas, quartos de estudantes, uma hospedaria, uma biblioteca e uma fonte sagrada reverenciada pelos gregos ortodoxos.
O nome original do mosteiro é Panagia tou Melas ("Nossa Senhora da Montanha Negra" na língua local da época em que ele foi construído – "Melas" significa "escuro"). O nome Sumela deriva daí e pode estar relacionado aos tons escuros da montanha Oros Mela (na mesma língua local). Outra hipótese de origem do nome reside na cor escura da imagem da Virgem Maria guardada no mosteiro. A arte georgiana do século XII produziu diversas imagens, conhecidas como "Madonas Negras", que foram distribuídas à vários mosteiros.
(Crédito da imagem: Bjørn Christian Tørrissen - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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30 de setembro de 2022

Notícias em 30/09/2022

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Geoparque Yehliu
Este geoparque, com uma área de 23,8 ha, está localizado em um promontório na costa nordeste de Taiwan, no distrito de Wanli.
O promontório avança por 1,7 km em direção ao oceano e é resultante de soerguimento e posterior erosão da Montanha Datun.
A área é repleta de concreções, chaminés de fada (como a "cabeça da rainha"), tafoni e outras feições (como o "Sapato da Fada"), resultantes de diferentes processos geomorfológicos que atuaram sobre os estratos sedimentares da Formação Daliao do Mioceno. Em zona subtropical, com clima temperado e úmido, o vento, a água e as variações de temperatura agiram atacando as porções menos resistentes. A cada ano, o local está sob a influência das monções do Nordeste e da erosão das ondas por mais de seis meses.
As feições como as da imagem acima são formadas por erosão diferencial em duas etapas. Primeiramente, uma concreção mais resistente no topo protege a área e o material circundante é desbastado. Com o avançar do processo, à medida que a água do mar flui ao redor da concreção, no topo, forma um círculo em baixo relevo circundando-a, parecendo uma bacia onde a concreção é mantida.
Durante a maior parte do século XX, Yehliu era uma fortaleza militar fechada ao público. Somente em 1962, sua paisagem natural foi apresentada ao mundo através de fotos do fotógrafo taiwanês Huang Tse-Hsiu (1930-2014). Em 2012, foi fundado o Yehliu Nature Center para administrar o local.
(Crédito da imagem: pxhere - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

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15 de setembro de 2022

Notícias em 15/09/2022

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Cachoeira Sentinela
Esta cachoeira está localizada no município de Diamantina, no Parque Estadual do Biribiri, em MG. Este parque faz parte da porção central da Serra do Espinhaço, região reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera. Foi criado em 1998 com área de 16.999 ha e é administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), sendo um dos grandes atrativos naturais da região de Diamantina, incluindo cachoeiras, mirantes e sítios arqueológicos pré-coloniais com pinturas rupestres.
Na região ocorrem rochas metassedimentares do Mesoproterozoico do Supergrupo Espinhaço, com as formações São João da Chapada, Galho do Miguel e Sopa-Brumadinho. Na área da Cachoeira Sentinela ocorrem rochas da Formação Sopa-Brumadinho, predominando quartzitos com filitos subordinados.
O Parque Estadual do Biribiri está inserido no bioma do Cerrado, com fauna e flora diversificada. Muitas de suas espécies estão ameaçadas de extinção tanto na fauna, como o lobo-guará, a sussuarana e o veado, quanto na flora, como as sempre-vivas, as orquídeas, as bromélias e as canelas-de-ema. Nos locais de afloramento rochoso, com altitude acima dos 900 metros, destaca-se a fitofisionomia de campos rupestres.
O nome "Biri" em tupy-guarani significa "buraco" e "biribiri" significa "grande buraco" e está associado à ocorrência de grande acidente geomorfológico na região.
No século XIX, escolhendo um local com potencial hidráulico na região, o Bispo de Diamantina Dom João Antônio Felício dos Santos (1818-1905) fundou a fábrica de tecidos Biribiri para empregar moças pobres da região de Diamantina. Em 1876, as construções foram iniciadas, incluindo armazém e escola. Na década de 1950, no auge, havia 1.200 funcionários trabalhando. A Arquidiocese de Diamantina controlava a fábrica e a vila de Biribiri, que teve açougue, bar, quadra de esportes, refeitório, consultório médico, dentista, clube social, pensionado e casas para operários, além de uma igreja. Em 1970, a fábrica foi desativada, mas ainda funciona a Estamparia S.A que é administra a Vila de Biribiri. Em 1998, a vila foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) de MG.
(Crédito da imagem: Rodrigo.Argenton - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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13 de setembro de 2022

Notícias em 13/09/2022

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O Pavimento de Soudan
Este afloramento é encontrado no Parque Estadual de Soudan, no extremo nordeste de Minnesota, EUA. Neste parque, que tem mais de 16 km², encontram-se a Mina de Soudan, uma mina subterrânea de ferro histórica, e o Lago Vermilion, o quinto maior lago de Minnesota com seu entorno habitado por humanos desde o ano 7000 aC.
A rocha do afloramento da imagem acima faz parte da Formação Ferrífera Soudan (FFS), depositada em ambiente de águas profundas, associada a vários tipos de rochas vulcânicas de arco insular. É classificada como Formação Ferrífera Bandada (Banded Iron Formation - BIF) do tipo Algoma e de idade neoarqueana. A FFS faz parte do Greenstone Ely, uma sequência de rochas vulcânicas com sedimentos derivados delas, datada de cerca de 2,69 bilhões de anos. Estas rochas fazem parte da unidade mais antiga do Cinturação de Geenstone Vermilion.
As rochas do Greenstone Ely, logo após terem sido formadas, envolveram-se em várias fases orogênicas. Neste processo, água em elevada temperatura circulou, dissolveu o sílex e o jaspe que encontrou e deixou porções relativamente puras de hematita na FFS na forma de boudins. Estas rochas, além de falhadas, foram complexamente dobradas em duas fases: durante eventos de deformação dos sedimentos e, subsequentemente, por dobramentos estruturais em material litificado. As BIFs da FFS provavelmente são produto de interações hidrotermais entre a água do mar rica em ferro e sistemas hidrotermais vulcânicos. As litologias ricas em ferro encontradas na FFS incluem especularita, jaspilita e magnetita.
A Mina de Soudan foi lavrada em minério de ferro de alto teor constituído por camadas finas alternadas de hematita especular, sílex branco e jaspe vermelho, tendo grande parte deste material idade superior a 1,8 bilhão de anos. A mineração de ferro iniciou a céu aberto em 1882. Em 1991, foi preciso adotar mineração subterrânea principalmente por questões de segurança. Em 1962, a exploração foi interrompida nesta mina que é uma das mais profundas e extensas dos EUA, alcançando a profundidade de 713 m e somando mais de 80 km de galerias.
Tudo começou quando, por volta de 1850, um dos afloramentos, localizado no morro atrás da mina principal, atraiu a atenção dos exploradores para o minério de Soudan. Ele recebeu o nome de "pavement" ("pavimento") devido à sua exposição plana (imagem acima) onde é possível caminhar tranquilamente. Um geólogo fica perdido por horas rastejando dobre ele, surpreendendo-se com cada um dos detalhes que não se esgotam. O "pavement" sofreu erosão por ação glacial, tendo sido aplainado e estriado. As porções claras são constituídas por chert, as avermelhadas por jaspe e as cinza-prateadas por magnetita-chert.
Hoje, a Mina de Soudan está aberta ao público para passeios no subsolo. Até 2016, o local foi utilizado como laboratório de física operado pela Universidade de Minnesota. Continha instrumentos de alta sensibilidade, particularmente para detecção de neutrinos. A mina profunda e as rochas densas circundantes forneceram uma espécie de escudo contra fontes de fundo, como radiação solar e raios cósmicos que facilmente abafam o sinal das interações de neutrinos. O laboratório subterrâneo ainda é usado para experimentos de biologia.
(Crédito da imagem: Callan Bentley / American Geophysical Union - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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19 de agosto de 2022

Notícias em 19/08/2022

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Quartzito Elba
Este quartzito, também conhecido como Oakley Stone, é um quartzito micáceo de camadas finas encontrado na Cordilheira Albion, em Idaho, EUA. Elba é caracterizado por camadas de quartzito intercaladas com leitos ricos em muscovita. A rocha original foi um arenito rico em quartzo do início do Proterozoico, com sedimentos depositados há 2,5-1,6 bilhões de anos. Cerca de 100-200 milhões de anos atrás, este material sofreu metamorfismo pela pressão dos sedimentos sobrejacentes, assim como pela intrusão do Pluton Almo, ocorrida há 28 milhões de anos. Este pluton está relacionado ao Complexo Metamórfico do Núcleo das Montanhas Albion. Neste processo, camadas de argila intercaladas com o arenito também foram achatadas e metamorfisadas produzindo leitos micáceos. No final do Mioceno, um evento extensional afetou a Cordilheira Albion, deslocou as rochas das Montanhas Jim Sage e Cottrell para leste e formou a bacia do Vale do Rio Raft. A estrutura geral na parte sul da Cordilheira Albion constitui um anticlinal com eixo voltado aproximadamente para o norte. Esta estrutura é refletida nos mergulhos opostos do resistente Quartzito Elba nos lados leste e oeste da Reserva Nacional City of Rocks. Os membros desta dobra têm mais de 3 km de comprimento e mergulham simetricamente cerca de 35 a 40 graus. O anticlinal mergulha para o sul nas proximidades da fronteira sul da Reserva e para o norte perto da extremidade norte do Pluton Almo, antes de se dobrar e subir novamente para o norte. Esta estrutura provavelmente se formou ao longo do Eoceno, antes que o pluton fosse intrudido, já que ele não é deformado. Atualmente, o Quartzito Elba, resistente à erosão, forma um marcador proeminente que se destaca de rochas arqueanas subjacentes, incluindo xistos e quatzitos neoproterozoicos, e delineia a Cordilheira Albion. É um quartzito muito procurado em virtude da espessura de suas camadas que possibilita a extração de lajes finas (imagem menor acima), exceto quanto ele se encontra com dobras como as da imagem maior acima.
(Crédito das imagens: imgur (maior) e nps.gov (menor) - fonte1 - fonte2)

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18 de agosto de 2022

Notícias em 18/08/2022

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Hierve el Agua
Esta formação rochosa, conhecida como "cachoeiras petrificadas" ou "cachoeiras de sal", tem um desnível de cerca 50 m e está localizada nas proximidades de San Lorenzo Albarradas, em Oaxaca, México, na Serra Madre do Sul. Olhando de longe, parece água congelada em duas cachoeiras, o que seria impossível devido ao clima local. No seu topo, há piscinas naturais que são alimentadas por fontes termais cujas águas são ricas em sulfatos e carbonatos de cálcio, fluindo a cerca de 2 litros/segundo. A medida que esta água escorre pela falésia, vai depositando camadas de travertino que, com o tempo se acumulam em colunas escalonadas. As estalactites que se formam completam a imagem de falsa queda d'água. Seu nome, "a água ferve" em espanhol, justifica-se pela impressão de que a água borbulha nas nascentes e nas piscinas naturais. No estado de Oaxaca, as rochas ígneas mostram efeitos de múltiplos processos tectônicos e as rochas sedimentares do Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico estão presentes com registros paleontológicos. Em Oaxaca, o embasamento cristalino é constituído principalmente por gnaisses e anortositos do Proterozoico, pertencentes ao Complexo Oaxaqueño. São cobertos por rochas sedimentares, vulcânicas e vulcanoclásticas que datam do Cambriano ao Cenozoico. Hierve el Agua é uma área geotérmica de baixa entalpia (conteúdo de calor) que faz parte do cinturão orogênico chamado Província Serra Madre do Sul. Atualmente, as piscinas naturais que abastecem as "cachoeiras", com água entre 21ºC e 25ºC, são visitadas por turistas em busca de banhos com fama de qualidades medicinais. Muito antes, o povo Zapoteca, que viveu na região desde o ano 1300 aC aproximadamente, reverenciava as piscinas e tinha o costume de desviar as águas das nascentes para irrigar suas plantações. Os zapotecas, conhecidos como "la gente de la nube", habitavam o Vale de Oaxaca. Sua capital foi Monte Albán e, posteriormente, Mitla, ambas em Oaxaca. Desenvolveram-se em comunidades agrícolas e suas cidades tinham elevado nível arquitetônico. O local, agora conhecido como "Hierva el Agua", recebeu o nome de "Roaguía", dado pelos zapotecas, tendo o significado de "Boca da montanha de rocha" ("rohua" = "boca" e "guia" = "montanha de rocha").
(Crédito da imagem: Lavintzin - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6 - fonte7)

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16 de agosto de 2022

Notícias em 16/08/2022

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Cachoeira da Gruta do Poço Certo
Esta cachoeira está localizada junto à Gruta do Poço Certo, em Lomba Alta, a 16 km do sede do município de Alfredo Wagner, em SC. É abastecida pelas águas do Rio Poço Certo e cai por 42 m em arenitos da Formação Rio Bonito, do Grupo Guatá. A gruta foi criada por erosão diferencial sob a cachoeira. No município afloram rochas da Bacia do Paraná, incluindo os grupos Itararé, Passa Dois e São Bento, além do Guatá, que predomina. Este grupo é representado pelas formações Palermo e Rio Bonito. Esta última é constituída por arenitos, siltitos, argilitos, folhelhos carbonosos, leitos de carvão e conglomerados. Alfredo Wagner está situada em área de serra, na transição entre o planalto e o litoral, estando associada às unidades geomorfológicas Patamares do Alto Rio Itajaí e Planalto de Lages. A primeira predomina com escarpas e patamares que se estabilizam em relevo plano ou ondulado em vales de rios. A vegetação primária é classificada como Floresta Latifoliada da Encosta Atlântica. No passado, Alfredo Wagner foi ocupada por caçadores-coletores e povos Jê meridionais, remontando a presença humana há mais de 9.000 anos.
(Crédito da imagem: turismoalfredowagner - fonte1 - fonte2)

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12 de agosto de 2022

Notícias em 12/08/2022

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O jaspilito de Carajás
As jazidas de minério de ferro da Província Mineral de Carajás, uma das mais importantes províncias minerais do mundo, estão localizadas na porção leste-sudoeste do PA, na parte leste do craton amazônico. Esta província é dividida em dois blocos tectônicos arqueanos: o terreno granito-greenstone Rio Maria, ao sul, e o cinturão de cisalhamento Itacaiúnas, ao norte. Na província, caracterizada por depósitos de minério de ferro e de outros minerais, o Grupo Grão Pará (do Supergrupo Itacaiúnas) aflora ao longo dos flancos da dobra Carajás, uma estrutura sinclinal. No flanco norte desta dobra são encontrados os depósitos de minério de ferro da Serra Norte e no flanco sul, os depósitos da Serra Sul. Os depósitos da Serra Norte, mais conhecidos, são numerados de N1 a N9. Estes depósitos estão hospedados em sequência metavulcano-sedimentar do Neoarqueanao, pertencente à Formação Ferrífera Carajás do Grupo Grão Pará. Os minérios se caracterizam pelos tipos hematita-martita e hematita, podendo ser bandados, maciços e/ou brechados, estando intercalados em rochas vulcânicas máficas do Grupo Grão Pará. O minério de ferro com alto teor, com idade paleoproterozoica, é encontrado em jaspilitos, principalmente na Serra Norte. Eles constituem um tipo de Formação Ferrífera Bandada (BIF - Banded Iron Formation) com alternâncias de quartzo microcristalino e jaspe vermelho com hematita esferulítica, maghemita, martita e magnetita subordinada. Vários graus de alteração hidrotermal afetaram o jaspilito, produzindo o minério de ferro. Esta mineralização envolveu fluidos hidrotermais provavelmente em condições epizonais, preservados em condições crustais rasas e de baixa temperatura. A permissão de manejo dos recursos naturais é amparada por programas de Plano Diretor elaborado pelo Ibama na área da Reserva Florestal de Carajás, criada 1998. Nesta Unidade de Conservação, a principal cobertura vegetal é a "Floresta Ombrófila Aberta". Nas áreas escarpadas predomina a "Floresta com cipó", que se caracteriza por uma biomassa mediana com baixa densidade. Nos platôs a floresta é mais densa. São identificadas mais de 230 espécies pertencentes a avifauna, 6 espécies de primatas, mais de 30 espécies de ofídios e 37 espécies de morcegos. A densidade populacional dos insetos é da ordem de cem mil indivíduos por km². Por outro lado, o lado da mineração, o teor do minério de ferro mais rico na Província Mineral de Carajás é de mais de 65% Fe. Na imagem acima, observa-se um detalhe do jaspilito da cava da Mina N4E, da Serra Norte.
(Crédito da imagem (figura 3c, Artigo 1 da fonte1): Ana Paula Justo - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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5 de agosto de 2022

Notícias em 05/08/2022

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Tefras do Chimborazo
A imagem acima mostra um corte, de cerca de 12 m de altura, na estrada entre Guaranda e Riobamba, no Equador. Observa-se uma discordância angular erosiva resultante de um avanço glacial há cerca de 20.000-18.000 anos. Ela separa duas sequências de camadas de tefras do Pleistoceno do vulcão Chimorazo. Este estratovulcão, que teve sua última erupção por volta do ano de 550, está localizado na província de mesmo nome, no Equador, 30 km a noroeste de Riobamba e 150 km ao sul de Quito. Compondo uma estrutura predominantemente andesítica-dacítica, seu cume é o mais elevado da região norte dos Andes, alcançando a altitude de 6.261 m. Na verdade, Chimborazo é o ponto mais distante entre o centro da Terra e a superfície do nosso planeta, já que está localizado em uma protuberância equatorial. Este vulcão produziu uma sequência de tefras no Planalto Ocidental, no Equador, desde o vale do Rio Colorado, no norte, até a Quebrada Chorrera e o Rio Chimborazo, no sul. Esta sequência cobriu uma área de 120-140 km², correspondendo a um volume de 1,8-2,1 km³ de material. Estas medidas, porém, não são precisas devido ao retrabalhamento que aconteceu durante as glaciações do Pleistoceno. As sequências de tefras são constituídas por pelo menos 46 camadas, cada uma com no mínimo 10 cm de espessura (23 delas com mais de 25 cm de espessura). Elas compreendem quatro subunidades delimitadas por três discordâncias erosivas produzidas por avanços glaciais entre cerca de 33.000 e 14.000 anos atrás. O conjunto todo inclui escórias andesíticas, além de líticos vítreos, cinzas e bombas de escória vesiculadas. Há uma lenda local que conta que os vulcões (masculinos) Chimborazo e Carihuairazo amavam o vulcão (feminino) Tungurahua. Para resolver a questão, os vulcões (masculinos) passaram a brigar entre si atirando pedras um no outro. Chimborazo venceu. Esta lenda é coerente com a cronologia de eventos dos dois vulcões (masculinos). Realmente, as lavas do Chimborazo cobriram as do Carihuairazo, que são mais antigas. De qualquer forma, o vulcão (masculino ou não) Chimborazo faz parte da Reserva de Produção Faunística Chimborazo que forma um ecossistema protegido para preservar o habitat dos camelídeos nativos dos Andes, incluindo vicunhas, lhamas e alpacas.
(Crédito da imagem: The Writer in Black - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

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