Em breve:
Uma história climática da Terra - Parte 5 - Cenozoico

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14 de dezembro de 2022

Notícias em 14/12/2022

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Pedra Furada de Banzaê
Esta geoforma está localizada 4 km a nordeste da sede municipal de Banzaê, na BA.
Ela foi esculpida em rochas da Formação Marizal, que é representada por platôs, mesas, mesetas, pilares, pináculos e arcos, geoformas bastante expressivas na região entre Banzaê e São João da Fortaleza, na BA
Na região de Banzaê, as coberturas residuais estão associadas às rochas sedimentares daquela unidade estratigráfica, que assumem posição topográfica mais elevada. São arenitos alaranjados, rosados e bege-amarelados, subarcoseanos médios a grossos e arenitos finos, com pouca participação da fração argila. São encontrados níveis conglomeráticos subordinados, intercalados com folhelhos castanhos-avermelhados e róseos, além de siltitos e conglomerados polimíticos clasto-sustentados com matriz areno-argilosa e seixos com alta esfericidade e arredondamento provenientes do embasamento e de rochas da bacia do Tucano.
Estratificações cruzadas acanaladas, plano-paralelas e cruzadas planar são frequentes na Formação Marizal. Normalmente, a estratificação dos arenitos é marcada pela variação granulométrica. Muitas vezes se observa granodecrescência ascendente nas camadas, com níveis conglomeráticos na base das estruturas acanaladas e arenito médio no topo. Marcas onduladas ocorrem localmente.
As rochas da Formação Marizal foram depositadas há cerca de 100 milhões de anos, em ambiente de clima árido com ocorrência de dunas e sistema de drenagem amplamente ramificado formando lagos. Estas rochas representam a fase final do preenchimento da bacia sedimentar Recôncavo-Tucano-Jatobá, formada no processo de fragmentação do Pangea com a abertura do Atlântico Sul. Toda a parte central da Bacia de Tucano é coberta por rochas da Formação Marizal, cujo nome tem origem nos arenitos e conglomerados que ocorrem na Serra do Marizal. Suas rochas são consideradas uns dos melhores reservatórios para água subterrânea do estado da BA.
A Pedra Furada resulta de distintos processos de desgaste associado às fraturas da Formação Marizal. Assim também são modelados os paredões, bem como a variedade de sedimentos finos e grossos determinam diferentes resistências às ações do vento e da chuva permitindo a erosão diferencial.
Lendas, registros históricos e achados arqueológicos indicam que a região foi ocupada desde os tempos pré-históricos. Documentos do século XVI comprovam a ocupação indígena na área e outros documentos atestam a passagem de Lampião e seu bando por este território. Antônio Conselheiro, com seu movimento religioso que culminou na Guerra de Canudos, também passou pela região.
O município de Banzaé, localizado em faixa de transição entre o agreste e a caatinga, tem seu nome originado do Tupi e significa "Terra de Valentes". Sua história teve início no século XVIII, com os indígenas Kiriris e se tornou vila na segunda metade do século XIX. Por volta de 1910, o povoamento foi intensificado por viajantes vindos do estado do SE.
(Crédito da imagem: Núcleo de Turismo, Banzaê - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
projeto, mineração, petróleo, mercado, gestão pública, fiscalização, cooperação, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

13 de dezembro de 2022

Notícias em 13/12/2022

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Boca do Inferno
A Boca do Inferno é uma antiga gruta que teve desmoronamento do teto. Está localizada na costa oeste da vila de Cascais, em Portugal. Faz parte de um lapiaz que se estende desde o Farol de Santa Marta até o Forte da Cresmina, no distrito de Lisboa, no Parque Natural de Sintra-Cascais.
 Há evidências de estalactites e estalagmites que foram quebradas. Este geossítio foi esculpido em camadas maciças e espessas de calcários dolomíticos e dolomitos do Cretáceo Inferior (Hauteriviano), tendo carstificação intensa ocorrida no Quaternário. Algumas cavidades abertas são preenchidas por um material chamado "terra rossa", que supostamente teria sido depositado no chão da gruta como resultado da erosão do calcário. Há cavidades que correspondem a veios que foram completamente erodidos. Observam-se também, níveis ferruginosos com seixos rolados de pequenas dimensões, que correspondem a antigas praias quaternárias com evidências de oscilações do nível do mar.
Além dos aspetos cársticos, ao longo desta porção do litoral de Cascais, é possível observar uma sequência estratigráfica que vai do Valanginiano superior ao Barremiano. Encontra-se conteúdo fossilífero, destacando-se raros amonites, além de ostreídeos, dentes de peixes e gastrópodes.
O nome "Boca do Inferno" tem origem no som forte produzido pela água do mar ao golpear a rocha violentamente no local. Foi cenário do primeiro filme português ao estilo "lumiére", com o título "A Boca do Inferno", de 1896, produzido pelo inglês Henry W. Short. Também é cenário da lenda que conta a história de um feiticeiro que mandou buscar uma bela jovem para ser sua esposa. Naturalmente, o desejo da jovem não era o mesmo do feiticeiro, que, por isto, a prendeu em uma torre e colocou lá um guardião. O problema é que a beleza e a juventude do guardião não eram as mesmas do feiticeiro. Então, os jovens fugiram em direção ao litoral no cavalo branco do feiticeiro. Este, sabendo da fuga, fez os rochedos se abrirem e o cavalo, o guardião e a jovem foram engolidos pelo mar. Era a Boca do Inferno que se abria para nunca mais fechar. Em dias de tempestade, o próprio local parece lamentar a tragédia que testemunhou.
(Crédito da imagem: Beatriznog10 - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
projeto, danos, petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

12 de dezembro de 2022

Notícias em 12/12/2022

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Cavernas de Aggtelek Karst e Slovak Karst
Este é um sistema de cavernas localizado a 236 quilômetros de Budapeste, no norte da Hungria, cruzando a fronteira húngaro-eslovaca, no Parque Nacional Aggtelek. É Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1995.
O Parque Nacional Aggtelek, com mais de 20.000 ha, fica na região de Aggtelek Karst, que faz parte do Gömör-Torna Karst. São aproximadamente 1.200 cavernas, das quais 273 estão na área do parque. A mais famosa delas é a Caverna Baradla ou Domica, vista na imagem acima. Seu nome é Baradla na Hungria, mas ela serpenteia por 25 km e, destes, 5,6 km estão no subsolo da Eslováquia, sendo então chamada de Domica.
Na região, o leito rochoso do Triássico Inferior é composto por ardósias impermeáveis, resistentes, argilosas e margosas, além de arenitos. Encontram-se também camadas com mais de um quilômetro de espessura do Triássico Médio e Superior, com calcários fracamente resistentes com alguma dolomita originários de sedimentos calcários de mar raso.
Estas cavernas começaram a ser esculpidas há cerca de 2 milhões de anos. Foram erodidas pela água de riachos que dissolveu as rochas. Posteriormente, o carbonato de cálcio da água gotejante construiu lentamente espeleotemas de formas variadas. A imaginação dos exploradores que as descobriram deram nomes expressivos a estas formas, como Cabeça de Dragão, Tigre, Língua de Sogra, Câmara com Colunas e Salão dos Gigantes. Represas de travertino também são encontradas.
As cavernas foram usadas como refúgio desde os tempos pré-históricos. Arqueólogos desenterraram joias de ouro e equipamentos de combate do início da Idade do Ferro, bem como ferramentas e louças feitas de pedra e ossos de animais da Nova Idade da Pedra, que ocorreu de 6.000 a 7.000 anos atrás.
O ecossistema destas cavernas possui um ar quase estéril, proporcionando um lar para mais de 500 troglóbios e troglófilos que as habitam, muitos deles só podem ser encontrados aqui.
Os processos cársticos produziram uma rica diversidade de estruturas e habitats importantes do ponto de vista biológico, geológico e paleontológico. Enquanto estes processos continuam a se desenvolver sob condições de clima temperado, sedimentos e formas de relevo fósseis fornecem ampla evidência de condições climáticas subtropicais e tropicais do Cretáceo Superior e do início do Terciário, bem como atividade denudacional periglacial do Quaternário. Ao longo de dezenas de milhões de anos, a área fornece uma excelente demonstração de ambiente cárstico em climas tropical e glacial, o que é muito incomum e provavelmente é melhor documentada aqui do que em qualquer outro lugar do mundo.
Há hoje na Caverna Baradla, uma Sala de Concertos, com acústica apropriada para receber espetáculos de música clássica e popular.
(Crédito da imagem: Jojo - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
economia, mineração, danos, petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

8 de dezembro de 2022

Notícias em 08/12/2022

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Parque Estadual da Pedra da Boca
Este parque está localizado na porção norte do município de Araruna, na PB, nos contrafortes da Serra da Confusão. É uma unidade de conservação da mesorregião do agreste paraibano e da  microrregião do Curimataú Oriental. 
As serras de Araruna e da Confusão, com altitudes máximas de cerca de 570 m, correspondem ao horst associado ao graben da depressão do Curimataú (ou vale do Rio Curimataú). Na região, os terrenos do Pré-Cambriano sofreram reativações epirogênicas entre o Paleozoico e o Terciário e, como resultado, formaram-se grabens como o do Curimataú.
O Parque Estadual da Pedra da Boca, que faz parte da Província da Borborema, está inserido na Suíte calcialcalina de médio a alto potássio, constituída por granitos e granodioritos e pelo Complexo Santa Cruz, com augen-gnaisses graníticos e leuco-ortognaisses quartzo manzoníticos a graníticos. São formações rochosas que apresentam faces arredondadas, superfícies desgastadas, sendo comum extensas caneluras do cume à base, devido a intemperismo de origens química, física e biológica.
A região é considerada uma das ramificações mais elevadas do Planalto da Borborema, com escarpas amplas e aplainadas, onde as serras representam maciços residuais. Devido ao pouco desenvolvimento da superfície pediplanizada, o espaçamento entre as serras é pequeno, não caracterizando inselbergs isolados, que são, no entanto, comuns no sertão da PB.
As rochas do parque sofreram processos de erosão por atividade hídrica e eólica e por variação de temperatura. São geradas cavidades com profundidades e larguras consideráveis. Estas cavidades são tafoni que, no parque, podem ser observados, por exemplo, na Pedra da Boca e na Pedra da Caveira.
O Parque Estadual da Pedra da Boca foi criado pelo decreto estadual de 2000, com área de 157,3 ha e com o objetivo de preservar o conjunto rochoso que abriga espécies da flora e fauna endêmicas e representativas do bioma caatinga.
A Serra da Confusão tem seu nome devido à distribuição de diversas serras que escondem grutas e cavernas praticamente inexploradas. Algumas possuem importantes sítios paleontológicos e arqueológicos com pinturas rupestres
A chamada Pedra da Boca é uma formação rochosa de aproximadamente 336 metros de altura, com um tafone semelhante a uma boca. A Pedra da Caveira, também encontrada no parque, assemelha-se a um crânio humano, da mesma forma devido a alguns tafoni.
Em zona fisiográfica de caatinga, no parque, além da flora característica desta zona, podem também ser observadas espécies de mata serrana, vegetação do tipo subcaducifólia que aparece nas áreas mais úmidas, próximas às vertentes. Cactáceas baixas e bromeliáceas, como a coroa de frade e a macambira, são encontradas frequentemente em áreas restritas rochosas. Quanto à flora, nas cavernas, abrigam-se animais, como gatos-do-mato, raposas, tejus, morcegos e tatus.
(Crédito da imagem: Carla Belke - fonte1 - fonte2)

Assuntos do dia
projeto, petróleo, produção, mercado, gestão pública, fiscalização, política, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, conhecimento, eventos, vagas e outros.

7 de dezembro de 2022

Notícias em 07/12/2022

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Duna consolidada de Oitavos
Esta duna está localizada junto ao litoral, a oeste de Cascais, em Portugal.
É uma duna fóssil que se destaca sobre a morfologia suave da região, moldada em rochas carbonatadas do Cretáceo Inferior, dolomitizadas e parcialmente carsificadas. Estas rochas pertencem à Formação de Cabo Raso, do Hauteriviano, ou às formações de Cabo Raso e Guincho indiferenciadas, do Hauteriviano ao Barreminiano Inferior. 
As acumulações eólicas destas formações constituem uma elevação alongada na direção NNW-SSE, situada a cerca de 250 m da linha de costa, com cerca de 500 m de extensão e uma largura máxima de 140 m. Elas assentam em inconformidade sobre formações com litologias e estratigrafias diversas, que muitas vezes fazem parte de substrato paleozoico, mesozoico ou cenozoico. Também podem ser encontradas sobre depósitos de idade plio-quaternária indiferenciados.
Estas rochas se apresentam normalmente bem consolidadas por cimento carbonatado e, algumas vezes, com certo grau de carstificacao. São encontradas estratificações oblíquas e cruzadas bem desenvolvidas, características da deposição eólica. As laminações internas indicam que elas foram preferencialmente originadas por ventos predominantemente de N ou NW ou ainda de WNW.
A duna consolidada de Oitavos tem uma idade entre 33 mil e 30 mil anos. Neste período, na região, ocorreu evento climático de aquecimento que propiciou condições ambientais propicias à formação deste tipo de consolidação. Ela é constituía por arenito silicicoso com cimento carbonatado. Sua granulometria é variada e, algumas vezes, chega a ser grosseira contendo muitos fragmentos de conchas. Possui estratificação oblíqua regular, com inclinação de cerca de 30º SSE, visível no flanco de sotavento da duna, exposto por escavação realizada para exploração de areia.
Sob este arenito, encontra-se uma areia média, heterométrica e com muitas conchas, coberta por areia fina e mais argilosa, com muitas conchas.
Os sedimentos eólicos consolidados do Quaternário, que ocorrem ao longo do litoral oeste de Portugal, possuem frequentemente deformação frágil, possivelmente de origem tectônica. Fraturas são visíveis em descontinuidades mais ou menos irregulares.
Na região, a flora é caracterizada por vegetação arbustiva que propicia a ocorrência de avifauna específica, como a toutinegra-de-cabeça-preta, a felosa-do-ato e o pintarroxo-comum. O coelho-bravo é o mamífero mais abundante.
O nome da duna tem origem em um forte localizado nas proximidades, conhecido como "Forte de São Jorge de Oitavos". Ele recebeu esta denominação para distinguir de outro "Forte de São Jorge". Não se conhece a origem do complemento "Oitavos", mas se sabe que este forte foi construído no século XVII destinado à atividade defensiva e era guarnecido por três soldados e dois artilheiros que eram substituídos de oito em oito dias, mas talvez isto não queira dizer nada...
(Crédito da imagem: jbento70 - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, gestão pública, fiscalização, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

1 de dezembro de 2022

Notícias em 01/12/2022

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Cerro de los Siete Colores
Este cerro está localizado em Purmamarca, no departamento de Tubaya da província de Jujuy, na Argentina.
Do Pré-Cambriano ao Cambriano Inferior, rochas da Formação Puncoviscana, de ambiente marinho profundo, sofreram dobramentos e metamorfismo durante a orogenia Assíntia. Simultaneamente ocorreram várias intrusões ao longo da Cordilheira Oriental, uma das subdivisões da Cordilheira Andina. Subsequente soerguimento seguido de erosão e denudação, juntamente com transgressão do Cambriano, produziram a deposição dos sedimentos do Grupo Mesón em ambiente próximo à costa. Eles recobriram em discordância angular as rochas da Formação Puncoviscana.
O pacote predominantemente de conglomerados, arenitos, quartzitos, argilitos e siltitos do Grupo Mesón foi exposto pela ação tectônica e por processos erosivos. Este pacote corresponde a antigos leques aluviais recortados que cobrem a margem direita do vale da Quebrada de Purmamarca e são encontrados no Cerro de los Siete Colores.
As cores destas rochas são produto de lento processo geológico durante uma sedimentação ao longo de milhões de anos envolvendo diversos minerais em várias camadas. Destacam-se as seguintes cores: rosa (em argilitos, fangolitos e arenitos), esbranquiçada (em calcário), marrom e roxo (em arenitos ricos em carbonato de cálcio contendo chumbo), vermelha (em argilitos contendo ferro), verde (em filitos e ardósias contendo óxido de cobre), marrom terroso (em fanglomerados contendo manganês) e amarelo mostarda (em arenitos calcários contendo enxofre).
Uma teoria alternativa para a origem das cores do cerro está fundamentada em antigo tédio das crianças da aldeia com a cor opaca da paisagem. Então, em 7 noites seguidas, elas usaram uma rica paleta de cores de forma criativa.
O nome Purmamarca, no idioma aymara poderia ser traduzido como "aldeia de terra virgem" ou "aldeia do deserto". É composto por "purma" ("campo sem sementes" ou "deserto") e "marca" ("aldeia").
Por volta do ano 1470, a região fez parte do Império Inca, quando diversos grupos de indígenas viviam da agricultura de irrigação. Entre 1535 e 1600, aconteceram os primeiros contatos com a colonização espanhola. Estabeleceram-se, então, grandes propriedades que evoluíram com força de trabalho indígena. Com a independência da Argentina, em 1816, começou o declínio econômico e agrícola da região devido principalmente ao êxodo rural.
(Crédito da imagem: Augusto Sarita - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6)

Assuntos do dia
danos, barragem, mercado, gestão pública, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

29 de novembro de 2022

Notícias em 29/11/2022

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Costa Brava
Costa Brava é uma área costeira mediterrânea da Espanha, na Catalunha, com mais de 200 km de litoral, que inicia no município de Blanes, ao sul, e se estende para o norte até o município de Portbou, junto à fronteira da França. É caracterizada por promontórios rochosos, praias extensas e pequenas enseadas cercadas por vegetação e falésias. Devido à sua complicada geologia agreste e rochosa, a natureza foi preservada com pouca presença urbana.
Há mais de 280 milhões de anos, uma erupção vulcânica deslocou magma para a costa, levando-o mar a dentro e o rompimento da linha da costa ficou registrado no tômbolo de Sa Palomera. Assim, os promontórios da Costa Brava fazem parte de um plutão granítico costeiro constituído por um leucogranito do Carbonífero. Esta rocha apresenta lamprófiros em veios escuros gerados a partir da massa magmática. Eles correspondem a dois episódios distintos, de 253 milhões (em diques) e 85 milhões de anos (em soleiras), com composição química diferente. Os diques, com contatos limpos, não possuem halos de metamorfismo. Nas soleiras, observa-se seleção gravitacional dos cristais formados pelo resfriamento do material. Os minerais que cristalizaram antes, em temperatura mais elevada, são movidos pela gravidade, o que não acontece com os demais.
Este fenômeno, conhecido por diferenciação magmática, onde os minerais que cristalizam em temperaturas mais elevadas têm formação antecipada, é observado também em blocos de granito arrancados pela força da corrente do magma. Eles foram deslocados de sua posição original ao se movimentar flutuando, já que o magma escuro da soleira era mais denso que estes bloco que já estavam formados.
Algum tempo depois destes eventos, mas mesmo assim há séculos, ibéricos, gregos e romanos descobriram a riqueza desta região, conforme demonstram as ruínas do sítio arqueológico de Ampúrias. As antigas cidades de Emporion (para os gregos) e Emporiae (para os romanos) foram a porta de entrada para as culturas clássicas na Península Ibérica. O estilo românico está presente na arquitetura, como no mosteiro de Sant Pere de Rodes.
Na região da Costa Brava, a Idade Média deixou sua marca em castelos, fortalezas e as aldeias, definindo a geografia da região. Como marca da arte mais recente, o Triângulo Dalí, composto pelo Teatro-Museu de Figueres, a Casa-Museu de Portlligat e o Castelo de Púbol, registra a pegada surrealista de Salvador Dalí.
Na região, há também quatro parques naturais: Cap de Creus, a primeira área terrestre e marítima protegida da Catalunha, Montseny, declarado Reserva da Biosfera pela Unesco, e ainda Aiguamolls de l'Empordà e Montgrí. Um terço da Costa Brava e dos Pirinéus de Girona é considerado zona natural protegida.
(Crédito da imagem: Gordito 1869 - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, mercado, fiscalização, política, energia alternativa, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, eventos e outros.

28 de novembro de 2022

Notícias em 28/11/2022

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Ilha das Pedras Brancas
Esta ilha, também conhecida como Ilha do Presídio ou Ilha da Pólvora, está localizada no Rio (ou Lago) Guaíba, 2,4 km a leste de Porto Alegre e 2,2 km a oeste da cidade de Guaíba, no RS. Com 140 m de comprimento e entre 30 e 80 m de largura, é considerada patrimônio ambiental e histórico que a Associação Amigos do Meio Ambiente, o Movimento Pró-Cultura de Guaíba e a Prefeitura Municipal de Guaíba buscam preservar. Em 2014, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE).
Com forma levemente elíptica, a Ilha das Pedras Brancas tem seu eixo maior orientado a N40ºE, concordante com o sistema regional de falhamentos do Escudo Sul-Riograndense. Ao contrário das demais ilhas do delta do Rio Jacuí, que são formadas por sedimentos flúvio-lacustres recentes, esta é constituída por um conjunto de lajeados e matacões de rocha granítica. Esta rocha têm idade entre 500 milhões e 560 milhões de anos, sendo bem mais antigas que a formação do corpo d'água do Guaíba, que é do Quaternário. 
A rocha da ilha é um sienogranito equigranular médio, de coloração rósea, com textura fanerítica, composto por feldspato alcalino, quartzo e biotita, pertencente à Suíte Granítica Dom Feliciano, do Proterozóico Superior. Esta rocha foi moldada pela ação do intemperismo e pelas transgressões e regressões do nível do mar que afetou a porção leste do RS. 
O nome "Pedras Brancas" é o mesmo nome do antigo 9º distrito de Porto Alegre. Este distrito se emancipou em 1926 dando origem ao município de Guaíba. Não se sabe se o distrito herdou o nome da ilha ou vice-versa, mas, de qualquer forma, a motivação deste nome foram as pedras de cor clara encontradas na região.
Em 1835, a Ilha das Pedras Brancas foi estratégica para os revolucionários acampados nas proximidades. Posteriormente, foi posto de observação dos imperialistas. Em 1857, foram construídas duas casas para armazenar munição, embora estes depósitos não tivessem condições ideais de armazenamento por causa da umidade da ilha. De qualquer forma, ela passou a ser conhecida também pelo nome de Ilha da Pólvora. Em 1956, foi construído um presídio, dando origem ao nome Ilha do Presídio. Ele funcionou até 1973, sendo reativado de 1980 a 1983. Abrigou presos políticos (alguns famosos) nas décadas de 1960 e 1970, durante o regime militar. 
Nesta ilha são encontradas espécies com proibição de corte, como figueiras e corticeiras-do-banhado, e outras que produzem frutos comestíveis, como a arumbéva e a tuna, além de muitas espécies de briófitas, pteridófitas e líquens que cobrem as rochas. A avifauna é variada sendo possível avistar garças-brancas, bem-te-vis, biguás e urubus-cabeça-preta, entre outras.
(Crédito da imagem: Ricardo Orlandini - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, produção, fiscalização, cooperação, política, água, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

21 de novembro de 2022

Notícias em 21/11/2022

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Falésias Fósseis da Ilha Maria
Esta ilha fica na costa leste da Tasmânia, na Austrália. Suas falésias se elevam a mais de 100 m acima do nível do mar e permitem que a erosão marinha exponha fósseis variados e bem preservados.
Seus leitos de calcário foram formados no início do Permiano, há pouco menos de 300 milhões de anos. Quando a Tasmania ainda fazia parte do Gondwana, ocorreu uma transgressão do mar e vales profundos semelhantes a fiordes foram esculpidos. Mares rasos penetraram em grande parte do interior da Austrália e, neles, camadas de lamito e siltito começaram a se acumular. Enquanto isto, a vida marinha florescia com predomínio de moluscos bivalves. Com a regressão marinha, estes animais morreram e suas conchas se acumularam e se comprimiram nas camadas de calcário. Estas falésias são um local especial pelo fato de que a vida marinha nesta parte do mundo conseguiu prosperar em um ambiente polar.
Erodidas por correntes de água e gelo, muitas rochas, geralmente arredondadas e lisas, na região, atualmente são indícios da época de glaciação do Permiano. São encontrados tilitos de cor cinza escuro em camadas basais e lamitos com dropstones (fragmentos isolados de rochas). Estes foram carregados pelas geleiras e, quanto o gelo derreteu, foram depositados e incorporados no fundo do mar raso local.
O Supergrupo Parmeener, do Permiano, está exposto nas Falésias Fósseis. Ele é dividido em uma sequência inferior totalmente marinha e uma sequência superior de água doce. A sequência inferior é predominantemente composta por calcário fossilífero e arenito de granulação grossa. 
A deposição de estratos na porção inferior do Supergrupo Parmeener ocorreu dentro da Bacia intracratônica da Tasmânia. Estes estratos, acumulados nas proximidades de um alto paleogeográfico, são subdivididos em Zona Errática Inferior, Calcário Darlington e Zona Errática Superior. 
As Falésias Fósseis têm relevância também histórica para a Ilha Maria. No início da década de 1920, uma fábrica de cimento foi aberta e transformou brevemente a ilha em um centro industrial, mas também, com a extração do Calcário Darlington, muitos registros fósseis foram perdidos.
Na imagem acima, as Falésias Fósseis são vistas ao fundo e, em primeiro plano, observa-se uma região de pradaria da Ilha Maria.
(Crédito da imagem: BlueDoors - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
projeto, mineração, petróleo, mercado, cooperação, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, asteroides, conhecimento, eventos e outros.

16 de novembro de 2022

Notícias em 16/11/2022

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Caverna Alambari de Baixo
Esta caverna está localizada no Núcleo Ouro Grosso do município de Iporanga, em SP, na região do Alto Vale do Ribeira, em longo vale ladeado por serras, como a Serra dos Motas e a Serra dos Camargos.
O Alto Vale do Ribeira abrange parte do sudeste de SP e do nordeste do PR, correspondendo à bacia hidrográfica do Rio Ribeira do Iguape. Pertence à porção meridional do Cinturão Ribeira, um compartimento tectônico da Província Mantiqueira, do final do Neoproterozoico e do início do Paleozoico. É uma província do Escudo Atlântico Brasileiro, resultante da Orogenia Colisional Brasiliano-Pan Africana. Neste contexto, afloram rochas do Proterozoico com relevo cárstico e rico patrimônio espeleológico.
Em seus cerca de 755 m de extensão e 40 m de desnível, a Caverna Alambari de Baixo é ricamente ornamentada com espeleotemas. Seu interior é marcado por dois níveis de condutos, um superior seco e um inferior que abriga o córrego Alambari, da sub-bacia do Rio Betari, pertencente a bacia do Rio Ribeira do Iguape. Na caverna, são encontradas passagens arcadas por túneis de teto rebaixado e algumas com águas represadas que atingem mais de 1 m de profundidade. Na porção final, o córrego Alambari subterrâneo é direcionado a um conduto com cerca de 60 m de comprimento que exibe morfologia freática.
A litologia da caverna é constituída por metacalcarenitos e metacalcilutitos impuros e margosos da Formação Bairro da Serra, com níveis filíticos sulfetados e presença de pirita. O desenvolvimento principal coincide com o bandamento e o padrão litológico regional NE-SW. Feições vadosas predominam, verificando-se, em alguns pontos, forte influência da superfície deposicional da rocha encaixante. Sedimentos finos depositados no piso do salão principal e em outras porções da caverna podem estar associados à fase de entulhamento do vale do Rio Betari provavelmente causado por alterações do nível do mar durante o último período glacial (10 mil a 20 mil anos atrás).
Rochas conglomeráticas calcificadas junto ao teto são encontradas na entrada da caverna. Neste local, estalactites calcíticas predominam. São também observados sedimentos pelíticos nas porções superficiais dos depósitos clásticos e de conglomerados ao longo dos meandros do córrego subterrâneo. No primeiro salão, junto a blocos abatidos é possível observar uma cortina de escorrimento inclinada depositada antes do desmoronamento daqueles blocos.
Em 1907, a Caverna Alambari de Baixo foi descoberta e descrita pelo naturalista, zoólogo, espeleólogo, arqueólogo e pesquisador alemão Sigismund Ernst Richard Krone (1861-1017), conhecido como Major Ricardo, considerado incentivador da espeleologia brasileira.
(Crédito da imagem: Ana Taemi - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

15 de novembro de 2022

Notícias em 15/11/2022

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Serrania de la Macarena
Este sistema montanhoso colombiano faz parte do Escudo da Guiana e está situado no Departamento de Meta, a leste da Cordilheira dos Andes. Forma uma faixa N-S com comprimento de cerca de 120 km, largura de 30 km e altitude média de aproximadamente 1.600 m. Em 1948, a região foi declarada Reserva Natural Nacional e, em 1951, foi constituído o Parque Natural Serrania de la Macarena que protege 6.200 km² da serra e seus arredores.
Durante o Cretáceo, la Macarena se formou como parte de uma série de soerguimentos de rochas do Proterozóico Superior. Esta região elevada ficava na borda ocidental do Escudo Sul-Americano do Pré-Cambriano e se estendia da Colômbia, passando pelo Brasil, alcançando a Venezuela e as Guianas. Constituída por arenitos macios, logo a erosão esculpiu uma série de montanhas. Quando a placa tectônica do Pacífico colidiu com a Sul-Americana, surgindo os Andes, os rios Amazonas e Orinoco passaram a fluir para leste levando junto boa parte da cordilheira. Restaram algumas regiões elevadas e, dentre elas, a Serrania de la Macarena, que estava localizada mil km a oeste. Nesta serrania, são encontradas as rochas mais antigas da Colômbia. São rochas quartzíticas datadas em 1,461 bilhão de anos. 
A serrania possui petróglifos de culturas antigas, como os de Angosturas I e II no Rio Guayabero. E é justamente um afluente deste rio que torna a região famosa. É o Rio Caño Cristales, conhecido como "Rio das Cinco Cores" ou "Arco-íris líquido", localizado na província de Meta. Suas cores são causadas pela planta Macarenia clavigera, da família Podostemaceae, encontrada no leito deste rio. Durante um período entre as estações chuvosas e secas, quando a água está em determinado nível, esta planta se agarra ao quartzito e reveste o fundo do rio com um vermelho brilhante, transmitindo para a água manchas amarelas, verdes, azuis, com diversas tonalidades intermediárias.
Nesta serrania acontece o encontro da flora e da fauna de três regiões: Amazônia, Orinoquía (ou Llanos Orientales) e Andes. Os vários patamares bioclimáticos com temperaturas entre 12 e 25ºC favorecem a conservação de habitat único em uma pequena região com grande biodiversidade, tendo várias espécies endêmicas. São 48 espécies de orquídeas e 2.000 de outras flores, folhagens e plantas. Sua fauna inclui tamanduás, tigres, pumas, veados, macacos, 500 espécies de aves, 1.200 espécies de insetos e 100 espécies de répteis.
(Crédito da imagem: Mario Carvajal - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

14 de novembro de 2022

Notícias em 14/11/2022

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Curling e Ailsa Craig
Curling é uma modalidade esportiva semelhante à bocha, sendo conhecida também como "xadrez do gelo" por ter quase a mesma complexidade deste jogo de tabuleiro. O Curling consiste em lançamentos de pedras de maneira que a posição das mesmas deem aos competidores mais ou menos por pontos. O Canadá é a principal potência deste esporte, mas a Escócia é o berço do Curling.
As pedras de Curling devem absorver muito pouca água, pois ela pode congelar, expandir, fraturar grãos minerais e produzir buracos. Tais buracos, nas pedras, tornam a superfície rugosa e o deslizamento delas no Curling fica comprometido, diminuirá o desempenho dos atletas em uma competição. Por esta razão, estas pedras precisam ser constituídas de um granito especial que é encontrado em poucos locais da Terra, como a pedreira de Granito Trefor, na costa do País de Gales, e Ailsa Craig.
Ailsa Craig é uma pequena ilha de 99 ha, com cerca de 1,2 km de diâmetro, com falésias que se elevam até 340 m de altitude. Está localizada na parte externa do estuário de Firth, na costa oeste da Escócia. O que se vê hoje é o que restou de um plutão magmático que fica dentro dos limites projetados do Midland Valley e tem cerca de 61 milhões de anos. É constituído por arfvedsonita-aegirina-microgranito rico em álcalis, que foi intrudido por enxames de diques verticais de olivina-dolerito toleítico a alcalino (crinanítico) com margens basálticas. As rochas alcalinas que formam estas intrusões possuem grande resistência e estabilidade química e, portanto, sobrevivem à erosão para formar feições topográficas proeminentes. Estas características talvez expliquem em parte a sobrevivência de blocos erráticos levados por transporte glacial e encontrados até 500 km distantes da Ilha Ailsa Craig. Também são estas qualidades do seu microgranito, que são muito apreciadas no Curling.
Desde 1851, a Kays of Scotland fabrica pedras de Curling a partir dos granitos Ailsa Craig. Desde 1924, abastece os Jogos Olímpicos de Inverno e, desde 2006, é fornecedora exclusiva para estes mesmos jogos.
Indiferentes a tudo isto, inúmeras aves marinhas nidificam nas falésias de Ailsa Craig. Enormes colônias de gansos se concentram nas mais altas costas a oeste e sul da ilha e, além deles, estão sempre presentes guillemots, razorbills, kittiwakes e uma variedade de outras espécies.
(Crédito da imagem: August Schwerdfeger - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, barragem, petróleo, mercado, infraestrutura, meio ambiente, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

11 de novembro de 2022

Notícias em 11/11/2022

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Penedo do Lexim
Este penedo (grande rocha) é encontrado no concelho de Mafra, na margem esquerda da Ribeira de Cheleiros, no distrito de Lisboa, em Portugal.
O Penedo do Lexim é o que resta de uma chaminé vulcânica, com cerca de 30 m de diâmetro e com origem a cerca de 2.000 m de profundidade. Esta e outras chaminés deste tipo na região estão associadas às lavas basálticas do Complexo Vulcânico de Lisboa (CVL) que teriam sido expelidas por estes condutos. Estes basaltos resultaram de um vulcanismo subaéreo do tipo misto, ou seja, foram expelidas lavas básicas alternadamente com piroclastos. Devido à alcalinidade destas lavas, é grande a probabilidade de terem resultado de um vulcanismo do tipo hotspot.
O CVL se assenta sobre calcários margosos do Cenomaniano Inferior e Médio ou sobre calcários recifais do Cenomaniano Superior e é sobreposto por camadas conglomeráticas do Complexo Benfica do Paleógeno (Eoceno a Oligoceno). Este posicionamento e determinações geocronológicas indicam que o CVL é um episódio magmático do final do Cretáceo e do início do Paleógeno.
O avançado estado de alteração das rochas do CVL limita seriamente a reconstituição da geometria dos aparelhos vulcânicos e dos volumes dos materiais expelidos. Além disto, houve profunda transformação por ação de falhamentos e também por compartilhamentos e basculamentos de blocos de rochas.
O Penedo do Lexim possui zonas de rocha maciça juntamente com zonas de disjunção prismática. Os prismas, predominantemente pentagonais, têm diâmetros entre 40 e 50 cm. Suas colunas, na maioria fortemente inclinadas para N, têm um comprimento aproximado de 5 m. É constituído por rocha de composição traquítica, com textura porfírítica, onde se observam fenocristais de olivina e de piroxênio envolvidos por matriz afanítica.
A região ao redor do Penedo de Lexim é um dos mais relevantes sítios arqueológicos do concelho de Mafra. Durante milênios foi escolhida como espaço habitaional. Desde 1982, é classificada como Imóvel de Interesse Público em Portugal e contém registros de fases de ocupação de diversos períodos desde o Neolítico (desde 4000 aC) até a época romana. Há cerca de 5.000 anos, um grupo de pastores e agricultores se instalou ali e deixou significativos vestígios desta ocupação, como olarias, pedras lascadas e polidas, ossos trabalhados, metais e restos de alimentações, além de cabanas e estruturas defensivas. O sítio do Penedo de Lexim tem grande relevância para o Calcolítico (entre o Neolítico e a Idade do Bronze) da Península Ibérica.
(Crédito a imagem: Lusitana - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, gestão pública, fiscalização, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

10 de novembro de 2022

Notícias em 10/11/2022

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Morro Dois Irmãos
Esta formação rochosa está localizada em Monte Santo de Minas, MG.
É um morro testemunho com topo plano e paredão vertical de rochas sedimentares com cores avermelhadas pertencentes à Formação Aquidauana. Ela registra eventos glaciais ocorridos no Carbonífero e no Permiano da Bacia do Paraná. É caracterizada por arenitos de granulação variável, lamitos e diamictitos, com abundância de material argiloso, de ambiente fluvial e lacustre, com cores típicas próximas ao vermelho do tijolo.
No Morro Dois Irmãos foi encontrada a seguinte seção colunar, de baixo para cima:
(i) 20 m de lamito marrom avermelhado, com laminação incipiente, com clastos dispersos e na base pequenas deformações locais.
(ii) cerca de 7 m de diamictito maciço com predominância de silte e presença de clastos com dimensões variáveis (alguns alcançando 40 cm).
(iii) cerca 3 m de arenito médio, de cor creme avermelhada, com matriz siltosa, clastos dispersos (quartzo e quartzito) e estratificação acanalada.
(iv) cerca de 17,5 m de arenito com clastos polimíticos dispersos, de cor creme avermelhada, sendo, (a) na base, arenito fino com feições de deformação, (b) na porção intermediária, uma porção encoberta de cerca de 5 m e, (c) no topo, arenito é médio a grosso, mal selecionado, com estratificação incipiente e intercalações de lamito;
(v) cerca de 4 m de arenito muito fino, de cor creme avermelhada, com matriz argilosa e estratificação plano paralela.
(vi) cerca de 20 m de arenito muito fino, de cor creme avermelhada, micáceo, com matriz argilosa e estratificação cruzada (sendo localmente maciço).
O nome da Formação Aquidauana vem do rio de mesmo nome que corre no MS e significa "rio estreito" no vocabulário dos indígenas da etnia Guaicuru.
(Crédito da imagem: Gisele Menegasse - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
petróleo, produção, mercado, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, eventos e outros.

3 de novembro de 2022

Notícias em 03/11/2022

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Swartberg Mountains
Estas montanhas (cujo nome significa "Montanha Negra" em africâner) têm direção aproximadamente E-W e se situam entre os semiáridos Little Karoo (ao sul) e Great Karoo (ao norte), em Western Cape, na África do Sul. Elas formam duas cordilheiras divididas pelo Rio Gouritz:
(i) as Grandes Montanhas Swartberg (a leste), com trecho ao sul de Oudtshoorn apresentado na imagem acima, e
(ii) as Pequenas Montanhas Swartberg (a oeste), que ironicamente são as mais altas e nelas se destaca o pico Seweweekspoortpiek ("Pico do Desfiladeiro de Sete Semanas" em africâner) com 2.325 m de altitude.
As montanhas Swartberg fazem parte da cordilheira do Cabo e são constituídas principalmente por rochas do grupo Table Mountain e, em menor grau, pelos grupos Bokkeveld e Cango.
Há cerca de 330 milhões de anos, quando foi formado o supercontinente Pangea, uma zona de subducção ao sul fez com que as rochas do Supergrupo do Cabo sofressem soerguimento e compressão. Houve deformação e dobramentos das camadas anteriormente horizontais e surgiu uma cadeia montanhosa de até 7 mil m de altura. Então, o peso do acúmulo dessas rochas causou subsidência e uma grande bacia se formou ao norte. Entre o Carbonífero Superior e o Jurássico Inferior, esta bacia foi preenchida com sedimentos parcialmente derivados das rochas do Supergrupo do Cabo. Foram depositados até 10.000 m de arenitos e folhelhos em vale de rifte em margem continental. Estes sedimentos repousaram em inconformidade no topo de arenitos, siltitos e lamitos espessos do embasamento pré-cambriano.
As mais antigas destas rochas são encontradas principalmente nas proximidades da Cidade do Cabo e no extremo oeste do Western Cape, mas também afloram no sopé das Montanhas Swartberg. Elas pertencem ao Grupo Cango e incluem calcários, turbiditos e conglomerados. 
Há várias passagens por estas montanhas e nelas podem ser observadas dobras e outras características de rochas do Paleozoico. A Passagem Swartberg, com 27 km de comprimento não asfaltados, é a mais famosa. Ela serpenteia a montanha e foi construía de 1881 a 1888 pelo engenheiro e construtor de estradas Thomas Charles Bain (1830-1993). Esta passagem percorre o lado sul das Montanhas Swartberg, predominantemente composto por quartzitos maciços do Grupo Table Mountain inferior (as rochas mais antigas do Supergrupo do Cabo), que se elevam quase verticalmente a mais de 1.000 m do fundo do vale. Em seguida, a estrada desce por fendas e dobras de rochas sedimentares mais jovens.
As montanhas Swartberg possuem o sistema de cavernas mais famoso da África do Sul, localizado ao norte de Oudtshoorn. Grande parte dele constitui Patrimônio Mundial da Unesco.
Esta é uma área de extremos climáticos, com invernos muito frios, muitas vezes com neve nas montanhas e temperaturas bem abaixo de zero, enquanto os verões podem ser desconfortavelmente quentes com temperaturas que chegam a 40°C ou mais.
A Reserva Natural de Swartberg, declarada Patrimônio da Humanidade, tem uma área de conservação de cerca de 180.000 ha e é fundamental para as bacias hidrográficas da região.
Nas Montanhas Swartberg, encontra-se o Pico Bewitch (com 2.189 m de altitude) na cidade de Klein Karoo, no condado de Ladismith. Ele se eleva acima das crenças geológicas, pois diz a lenda que ele foi fendido por um relâmpago produzido por feitiçaria.
(Crédito da Imagem: José Leonardo Andriotti - fonte1 - fonte2)

Assuntos do dia
produção, mercado, energia alternativa, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial e outros.

2 de novembro de 2022

Notícias em 02/11/2022

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Slioch
Este maciço, com 981 m de altura, localizado em Wester Ross, é uma montanha das Terras Altas da Escócia. 
Na região do atual noroeste da Escócia, formaram-se os gnaisses do embasamento Lewisiano, cujas rochas originais graníticas surgiram há 3,1-2,8 bilhões de anos foram transformadas em gnaisses há cerca de 2,7 bilhões de anos, provavelmente há 40 km de profundidade. Após soerguido, este gnaisse foi erodido em colinas e vales onde corriam rios antigos. Estes rios foram os responsáveis pelo transporte e pela deposição dos sedimentos que se transformaram no Arenito Torridoniano (ou Grupo Torridoniano), que constitui o Maçico Slioch.
O Arenito Torridoniano foi depositado há cerca de 1 bilhão de anos e repousou horizontalmente ou com suave inclinação sobre o Lewisiano, na margem leste do supercontinente Laurentia durante o final do Mesoproterozóico e início do Neoproterozóico. Sua deposição pode estar associada a uma fase prolongada de extensão crustal que precedeu a abertura do Oceano Iapetus do Neoproterozóico. O contato entre o Torridoniano e o embasamento é uma inconformidade que é considerada o melhor exemplo de superfície de discordância do Pré-Cambriano nas Ilhas Britânicas.
O Grupo Torridoniano é uma sequência de 6 km de espessura de rochas sedimentares arenosas do Proterozoico, amplamente desenvolvidas no nordeste das Terras Altas da Escócia, especialmente em um distrito de Glasgow, chamado Loch Torridon, que deu nome ao Grupo. São principalmente arenitos, arcóseos e folhelhos vermelhos e de cor chocolate, com conglomerados grosseiros localmente na base. 
Slioch está situado a sudeste do Lago Loch Maree, que aparece em primeiro plano na imagem acima. Este lago contém mais de 60 ilhas, incluindo a misteriosa Isle Maree onde há um poço sagrado, uma árvore dos desejos cravejada de moedas e um cemitério histórico onde descansam o príncipe Olaf e sua amada. A desgraça se abateu sobre este casal por causa de uma confusão de bandeiras brancas e negras que deveriam ser hasteadas para avisar um ao outro de que tudo estava bem ou estava tudo mal. Ao estilo Romeu e Julieta, cada um acabou indo desta para outra vida por vontade própria e por motivos equivocados quando o preto e o branco das bandeiras foram inadequadamente utilizados.
(Crédito da imagem: Helen Burns - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, asteroides e eventos.

31 de outubro de 2022

Notícias em 31/10/2022

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Cerro do Itaquatiá
Este cerro está localizado no distrito de Xiniquá, em São Pedro do Sul, na região central do RS.
O Cerro do Itaquatiá é um morro testemunho de topo plano com aproximados 204 m de altitude e 40 m de altura. 
Na sua base são encontrados arenitos da Formação Caturrita, pertencente ao intervalo superior do Grupo Rosário do Sul. São arenitos finos, médios e grossos a conglomerados, róseos a alaranjados, com estratificação cruzada de médio a grande porte. Originaram-se em ambiente continental, associados a canais fluviais e corpos lacustres. Estas rochas foram atribuídas ao Triássico Superior, embora assembleias de tetrápodes indiquem Jurássico inferior (Carniana-Noriana ou Rhaetiano). O tectonismo recentemente melhor compreendido indica a necessidade de trabalhos geológicos e paleontológicos mais detalhados para determinar a posição e a correlação destas rochas.
A porção intermediária do Cerro do Itaquatiá é constituída pelos arenitos de ambiente continental desértico da Formação Botucatu, da segunda metade do Jurássico. São arenitos finos a grossos, de coloração avermelhada, com estratificações cruzadas de grande porte visíveis nas escarpas do cerro. O nome "Itaquatiá" significa em tupi-guarani "pedra pintada", provavelmente devido às feições deste arenito. No entanto, alguns dizem, embora os geólogos não confirmem, que as estruturas deste arenito seriam nada mais do que rabiscos deixados pelos nossos antepassados, que viviam da caça e da pesca.
No topo do Cerro do Itaquatiá, observa-se uma delgada camada de rocha basáltica da Formação Serra Geral, do Cretáceo, que serve de proteção contra a erosão, fazendo com que seja mantida a forma do cerro. Esta formação é composta por derrames basálticos, granulares finos a médios, maciços de cor cinza escuro.
A região apresenta uma flora peculiar. Parte de sua vegetação consiste de elementos xerófilos, estabelecidos durante o Quaternário. Há uma relação entre as características fitogeográficas e geomorfológicas, associando a geoforma com a cobertura vegetal e favorecendo o surgimento de endemismo. No Cerro do Itaquatiá foram encontradas sete espécies endêmicas e, em 2021, foi descrita uma nova espécie de planta gaúcha endêmica, a Rhamnidium riograndense.
Além de tudo isto, este cerro também é local de escaladas e rapel, que apresentam algum grau de dificuldade devido à fragilidade do arenito da Formação Botucatu.
(Crédito da imagem: Bianca Schindler - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, produção, mercado, justiça, água, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial e eventos.

25 de outubro de 2022

Notícias em 25/10/2022

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Eolianitos do CE
Eolianito é uma rocha formada pela litificação de depósito eólico através da cimentação de seus grãos, principalmente através da dissolução de fragmentos de conchas por carbonato e sulfato de cálcio. Em alguns casos, a partir dos níveis mais altos nas dunas, há percolação da água per descensum até atingir o lençol freático, com consequente precipitação como cimento. Os eolianitos têm papel importante na conservação das linhas de costa e ocorrem desde regiões equatorianas até aquelas de 40 graus de latitude.
Os Eolianitos do CE estão distribuídos, de forma descontínua, ao longo de quase toda a costa noroeste do CE, por 570 km, em faixas que variam de algumas dezenas até centenas de metros de largura. São mais comuns entre as localidades de Pecém e Acaraú e têm boa representatividade das estruturas internas das rochas e dos afloramentos entre Flecheiras e Mundaú.
Formam pacotes do Holoceno, constituídos por rochas arenosas, quartzo-bioclásticas, com cimento de carbonato de cálcio. A cimentação deste material exigiu:
(i) acumulação de carbonato biogênico em ambiente marinho raso e litorâneo;
(ii) rebaixamento relativo do nível marinho, com recuo do mar, expondo os sedimentos da plataforma continental à ação eólica;
(iii) transporte dos sedimentos, com grande conteúdo de carbonatos biogênicos, para a zona costeira, onde, misturados com outros sedimentos, formaram dunas;
(iv) estabilização das dunas, quando a ação das águas pluviais dissolveram os fragmentos de conchas e carapaças biogênicas;
(v) infiltração da água rica em carbonato de cálcio nas dunas;
(vi) evaporação da água próxima à superfície com cristalização dos carbonatos nos poros das areias, atuando como cimento que solidificou as dunas; e
(vii) erosão que continua até hoje, modelando o relevo ruiniforme exibido pelos eolianitos.
Os depósitos eólicos do CE incluem
(i) palaeodunas do Pleistoceno, logo acima da Formação Barreiras, constituídas por areias quartzosas não consolidadas, com coloração vermelho escuro;
(ii) dunas parabólicas estabilizadas formadas por areias quartzosas não consolidadas, com cores que variam de laranja a cinza;
(iii) eolianitos friáveis ou fortemente litificados, formados por areias quartzosas cimentadas por carbonato de cálcio, do Holoceno superior; e
(iv) dunas ativas atuais, incluindo barcanas, barcanóides e lençóis de areia, formados por areias quartzosas.
Observam-se estruturas sedimentares primárias, incluindo estratificação de grande porte, planoparalelas e cruzadas e algumas acanaladas ou festonadas. As formas do relevo são ruiniformes, geradas por abrasão eólica, conhecidas localmente como "cascudos". Geomorfologicamente, constituem baixos platôs sedimentares sustentados pela Formação Barreiras.
Nos eolianitos, constituindo 15% do total dos grãos, predominam moluscos seguidos de algas, foraminímeros e briozoários.
Rochas, com estas características, são encontradas em região onde a toponímia têm origem preferencialmente indígena, o que é comum no CE. Eis alguns exemplos:
Acaraú tem origem no nome do Rio Acaraú, que significa "rio das garças" em tupi-guarani;
Flecheiras (ou Flexeiras) está associada a uma lenda local que conta que mulheres indígenas da região desciam os morros e praticavam pesca com suas flechas;
Mundaú tem origem no nome do Rio Mundaú, que em tupi significa "bebedojuro dos ladrões"; e
Pecém originalmente seria "Upecem" que em tupi significa "praias entrecortadas por sucessivos córregos".
(Crédito da imagem: Alexandre Medeiros Carvalho - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6)

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mineração, barragem, petróleo, mercado, gestão pública, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

24 de outubro de 2022

Notícias em 24/10/2022

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Cordilheira Cantábrica
Esta cordilheira, no norte da Espanha, é uma barreira montanhosa localizada paralela à costa atlântica, ao longo de 480 km, com cumes que se elevam entre 2.000 e 2.500 m de altitude. Ela é delimitada pelo Golfo de Biscaia ao norte e pela Bacia de Foreland do Douro ao sul. Estende-se do Maciço Galego-Leonês até a Depressão Basca, passando pela região chamada Picos de Europa. Juntamente com o Maciço Astur-Leonês, a Cordilheira Cantábrica, em termos geológicos, avança até o sopé dos Pirineus, representando a continuação ocidental do sistema orogênico Pirineus-Cantábrico.
Nos últimos 350 milhões de anos, choques de várias placas tectônicas fazem parte da história da Cordilheira Cantábrica, com elevações e consequentes processos erosivos. Esta cordilheira foi afetada por duas orogenias, a Varisca e a Alpina. Nesta última, houve deformação devido à convergência entre as placas tectônicas Ibérica e Europeia.
Quartzitos, arenitos, ardósias, conglomerados, camadas de carvão e calcários se acumularam durante a história da cordilheira e foram comprimidos, dobrados e fraturados, durantes as orogenias Varisca e Alpina. As rochas menos resistentes foram removidas pela erosão resultante da ação de rios, geleiras e outros processos para formar a topografia atual.
Diz a lenda, que na Cantábria há três tipos de duendes, Trastollillo, Trenti e Zahorí. O primeiro é simpático e brincalhão. Apesar de ser o mais conhecido, é muito difícil de ser encontrado porque é muito pequeno e tem a pele escura. Tem olhos verdes e brilhantes, cabelos compridos e dois pequenos chifres. Cobre-se com um manto avermelhado feito de casca de árvore. O segundo duende, Trenti, é ainda mais travesso e rebelde e, felizmente, reside longe de áreas habitadas. Sua roupa também é feita de casca de árvore, mas é de cor marrom e verde, o que facilita a sua camuflagem. Só é visto por crianças e gosta muito de milho e leite, mas não pode beber água, que é um veneno para ele. O terceiro duende, Zahorí, ao contrário dos outros, prefere ajudar os cantábricos quando estes perdem algo importante ou valioso. Basta invocar sua ajuda com uma oração. Se a pessoa que perdeu algo tem bom comportamento, Zahorí logo se põe a procurar o objeto perdido.
Na imagem acima, não é possível avistar estes duendes, apenas observam-se picos do maciço central da Cordilheira Cantábrica e a aldeia de Sotres, em Cabrales, Astúrias, na Espanha.
(Crédito da imagem: Mick Stephenson - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

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economia, mineração, petróleo, mercado, água, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

19 de outubro de 2022

Notícias em 19/10/2022

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Gruta da Lagoa Azul
Esta gruta, com suas águas cristalinas de cor azul-turquesa, está localizada aproximadamente a 44 km da sede do município de Chapada dos Guimarães, em MT. 
A gênese da Gruta da Lagoa Azul, assim como das cavernas próximas, Aroe Jari e Kiogo Bardo, é atribuída a características dos diamictitos da Formação Vila Maria e dos arenitos e conglomerados das formações Vila Maria inferior e Alto Garças superior. Os diamictitos, resistentes à erosão superficial, sustentam o relevo local e caracterizam o teto destas caverna. Os arenitos e conglomerados, sujeitos à erosão por piping, são encontrados nas paredes e nos pisos. O mecanismo de piping resulta da friabilidade elevada destas formações devido a um fraturamento regional e das posições mais basais destas rochas na Bacia do Paraná.
Na região, a Formação Alto Garças grada da base para o topo, de conglomerados maciços até arenitos, também maciços ou com laminação plano-paralela. Esta formação, que apresenta icnofóssil Skolithos linearis, ocorre em inconformidade sobre o embasamento, representado por filitos do Grupo Cuiabá, e em discordância sob conglomerados da Formação Vila Maria. 
A Formação Vila Maria é constituída de uma sucessão de:
(i) conglomerados com estratificação cruzada; (ii) conglomerados e arenitos intercalados em camadas tabulares e arenitos com Arthrophycus alleghaniensis; (iii) folhelhos com Chondrites isp. e Teichichnus isp., arenitos com laminação cruzada cavalgante e diamictitos; e (iv) arenitos em camadas tabulares, com estratificação cruzada ou laminação cruzada ondulada, arenitos e folhelhos intercalados, arenitos com Arthrophycus alleghaniensis e Palaeophycus isp. e arenitos com Skolithos linearis.
A Gruta da Lagoa Azul, assim como as demais cavernas da região, no Geoparque Chapada dos Guimarães, apresentam controle estrutural destacado pelo diaclasamento visível, sobretudo no teto, e também controle litológico decorrente do contato entre litologias distintas. Diaclases próximas das laterais da Gruta da Lagoa Azul dão a ela uma forma aproximadamente retangular. Esta gruta tem mais de uma entrada e possui um conduto lateral por onde a água escoa.
(Crédito da imagem: Maíra Arantes Leite Wick - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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mineração, barragem, trabalhadores, petróleo, mercado, gestão pública, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, eventos e outros.

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