Em breve:
Uma história climática da Terra - Parte 5 - Cenozoico

30 de novembro de 2022

Notícias em 30/11/2022

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Ilha de Santa Helena
Esta ilha faz parte do Território Ultramarino Britânico, juntamente com as ilhas Ascensão e Tristão da Cunha, no Atlântico Sul. Sua capital é Jamestown. É a segunda posse mais antiga do Reino Unido, depois das Bermudas, tendo sido colonizada pelos ingleses a partir de 1659.
Este conjunto de ilhas tem origem vulcânica a partir de hotspots. Embora estejam localizadas ao longo da dorsal Meso-Atlântico, no Atlântico Sul, não fazem parte dela. A medida que o Atlântico foi se expandindo, com a fragmentação do Gondwana, o hotspot que formou Santa Helena também teria sido responsável pela Linha dos Camarões, que inclui montes submarinos e as ilhas de Pagalu, São Tomé, Príncipe e Bioko.
A Ilha de Santa Helena é um vulcão escudo extinto que já foi muito maior. Atualmente, o ponto mais elevado da ilha é o Pico de Diana, com cume a 820 m de altitude, mas as elevações máximas já estiveram entre 1.200 e 1.500 m. Um volume de cerca de 20 km³ foi removido por erosão, ao esculpir profundos vales. Apenas 5% deste vulcão é visível, estando os 95% restantes abaixo do nível do mar, cuja profundidade é de 4,4 km na região.
Há 14 milhões de anos, a Ilha Santa Helena emergiu e, até 11 milhões de anos atrás, fluxos de lava subaérea foram depositadas. Formava-se o centro eruptivo do nordeste. Brechas submarinas e matacões de até 1,4 m de diâmetro de basalto e traquito com matriz verde-acastanhada são desta época. Após, a atividade eruptiva foi deslocada para o sudeste, inicialmente ficando centralizada na área da Baía Sandy. Foram formadas quatro unidades distintas, cada uma composta por um fluxo de lava sobreposto por camada piroclástica, com camadas sedimentares entre as de lava. Por volta de 9 milhões de anos, houve breve pausa nas erupções e a atividade vulcânica do sudoeste se deslocou ligeiramente para o atual cume da ilha. Lavas irromperam e, em alguns locais, preencheram canais erosivos. Há cerca de 8 milhões, diques e stoks de traquito intrudiram construindo formas que têm resistido à erosão, como Lot, Lot's Wife and Daughters, the Ass's Ears e Frightus Rock. Finalmente, uma pequena e última quantidade de lava irrompeu por volta de 7 milhões de anos atrás.
Em 1502, a Ilha de Santa Helena foi descoberta pelo navegador galego João da Nova (c.1460-1509), quando passava por ali a caminho da Índia. No início da ocupação humana, a ilha foi usada como local de exílio para criminosos ou prisioneiros de guerra e recebeu seu mais famoso residente, o general e monarca francês Napoleão Bonaparte (1769-1821). Ele ficou por lá de 1815, depois da derrota em Waterloo, até sua morte em 1821.
Charles Darwin a visitou em 1836 e, em 1844, escreveu "Observações geológicas sobre as ilhas vulcânicas", onde descreveu corretamente uma sequência basal de derrames de lava submarina, subjacente a uma série de derrames de lava basáltica, com traquitos intrusivos.
A densa floresta subtropical, que provavelmente existiu no interior da Ilha de Santa Helena, foi destruída pela introdução de cabras e de vegetação importada. Como resultado, a árvore Corda (Acalppha rubrinervis) e a Oliveira de Santa Helena (Nesiota elliptica) estão extintas e muitas outras plantas endêmicas estão ameaçadas.
A imagem acima mostra a baía Sandy, no sul da Ilha de Santa Helena, junto à região chamada Portão do Caos, com as cores do material resultante da erosão das rochas. As lavas do escudo inferior do centro eruptivo do sudeste afloram nesta região. Embora os ventos alísios alcancem a ilha, a topografia ajuda a manter esta baia com um clima calmo e ameno. É uma área árida, mas com locais bem cultivados, com plantações de café e banana.
(Crédito da imagem: StHelenaIsland.info - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, danos, petróleo, mercado, fiscalização, política, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, ciência espacial e eventos.

29 de novembro de 2022

Notícias em 29/11/2022

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Costa Brava
Costa Brava é uma área costeira mediterrânea da Espanha, na Catalunha, com mais de 200 km de litoral, que inicia no município de Blanes, ao sul, e se estende para o norte até o município de Portbou, junto à fronteira da França. É caracterizada por promontórios rochosos, praias extensas e pequenas enseadas cercadas por vegetação e falésias. Devido à sua complicada geologia agreste e rochosa, a natureza foi preservada com pouca presença urbana.
Há mais de 280 milhões de anos, uma erupção vulcânica deslocou magma para a costa, levando-o mar a dentro e o rompimento da linha da costa ficou registrado no tômbolo de Sa Palomera. Assim, os promontórios da Costa Brava fazem parte de um plutão granítico costeiro constituído por um leucogranito do Carbonífero. Esta rocha apresenta lamprófiros em veios escuros gerados a partir da massa magmática. Eles correspondem a dois episódios distintos, de 253 milhões (em diques) e 85 milhões de anos (em soleiras), com composição química diferente. Os diques, com contatos limpos, não possuem halos de metamorfismo. Nas soleiras, observa-se seleção gravitacional dos cristais formados pelo resfriamento do material. Os minerais que cristalizaram antes, em temperatura mais elevada, são movidos pela gravidade, o que não acontece com os demais.
Este fenômeno, conhecido por diferenciação magmática, onde os minerais que cristalizam em temperaturas mais elevadas têm formação antecipada, é observado também em blocos de granito arrancados pela força da corrente do magma. Eles foram deslocados de sua posição original ao se movimentar flutuando, já que o magma escuro da soleira era mais denso que estes bloco que já estavam formados.
Algum tempo depois destes eventos, mas mesmo assim há séculos, ibéricos, gregos e romanos descobriram a riqueza desta região, conforme demonstram as ruínas do sítio arqueológico de Ampúrias. As antigas cidades de Emporion (para os gregos) e Emporiae (para os romanos) foram a porta de entrada para as culturas clássicas na Península Ibérica. O estilo românico está presente na arquitetura, como no mosteiro de Sant Pere de Rodes.
Na região da Costa Brava, a Idade Média deixou sua marca em castelos, fortalezas e as aldeias, definindo a geografia da região. Como marca da arte mais recente, o Triângulo Dalí, composto pelo Teatro-Museu de Figueres, a Casa-Museu de Portlligat e o Castelo de Púbol, registra a pegada surrealista de Salvador Dalí.
Na região, há também quatro parques naturais: Cap de Creus, a primeira área terrestre e marítima protegida da Catalunha, Montseny, declarado Reserva da Biosfera pela Unesco, e ainda Aiguamolls de l'Empordà e Montgrí. Um terço da Costa Brava e dos Pirinéus de Girona é considerado zona natural protegida.
(Crédito da imagem: Gordito 1869 - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, mercado, fiscalização, política, energia alternativa, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, eventos e outros.

28 de novembro de 2022

Notícias em 28/11/2022

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Ilha das Pedras Brancas
Esta ilha, também conhecida como Ilha do Presídio ou Ilha da Pólvora, está localizada no Rio (ou Lago) Guaíba, 2,4 km a leste de Porto Alegre e 2,2 km a oeste da cidade de Guaíba, no RS. Com 140 m de comprimento e entre 30 e 80 m de largura, é considerada patrimônio ambiental e histórico que a Associação Amigos do Meio Ambiente, o Movimento Pró-Cultura de Guaíba e a Prefeitura Municipal de Guaíba buscam preservar. Em 2014, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE).
Com forma levemente elíptica, a Ilha das Pedras Brancas tem seu eixo maior orientado a N40ºE, concordante com o sistema regional de falhamentos do Escudo Sul-Riograndense. Ao contrário das demais ilhas do delta do Rio Jacuí, que são formadas por sedimentos flúvio-lacustres recentes, esta é constituída por um conjunto de lajeados e matacões de rocha granítica. Esta rocha têm idade entre 500 milhões e 560 milhões de anos, sendo bem mais antigas que a formação do corpo d'água do Guaíba, que é do Quaternário. 
A rocha da ilha é um sienogranito equigranular médio, de coloração rósea, com textura fanerítica, composto por feldspato alcalino, quartzo e biotita, pertencente à Suíte Granítica Dom Feliciano, do Proterozóico Superior. Esta rocha foi moldada pela ação do intemperismo e pelas transgressões e regressões do nível do mar que afetou a porção leste do RS. 
O nome "Pedras Brancas" é o mesmo nome do antigo 9º distrito de Porto Alegre. Este distrito se emancipou em 1926 dando origem ao município de Guaíba. Não se sabe se o distrito herdou o nome da ilha ou vice-versa, mas, de qualquer forma, a motivação deste nome foram as pedras de cor clara encontradas na região.
Em 1835, a Ilha das Pedras Brancas foi estratégica para os revolucionários acampados nas proximidades. Posteriormente, foi posto de observação dos imperialistas. Em 1857, foram construídas duas casas para armazenar munição, embora estes depósitos não tivessem condições ideais de armazenamento por causa da umidade da ilha. De qualquer forma, ela passou a ser conhecida também pelo nome de Ilha da Pólvora. Em 1956, foi construído um presídio, dando origem ao nome Ilha do Presídio. Ele funcionou até 1973, sendo reativado de 1980 a 1983. Abrigou presos políticos (alguns famosos) nas décadas de 1960 e 1970, durante o regime militar. 
Nesta ilha são encontradas espécies com proibição de corte, como figueiras e corticeiras-do-banhado, e outras que produzem frutos comestíveis, como a arumbéva e a tuna, além de muitas espécies de briófitas, pteridófitas e líquens que cobrem as rochas. A avifauna é variada sendo possível avistar garças-brancas, bem-te-vis, biguás e urubus-cabeça-preta, entre outras.
(Crédito da imagem: Ricardo Orlandini - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, produção, fiscalização, cooperação, política, água, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

25 de novembro de 2022

Notícias em 25/11/2022

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A Cerdanha e os Pirineus Orientais
A Cerdanha (Cerdanya em catalão, Cerdaña em espanhol e Cerdagne em francês), drenada pelo Rio Sègre, faz parte do alto vale dos Pirineus, a leste de Andorra. Há uma parte espanhola (na província de Girona) e outra francesa (nos departamentos dos Pirineus Orientais e Ariège).
A história dos Pirineus é influenciada por quatro eventos tectônicos:
(i) formação da Cadeia Varisca (há 350-300 milhões de anos), como consequência da colisão do Larússia com o Gondwana, causando dobramentos e metamorfismo (em argilitos, calcários e granitos transformados em xistos, mármores e ortognaisses), além de formação de cúpulas migmatíticas;
(ii) abertura do Golfo de Biscaia (há 110-65 milhões de anos), em conjunto com a abertura do Atlântico Norte, provocando a rotação da Península Ibérica, a separação desta em relação ao Maciço Armoricano e a deposição de margas entre os dois;
(iii) colisão das placas tectônicas Europa e Iberia, que entra em subducção para o norte (há 65-36 milhões de anos), dando origem à cadeia Pirineu-Provençal em duas direções, para o norte no lado francês e para o sul no lado espanhol; e
(iv) abertura do Golfo de Leão, com rotação do bloco Corso-Sardenha e soerguimento da região na finalização da cadeia dos Pirinéus Orientais (há 30-5 milhões de anos).
Os Pirineus Orientais são constituidos por rochas de idades contrastantes, desde granitos de 600 milhões de anos até depósitos do quaternário junto à costa do Mediterrâneo. Suas rochas podem ser agrupadas em:
(i) rochas de mais de 250 milhões de anos, incluindo granitos, gnaisses, xistos e mármores;
(ii) rochas entre 250 milhões e 85 milhões de anos, incluindo calcários e margas; e
(iii) rochas de menos de 65 milhões de anos, presentes também na Cerdanha, incluindo depósitos sedimentares do Mioceno e depósitos glaciais do Quaternário.
Na Cerdanha, é encontrada uma bacia de colapso que foi preenchida no Tortoniano (Mioceno Superior) com variados sedimentos flúvio-lacustres datados por fósseis abundantes. Em espessura de cerca de 1.000 m, há registro de 10 milhões de anos de história geodinâmica tortoniana e pós-tortoniana, envolvendo uma sucessão de processos de extensão, compressão, erosão e soerguimento. Entre suas rochas, é encontrada a série Turoliana, com margas e conglomerados vermelhos, além de folhelhos, arenitos e ainda outras rochas.
Ao fundo, na imagem acima, aparecem os Pirineus Orientais, vistos de um local próximo à cidade de Llívia. Esta cidade, que fica na parte francesa da Cerdanha, no entanto, é espanhola. Ela foi capital da Cerdanha até o século XII. Em 1659, a Espanha cedeu 33 comunidades da Cerdanha à França, mas manteve Llívia, conforme ficou determinado pelo Tratado dos Pirineus assinado naquele ano.
(Crédito da imagem: escapadaambnens - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
barragem, mercado, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, ciência espacial, eventos e outros.

24 de novembro de 2022

Notícias em 24/11/2011

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Vale de Núria
Este vale está situado no norte da Catalunha, nas proximidades da cidade de Queralbs, na Espanha, junto à fronteira com a França. É cercado por picos que se elevam a quase 3.000 metros de altitude, com desníveis de cerca de 1.000 m. Destes picos nascem vários rios, inclusive o Rio Núria que percorre o vale.
O Vale de Núria encontra-se na zona axial dos Pireneus, na encosta sul, onde afloram as rochas mais antigas deste sistema montanhoso. São rochas metamórficas da unidade Carançà, predominantemente gnaisses. Estes gnaisses e outras rochas de idade Cambro-ordoviciano constituem o extremo sul do Maciço Canigó-Carançá. Sofreram deformações causadas pela Orogenia Herciniana, incluindo metamorfismo regional e clivagem afetada por várias gerações de dobras de dimensões variadas. Posteriormente, a Orogenia Alpina produziu uma série de sobreposições de estruturas que causaram deslocamentos nas rochas locais. São observadas falhas normais NW-SE com desníveis verticais significativos, provavelmente do Neógeno.
As características destas rochas metamórficas e as descontinuidades do maciço rochoso condicionam a morfologia do relevo do Vale de Núria. Degraus estruturais são típicos na região, com a formação de terraços e patamares de ordem métrica.
Risco de queda de rochas também é uma característica presente. Este fenômeno resulta de processo evolutivo no qual participam diversos fatores, incluindo litológicos, de descontinuidades e geodinâmicos externos, como quebras causadas por variação de temperatura e crescimento de raízes. A orientação de alguns taludes verticais e certos conjuntos de descontinuidades produzem movimentação de blocos individualizados de variadas dimensões.
A região é visitada frequentemente com objetivos didáticos por alunos e professores de geologia da Universidade de Barcelona.
O trem de cremalheira azul de histórica ferrovia da região é o único meio de transporte para acessar o vale, além, é claro, de uma trilha para caminhada.
(Crédito da imagem: Pere López - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
projeto, danos, petróleo, mercado, energia alternativa, terremotos, vulcanismo, ciência espacial, eventos e outros.

23 de novembro de 2022

Notícias em 23/11/2022

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Mosteiro Sant Miquel del Fai
No ano de 997, os Condes de Barcelona concederam as terras da igreja de Sant Miquel e arredores ao fidalgo Gombau de Besora para que ele fundasse o mosteiro que se vê na imagem acima. Foi construído na Área Natural de Sant Miquel del Fai, no lado oeste das falésias de Bertí, acima do vale do Tenes, no município de Sant Quirze Safaja, na Catalunha, Espanha.
Nesta região, a água do Rio Tenes e, principalmente, de seu mais importante afluente, o Rio Rossinyol, com a ajuda das chuvas e das neves derretidas, esculpiram a rocha, construindo cavernas, pequenas piscinas naturais e cachoeiras. Estas águas, que nascem no planalto de Moianès, ao atingir a região do mosteiro, formam várias quedas, num desnível total de cerca de 300 metros. A seguir, abrem caminho entre as falésias do Vale do Fai em busca da planície de Vallesana.
Na imagem acima é possível ver, à esquerda do mosteiro, uma das piscinas (originalmente natural) no caminho das águas do Rio Rossinyol que seguem para a próxima queda.
As falésias de Bertí não dependeram de um fidalgo, foram construídas pela orogenia Alpina, durante o Paleoceno-Eoceno inferior. Elas marcam a fronteira entre a Serra do Pré-Litoral Catalão e a Bacia do Ebro, nas proximidades da Cordilheira Costeira Catalã. Estas falésias são constituídas por rochas sedimentares do Paleógeno e, na região, também são encontrados travertinos do Quaternário ainda em processo de formação.
Na parte superior das falésicas, ocorrem rochas cinzentas detríticas e carbonáticas de origem marinha. São arenitos com cimento calcário com ou sem níveis de microconglomerados, além de arenitos bioclásticos com cimento calcário e margas. A parte inferior é composta por rochas detríticas vermelhas de origem continental. São conglomerados, arenitos e folhelhos.
Conjuntos de diaclases verticais afetam todas estas rochas, produzindo importante controle estrutural do relevo e condicionando a circulação preferencial das águas superficiais e subterrâneas. Na região são encontradas feições associadas à tectônica de cavalgamento.
As falésias de Bertí constituem o limite biogeográfico entre as planície mediterrânea e a região montanhosa. Para completar a paisagem, na base delas, predominam matagais de estepes e urzes. Acima, nos planaltos que compõem a região de Moianès, há bosques de carvalhos, pinheiros escoceses e um bosque de faias de Sauva Negra.
(Crédito da imagem: SBA73 - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, fiscalização, energia alternativa, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

22 de novembro de 2022

Notícias em 22/11/2022

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Pontal de Sernambetiba
Também conhecido como Pedra do Pontal ou Pontal do Recreio, esta formação rochosa está localizada na Baixada de Jacarepaguá, nas proximidades do Posto 12 da Praia do Recreio dos Bandeirantes (ou Praia da Macumba), no Bairro do Recreio dos Bandeirantes do Rio de Janeiro, no RJ. Foi tombado pelo município em 1983.
Está ligado ao continente através de um tômbolo, ou seja, uma feição deposicional provocada por erosão causada pelas ondas do mar. Tômbolos ficam visíveis durante a maré baixa. Na maré alta, o Portal de Sernambetiba se converte em uma ilha com suas paredes quase verticais. Seu cume, no entanto, pode ser alcançado com menor dificuldade a partir da praia, na maré baixa.
O Pontal de Sernambetiba é constituído por ortognaisse da unidade Granito Pedra Branca da Suíte Suruí. É uma rocha essencialmente granítica que evoluiu ao longo de tendência calcioalcalina. Está relacionado a faixas orogênicas de maior deformação e faz parte de grande corpo localizado na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o Maciço da Pedra Branca. Seus minerais máficos incluem biotita, hornblenda, allanita e titanita.
Do seu topo, com altitude de 125 m, é possível avistar a Pedra Bonita, a Pedra da Gávea, o Parque Ecológico Chico Mendes, a Floresta da Tijuca e a Ilha das Palmas, além da Praia do Recreio, da Barra da Tijuca e da Baixada de Jacarepaguá.
Este pontal também é conhecido como "Pontal Tim Maia" porque este artista escreveu e cantou a música "Do Leme ao Pontal", como um tributo à beleza das praias cariocas
O nome "sernambetiba" (em tupi) significa coletivo de "sernambi", que é a contração de "seruru-nambi" (também em tupi), isto é, um mexilhão que tem forma de orelha.
(Crédito da imagem: Filipo Tardim - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6 - fonte7)

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projeto, barragem, petróleo, mercado, energia alternativa, geologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

21 de novembro de 2022

Notícias em 21/11/2022

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Falésias Fósseis da Ilha Maria
Esta ilha fica na costa leste da Tasmânia, na Austrália. Suas falésias se elevam a mais de 100 m acima do nível do mar e permitem que a erosão marinha exponha fósseis variados e bem preservados.
Seus leitos de calcário foram formados no início do Permiano, há pouco menos de 300 milhões de anos. Quando a Tasmania ainda fazia parte do Gondwana, ocorreu uma transgressão do mar e vales profundos semelhantes a fiordes foram esculpidos. Mares rasos penetraram em grande parte do interior da Austrália e, neles, camadas de lamito e siltito começaram a se acumular. Enquanto isto, a vida marinha florescia com predomínio de moluscos bivalves. Com a regressão marinha, estes animais morreram e suas conchas se acumularam e se comprimiram nas camadas de calcário. Estas falésias são um local especial pelo fato de que a vida marinha nesta parte do mundo conseguiu prosperar em um ambiente polar.
Erodidas por correntes de água e gelo, muitas rochas, geralmente arredondadas e lisas, na região, atualmente são indícios da época de glaciação do Permiano. São encontrados tilitos de cor cinza escuro em camadas basais e lamitos com dropstones (fragmentos isolados de rochas). Estes foram carregados pelas geleiras e, quanto o gelo derreteu, foram depositados e incorporados no fundo do mar raso local.
O Supergrupo Parmeener, do Permiano, está exposto nas Falésias Fósseis. Ele é dividido em uma sequência inferior totalmente marinha e uma sequência superior de água doce. A sequência inferior é predominantemente composta por calcário fossilífero e arenito de granulação grossa. 
A deposição de estratos na porção inferior do Supergrupo Parmeener ocorreu dentro da Bacia intracratônica da Tasmânia. Estes estratos, acumulados nas proximidades de um alto paleogeográfico, são subdivididos em Zona Errática Inferior, Calcário Darlington e Zona Errática Superior. 
As Falésias Fósseis têm relevância também histórica para a Ilha Maria. No início da década de 1920, uma fábrica de cimento foi aberta e transformou brevemente a ilha em um centro industrial, mas também, com a extração do Calcário Darlington, muitos registros fósseis foram perdidos.
Na imagem acima, as Falésias Fósseis são vistas ao fundo e, em primeiro plano, observa-se uma região de pradaria da Ilha Maria.
(Crédito da imagem: BlueDoors - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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18 de novembro de 2022

Notícias em 18/11/2022

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Pedra Furada
Esta formação rochosa, que lembra uma grande esponja feita de pedra, está localizada no distrito de Setúbal, em Portugal.
Consiste em um morro rochoso de arenito ferruginoso do Plioceno, com cerca de 12 m de comprimento, 8 m de largura e 18 m de altura. Contém inúmeros tubos verticais de secção arredondada ou irregular, de 3 a 20 cm de diâmetro, compostos por concreções ferruginosas, geralmente ocos, contendo areia solta. São visíveis, nesta rocha, estruturas de estratificação oblíqua planar e várias superfícies intraformacionais de duricrostas. Na base, há uma gruta, idêntica às de ambiente cárstico, e seu teto contém numerosos tubos, alguns oblíquos e outros horizontais. A morfologia peculiar e a ferruginização da Pedra Furada são atribuídas ao escape de águas contidas nas areias finas. A Pedra Furada se destaca no terreno arenoso que a circunda e que também resulta da consolidação de areias por hidróxido de ferro.
Em 1837, Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855), o barão de Eschwege, realizou a primeira descrição da Pedra Furada e escreveu "... é devida a vegetais que foram envolvidos nas dissoluções ferruginosas a roda delas mais que em outras partes, apodrecendo com o tempo o seu núcleo vegetal, tomando o seu lugar uma areia fina que se introduziu pelo orifício e apresentando-se por fim como como configuração de canudos debaixo de diferentes formas...".
Em "Comunicações dos Serviços Geológicos", de 1916, é possível ler que "a Pedra Furada é um exemplar geológico muito raro senão único e que deve, por isso mesmo, ser conservado à vista de todos os visitantes ilustrados". Havia já a preocupação de vandalismos e a orientação de "que nela procurem a explicação do modo como se formou". Em 1978, foi classificada como lapiás.
Desde 2003, esta rocha foi integrada ao Museu Nacional de História Natural de Portugal.
Durante a invasão espanhola de 1580, havia o medo de os setubalenses fossem abandonados pelos governantes portugueses. Para tranquilizar a população, um deles disse: "que os buracos da Pedra Furada aumentem se a gente vos deixar ficar sós". No entanto, os setubalenses foram abandonados e sucumbiram às tropas espanholas. Os buracos da Pedra Furada aparentemente não aumentaram desde então, mas há quem garanta que em sua gruta vive a Moura Encantada que, por vezes, aparece sob a forma de uma serpente.
(Crédito da imagem: Acscosta - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
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17 de novembro de 2022

Notícias em 17/11/2022

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O Arco da Tasmânia
Conhecido como "The Arch", esta estrutura rochosa constituída pelo famoso dolerito da Tasmânia, está localizada na Austrália, em Eaglehawk Neck, na Península da Tasmânia, no Parque Nacional da Tasmânia.
O dolerito da Tasmânia é uma rocha do Jurássico, com cerca de 180 milhões de anos, correlacionável a formações semelhantes na Antártica e na África do Sul. Quanto houve a fragmentação do Gondwana, grandes quantidades de lava subiram das profundezas da terra através de pontos fracos na crosta terrestre. Ela resfriou lentamente entre camadas de rochas sedimentares, formando grandes cristais e produzindo uma rocha muito resistente. Na Tasmânia, formou muitas montanhas e falésias costeiras. Este dolerito influenciou o desenvolvimento da Tasmânia, contribuindo para localização de estradas, ferrovias, minas, agricultura e, até mesmo, na localização de habitats únicos para plantas e animais.
Apesar de ser uma rocha muito dura, o dolerito da Tasmânia tem um ponto de fraqueza revelado na mais recente Idade do Gelo. Ele estava na latitude adequada para sofrer com a erosão causada pelos processos de congelamento-degelo. Esta fraqueza é observada, por exemplo, no Arco da Tasmânia, onde o ar salgado e as ondas do mar esculpiram a forma atual atingindo juntas verticais. O que era uma caverna marinha acabou se transformando no arco atual cujo teto está a 52,7 m acima do nível do mar.
A Península da Tasmânia já abrigou prisioneiros, mas atualmente serve como um refúgio para os observadores da natureza, tendo "The Arch" como uma das suas atrações turísticas.
O Parque Nacional da Tasmânia protege diversas florestas e o litoral do Cabo Surville até as baías Waterfall e Fortescue e do Cabo Hauy até o Cabo Pillar e Cabo Raoul. Incorpora também várias ilhas, incluindo as ilhas Fossil e Hippolyte Rocks, além da Ilha da Tasmânia. Ele faz parte da Área Importante de Aves do Sudeste da Tasmânia, de relevância ecológica devido a sua avifauna, como o papagaio rápido e o pardalote de quarenta pintas. O parque abriga uma grande variedade de animais terrestres e marinhos e várias espécies de plantas raras.
(Crédito da imagem: Jerrye & Roy Klotz - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, infraestrutura, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

16 de novembro de 2022

Notícias em 16/11/2022

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Caverna Alambari de Baixo
Esta caverna está localizada no Núcleo Ouro Grosso do município de Iporanga, em SP, na região do Alto Vale do Ribeira, em longo vale ladeado por serras, como a Serra dos Motas e a Serra dos Camargos.
O Alto Vale do Ribeira abrange parte do sudeste de SP e do nordeste do PR, correspondendo à bacia hidrográfica do Rio Ribeira do Iguape. Pertence à porção meridional do Cinturão Ribeira, um compartimento tectônico da Província Mantiqueira, do final do Neoproterozoico e do início do Paleozoico. É uma província do Escudo Atlântico Brasileiro, resultante da Orogenia Colisional Brasiliano-Pan Africana. Neste contexto, afloram rochas do Proterozoico com relevo cárstico e rico patrimônio espeleológico.
Em seus cerca de 755 m de extensão e 40 m de desnível, a Caverna Alambari de Baixo é ricamente ornamentada com espeleotemas. Seu interior é marcado por dois níveis de condutos, um superior seco e um inferior que abriga o córrego Alambari, da sub-bacia do Rio Betari, pertencente a bacia do Rio Ribeira do Iguape. Na caverna, são encontradas passagens arcadas por túneis de teto rebaixado e algumas com águas represadas que atingem mais de 1 m de profundidade. Na porção final, o córrego Alambari subterrâneo é direcionado a um conduto com cerca de 60 m de comprimento que exibe morfologia freática.
A litologia da caverna é constituída por metacalcarenitos e metacalcilutitos impuros e margosos da Formação Bairro da Serra, com níveis filíticos sulfetados e presença de pirita. O desenvolvimento principal coincide com o bandamento e o padrão litológico regional NE-SW. Feições vadosas predominam, verificando-se, em alguns pontos, forte influência da superfície deposicional da rocha encaixante. Sedimentos finos depositados no piso do salão principal e em outras porções da caverna podem estar associados à fase de entulhamento do vale do Rio Betari provavelmente causado por alterações do nível do mar durante o último período glacial (10 mil a 20 mil anos atrás).
Rochas conglomeráticas calcificadas junto ao teto são encontradas na entrada da caverna. Neste local, estalactites calcíticas predominam. São também observados sedimentos pelíticos nas porções superficiais dos depósitos clásticos e de conglomerados ao longo dos meandros do córrego subterrâneo. No primeiro salão, junto a blocos abatidos é possível observar uma cortina de escorrimento inclinada depositada antes do desmoronamento daqueles blocos.
Em 1907, a Caverna Alambari de Baixo foi descoberta e descrita pelo naturalista, zoólogo, espeleólogo, arqueólogo e pesquisador alemão Sigismund Ernst Richard Krone (1861-1017), conhecido como Major Ricardo, considerado incentivador da espeleologia brasileira.
(Crédito da imagem: Ana Taemi - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
mineração, meio ambiente, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

15 de novembro de 2022

Notícias em 15/11/2022

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Serrania de la Macarena
Este sistema montanhoso colombiano faz parte do Escudo da Guiana e está situado no Departamento de Meta, a leste da Cordilheira dos Andes. Forma uma faixa N-S com comprimento de cerca de 120 km, largura de 30 km e altitude média de aproximadamente 1.600 m. Em 1948, a região foi declarada Reserva Natural Nacional e, em 1951, foi constituído o Parque Natural Serrania de la Macarena que protege 6.200 km² da serra e seus arredores.
Durante o Cretáceo, la Macarena se formou como parte de uma série de soerguimentos de rochas do Proterozóico Superior. Esta região elevada ficava na borda ocidental do Escudo Sul-Americano do Pré-Cambriano e se estendia da Colômbia, passando pelo Brasil, alcançando a Venezuela e as Guianas. Constituída por arenitos macios, logo a erosão esculpiu uma série de montanhas. Quando a placa tectônica do Pacífico colidiu com a Sul-Americana, surgindo os Andes, os rios Amazonas e Orinoco passaram a fluir para leste levando junto boa parte da cordilheira. Restaram algumas regiões elevadas e, dentre elas, a Serrania de la Macarena, que estava localizada mil km a oeste. Nesta serrania, são encontradas as rochas mais antigas da Colômbia. São rochas quartzíticas datadas em 1,461 bilhão de anos. 
A serrania possui petróglifos de culturas antigas, como os de Angosturas I e II no Rio Guayabero. E é justamente um afluente deste rio que torna a região famosa. É o Rio Caño Cristales, conhecido como "Rio das Cinco Cores" ou "Arco-íris líquido", localizado na província de Meta. Suas cores são causadas pela planta Macarenia clavigera, da família Podostemaceae, encontrada no leito deste rio. Durante um período entre as estações chuvosas e secas, quando a água está em determinado nível, esta planta se agarra ao quartzito e reveste o fundo do rio com um vermelho brilhante, transmitindo para a água manchas amarelas, verdes, azuis, com diversas tonalidades intermediárias.
Nesta serrania acontece o encontro da flora e da fauna de três regiões: Amazônia, Orinoquía (ou Llanos Orientales) e Andes. Os vários patamares bioclimáticos com temperaturas entre 12 e 25ºC favorecem a conservação de habitat único em uma pequena região com grande biodiversidade, tendo várias espécies endêmicas. São 48 espécies de orquídeas e 2.000 de outras flores, folhagens e plantas. Sua fauna inclui tamanduás, tigres, pumas, veados, macacos, 500 espécies de aves, 1.200 espécies de insetos e 100 espécies de répteis.
(Crédito da imagem: Mario Carvajal - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
petróleo, mercado, energia alternativa, meio ambiente, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, ciência espacial, eventos e outros.

14 de novembro de 2022

Notícias em 14/11/2022

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Curling e Ailsa Craig
Curling é uma modalidade esportiva semelhante à bocha, sendo conhecida também como "xadrez do gelo" por ter quase a mesma complexidade deste jogo de tabuleiro. O Curling consiste em lançamentos de pedras de maneira que a posição das mesmas deem aos competidores mais ou menos por pontos. O Canadá é a principal potência deste esporte, mas a Escócia é o berço do Curling.
As pedras de Curling devem absorver muito pouca água, pois ela pode congelar, expandir, fraturar grãos minerais e produzir buracos. Tais buracos, nas pedras, tornam a superfície rugosa e o deslizamento delas no Curling fica comprometido, diminuirá o desempenho dos atletas em uma competição. Por esta razão, estas pedras precisam ser constituídas de um granito especial que é encontrado em poucos locais da Terra, como a pedreira de Granito Trefor, na costa do País de Gales, e Ailsa Craig.
Ailsa Craig é uma pequena ilha de 99 ha, com cerca de 1,2 km de diâmetro, com falésias que se elevam até 340 m de altitude. Está localizada na parte externa do estuário de Firth, na costa oeste da Escócia. O que se vê hoje é o que restou de um plutão magmático que fica dentro dos limites projetados do Midland Valley e tem cerca de 61 milhões de anos. É constituído por arfvedsonita-aegirina-microgranito rico em álcalis, que foi intrudido por enxames de diques verticais de olivina-dolerito toleítico a alcalino (crinanítico) com margens basálticas. As rochas alcalinas que formam estas intrusões possuem grande resistência e estabilidade química e, portanto, sobrevivem à erosão para formar feições topográficas proeminentes. Estas características talvez expliquem em parte a sobrevivência de blocos erráticos levados por transporte glacial e encontrados até 500 km distantes da Ilha Ailsa Craig. Também são estas qualidades do seu microgranito, que são muito apreciadas no Curling.
Desde 1851, a Kays of Scotland fabrica pedras de Curling a partir dos granitos Ailsa Craig. Desde 1924, abastece os Jogos Olímpicos de Inverno e, desde 2006, é fornecedora exclusiva para estes mesmos jogos.
Indiferentes a tudo isto, inúmeras aves marinhas nidificam nas falésias de Ailsa Craig. Enormes colônias de gansos se concentram nas mais altas costas a oeste e sul da ilha e, além deles, estão sempre presentes guillemots, razorbills, kittiwakes e uma variedade de outras espécies.
(Crédito da imagem: August Schwerdfeger - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, barragem, petróleo, mercado, infraestrutura, meio ambiente, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, asteroides, eventos e outros.

11 de novembro de 2022

Notícias em 11/11/2022

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Penedo do Lexim
Este penedo (grande rocha) é encontrado no concelho de Mafra, na margem esquerda da Ribeira de Cheleiros, no distrito de Lisboa, em Portugal.
O Penedo do Lexim é o que resta de uma chaminé vulcânica, com cerca de 30 m de diâmetro e com origem a cerca de 2.000 m de profundidade. Esta e outras chaminés deste tipo na região estão associadas às lavas basálticas do Complexo Vulcânico de Lisboa (CVL) que teriam sido expelidas por estes condutos. Estes basaltos resultaram de um vulcanismo subaéreo do tipo misto, ou seja, foram expelidas lavas básicas alternadamente com piroclastos. Devido à alcalinidade destas lavas, é grande a probabilidade de terem resultado de um vulcanismo do tipo hotspot.
O CVL se assenta sobre calcários margosos do Cenomaniano Inferior e Médio ou sobre calcários recifais do Cenomaniano Superior e é sobreposto por camadas conglomeráticas do Complexo Benfica do Paleógeno (Eoceno a Oligoceno). Este posicionamento e determinações geocronológicas indicam que o CVL é um episódio magmático do final do Cretáceo e do início do Paleógeno.
O avançado estado de alteração das rochas do CVL limita seriamente a reconstituição da geometria dos aparelhos vulcânicos e dos volumes dos materiais expelidos. Além disto, houve profunda transformação por ação de falhamentos e também por compartilhamentos e basculamentos de blocos de rochas.
O Penedo do Lexim possui zonas de rocha maciça juntamente com zonas de disjunção prismática. Os prismas, predominantemente pentagonais, têm diâmetros entre 40 e 50 cm. Suas colunas, na maioria fortemente inclinadas para N, têm um comprimento aproximado de 5 m. É constituído por rocha de composição traquítica, com textura porfírítica, onde se observam fenocristais de olivina e de piroxênio envolvidos por matriz afanítica.
A região ao redor do Penedo de Lexim é um dos mais relevantes sítios arqueológicos do concelho de Mafra. Durante milênios foi escolhida como espaço habitaional. Desde 1982, é classificada como Imóvel de Interesse Público em Portugal e contém registros de fases de ocupação de diversos períodos desde o Neolítico (desde 4000 aC) até a época romana. Há cerca de 5.000 anos, um grupo de pastores e agricultores se instalou ali e deixou significativos vestígios desta ocupação, como olarias, pedras lascadas e polidas, ossos trabalhados, metais e restos de alimentações, além de cabanas e estruturas defensivas. O sítio do Penedo de Lexim tem grande relevância para o Calcolítico (entre o Neolítico e a Idade do Bronze) da Península Ibérica.
(Crédito a imagem: Lusitana - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
mineração, petróleo, mercado, gestão pública, fiscalização, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

10 de novembro de 2022

Notícias em 10/11/2022

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Morro Dois Irmãos
Esta formação rochosa está localizada em Monte Santo de Minas, MG.
É um morro testemunho com topo plano e paredão vertical de rochas sedimentares com cores avermelhadas pertencentes à Formação Aquidauana. Ela registra eventos glaciais ocorridos no Carbonífero e no Permiano da Bacia do Paraná. É caracterizada por arenitos de granulação variável, lamitos e diamictitos, com abundância de material argiloso, de ambiente fluvial e lacustre, com cores típicas próximas ao vermelho do tijolo.
No Morro Dois Irmãos foi encontrada a seguinte seção colunar, de baixo para cima:
(i) 20 m de lamito marrom avermelhado, com laminação incipiente, com clastos dispersos e na base pequenas deformações locais.
(ii) cerca de 7 m de diamictito maciço com predominância de silte e presença de clastos com dimensões variáveis (alguns alcançando 40 cm).
(iii) cerca 3 m de arenito médio, de cor creme avermelhada, com matriz siltosa, clastos dispersos (quartzo e quartzito) e estratificação acanalada.
(iv) cerca de 17,5 m de arenito com clastos polimíticos dispersos, de cor creme avermelhada, sendo, (a) na base, arenito fino com feições de deformação, (b) na porção intermediária, uma porção encoberta de cerca de 5 m e, (c) no topo, arenito é médio a grosso, mal selecionado, com estratificação incipiente e intercalações de lamito;
(v) cerca de 4 m de arenito muito fino, de cor creme avermelhada, com matriz argilosa e estratificação plano paralela.
(vi) cerca de 20 m de arenito muito fino, de cor creme avermelhada, micáceo, com matriz argilosa e estratificação cruzada (sendo localmente maciço).
O nome da Formação Aquidauana vem do rio de mesmo nome que corre no MS e significa "rio estreito" no vocabulário dos indígenas da etnia Guaicuru.
(Crédito da imagem: Gisele Menegasse - fonte1 - fonte2 - fonte3)

Assuntos do dia
petróleo, produção, mercado, política, energia alternativa, meio ambiente, geologia, mineralogia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, eventos e outros.

9 de novembro de 2022

Notícias em 09/11/2022

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Malin Head
Este promontório é o ponto mais setentrional da Irlanda. Está localizado na Península de Inishowen, 15,3 km ao norte da Vila de Malin, no condado de Donegal. 
Donegal possui as rochas mais antigas da Irlanda, com cerca de 1,78 bilhão de anos, que estão expostas principalmente na Ilha de Inishtrahull, a nordeste de Malin Head.
Há 1 bilhão de anos, no atual condado de Donegal, sedimentos foram depositados em ambiente marinho e os efeitos da Idade do Gelo alcançaram a região. Entre 470 milhões e 395 milhões de anos, toda a área foi submetida à Orogenia Caledoniana e suas rochas foram metamorfizadas, sendo transformadas em gnaisses, xistos e quartzitos pertencente ao Grupo Dalradiano. Na fase tardia daquela orogenia, uma colisão continental foi responsável pela orientação NE-SE que se verifica nas rochas e estruturas de Donegal.
Neste contexto, Malin Head é composto principalmente por rochas metamórficas, predominando rochas quartzíticas do Dalradiano, com metadoleritos em menor proporção. São quartzitos de grãos fino com estratificação cruzada e intercalações de xistos. Também há algumas áreas onde afloram granitos do Devoniano, com 412 milhões de anos. São rochas mais antigas que a Falha Leannan, de 397 milhões de anos, que corta promontório. Diques de lamprófiros seguem a orientação geral NE-SW, paralelos à tendência intrusiva dos granitos e da Falha de Leannan.
A costa de Malin Head está repleta de uma grande variedade de seixos, que incluem opala, jaspe, ametista e topázio, e que eram (e ainda são) usados para confecção de joias. Fizeram inclusive parte de selos do início do século XIX.
Na região, evidências de povos mesolíticos incluem implementos de pederneira (sílex que produz centelhas, usado em armas de fogo) e sambaquis. Em 1960, foram desenterradas três urnas funerárias da Idade do Bronze, juntamente com uma ferramenta de bronze, um pedaço de cristal de rocha e uma taça de bronze.
Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos navios foram destruídos em Malin Head. Alguns foram vítimas de minas, enquanto outros não conseguiram ter sucesso ao enfrentar as condições traiçoeiras do inverno local. Durante a Segunda Guerra Mundial, cabanas de vigia foram construídas em Malin Head para proteger a neutralidade irlandesa.
O nome "Malin" tem origem no irlandês "malainn", que significa "cume". "Inishowen" significa "Ilha de Eoghan", em homenagem a Eoghan, que dominou a região. Ele era filho do poderoso e temível rei irlandês Niall dos Nove Reféns. Malin foi um campo de batalhas históricas travadas contra rivais celtas, vikings e ingleses.
(Crédito da imagem: Luca Sartori - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4)

Assuntos do dia
projeto, economia, petróleo, mercado, energia alternativa, geologia, paleontologia, terremotos, vulcanismo, tecnologia, ciência espacial, eventos e outros.

8 de novembro de 2022

Notícias em 08/11/2022

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Three Sisters
As Três Irmãs, localizadas na escarpa norte do Vale Jamison, nas proximidades do mirante Echo Point, fazem parte do Parque Nacional das Montanhas Azuis de Nova Gales do Sul. Estão próximas também à cidade de Katoomba, no sudeste da Austrália. Cada "irmã" recebe um nome (da esquerda para a direita na imagem acima): Meehni (922 m de altitude), Wimlah (918 m) e Gunnedoo (906 m).
As Montanhas Azuis eram chamadas de "Montanhas Carmarthen" ou de "Montanhas Landsdowne", mas uma neblina azul que às vezes é vista ao redor delas logo lhe deram o nome definitivo.
Durante o Siluriano e o Devoniano, a região das atuais Montanhas Azuis estava no fundo do mar e recebeu grande carga de sedimentos. No Devoniano Superior, os sedimentos já estavam sendo depositados em ambientes mais rasos. Eles acabaram se transformando em folhelhos e arenitos. No Carbonífero, houve soerguimento que expôs estas rochas. Então, os córregos que desaguavam neste mar raso da Bacia de Sydney carregavam enormes quantidades de sedimentos que se transformaram em leitos rochosos de folhelhos, siltitos e lamitos. Em áreas pantanosas ao redor das margens desta bacia, vegetação morta foi enterrada com o sedimento e acabou produzindo camadas de carvão, conhecidas como Illawarra Coal Measures. Durante o Triássico, rios volumosos começaram a despejar grandes quantidades de areia sobre os folhelhos, soterrando-os. Formaram-se, assim, os arenitos Narraben. Na sequência, novos sedimentos arenosos foram depositados e vieram a se transformar nos arenitos Hawkesbury. Há cerca de 170 milhões de anos, houve mais um soerguimento, com deformação das rochas, produzindo falhamentos e dobras. Já se iniciava a formação do platô que constituiria as Montanhas Azuis. A partir de 150 milhões de anos, ocorreram atividades vulcânicas que produziram uma série de necks, com o magma fluindo pelas rachaduras dos arenitos e folhelhos existentes. Mais recentemente, derrames de lavas basálticas se espalharam pela região. O platô das Montanhas Azuis foi dissecado, surgindo vales profundos e desfiladeiros esculpidos por ação de vento, chuva e alteração de temperatura. Assim se destacaram os picos mais resistentes e, dentre eles, Three Sisters. Estas formações rochosas e outras semelhantes nas Montanhas Azuis devem seus formatos pontiagudos principalmente ao padrão de junções verticalizadas do arenito Hawkesbury. A quantidade de ferro em algumas camadas, tornando-as mais resistentes à erosão, também colaboram para a forma final.
Three Sisters desempenham importante papel na história dos aborígenes da região, contribuindo para diversas lendas. Conta uma destas lendas que as irmãs Meehni, Wimlah e Gunnedoo se apaixonaram por três irmãos de uma tribo vizinha. Como havia uma lei tribal que proibia esta paixão, os três irmãos tiveram a ideia de raptar as irmãs para fazê-las sua noivas. O que conseguiram foi iniciar uma grande guerra entre as duas tribos. Para evitar a união proibida, o feiticeiro da tribo das irmãs decidiu transformá-las em pedras. O plano era reverter o feitiço posteriormente, mas o feiticeiro não teve tempo para isto, pois foi morto em uma das batalha. Como consequência, as irmãs continuam como pedras até hoje.
Em 2014, Three Sisters foram declaradas "Lugar Aborígene" na Área de Patrimônio Mundial das Montanhas Azuis. Esta declaração é um reconhecimento ao significado cultural, social e histórico para a comunidade aborígine local.
(Crédito da imagem: Diliff - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6)

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7 de novembro de 2022

Notícias em 07/11/2022

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Unicorn Point
Unicorn Point está localizado na parte sul da Ilha Antelope, a maior ilha do Lago Great Salt de Utah, nos EUA.
Este, que é o maior lago de água salgada do Hemisfério Ocidental, é remanescente do grande e antigo Lago Bonneville que, entre 10 mil e 30 mil anos atrás, cobria uma área de cerca de 51 mil km², abrangendo parte dos atuais estados de Utah, Nevada e Idaho. Atualmente, o Lago Great Salt tem 120 km de comprimento, 56 km de largura e profundidade máxima de 10 m.
Dois terços da Ilha Antelope são compostos de rochas do Complexo Cânion Farmington. São rochas, que originalmente eram sedimentares formadas há 2,5 bilhões de anos ou mais. Estas rochas, outrora enterradas na profundeza da Terra, há cerca de 1,7 bilhão de anos foram aquecidas a temperaturas extremas, deformadas, intrudidas, soerguidas e expostas como granitos, gnaisses, xistos, quartzitos, migmatitos, anfibolitos e pegmatitos.
As rochas de Unicorn Point estão entre elas. São gnaisses com quartzo e feldspato, que se distinguem por suas bandas resultantes de processos metamórficos. São desgastadas pela erosão e mostram formas como a da imagem acima, às vezes arredondadas e outras vezes ásperas e afiadas..
As formações geológicas da Ilha Antelope são preservadas através do Parque Estadual de Utah criado em 1981.
Os povos Fremont foram os primeiros a viverem neste ilha, que mais tarde recebeu indígenas da tribo Ute. Eles chamavam a ilha de "Parebina" (que significa "criadouro de antílopes"). A partir de 1843, com a chegada dos primeiros exploradores, o nome atual foi adotado.
Uma das muitas lendas da região conta que os primeiros exploradores pensaram que o Lago Great Salt, com seu elevado teor de sal (12% em média, entre os 5% dos oceanos e os 35% do Mar Morto), era uma extensão do Oceano Pacífico ou que havia um rio ligando o lago ao oceano.
Atualmente na Ilha Antelope, há abundante vida selvagem, incluindo bisões, antílopes, veados, linces, coiotes e alces. Os pântanos do Lago Great Salt abrigam grande número de aves migratórias. Peixes vivem nos pântanos e em enseadas de água doce, mas nenhum sobrevive nas águas salgadas do lago.
(Crédito da imagem: Antelope Island State Park - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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4 de novembro de 2022

Notícias em 04/11/2022

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Morro do Yeye
Também conhecido como Morro do Cabrito, esta geoforma está localizada na fronteira dos municípios de Paverama, Tabaí, Montenegro e Triunfo, no RS.
Na região do Morro do Yeye, há ocorrências de pacotes sedimentares pertencentes à Bacia do Paraná, incluindo as formações Rosário do Sul, Botucatu e Serra Geral. A Formação Rosário do Sul possui arenitos médios e finos a muito finos, de ambiente fluvial, com estratificação cruzada. A Formação Botucatu é composta por arenitos bimodais médios a finos, localmente grosseiros, com grãos de quartzo fosco, arredondados a sub-arredondados e bem selecionados, com estruturas de ambiente eólico. São geralmente róseos com frequente presença de cimento silicoso ou ferrugino. A Formação Serra Geral é constituída predominantemente por rochas de origem vulcânica, principalmente em derrames basálticos.
O Morro do Yeye está localizado na Microrregião Colonial da Encosta da Serra Geral. Tem cerca de 270 m de altitude no topo e cerca de 230 de altura. Possui escarpas íngremes e topo relativamente plano, sendo um morro testemunho típico da Depressão Central do RS. É o resultado de antiga área ocupada pelo planalto atacada pela erosão. É constituído pelo arenito Botucatu com basalto da Formação Serra Geral no topo. O arenito se apresenta fendilhado, com ressaltos e covas.
Devido à sua conformação, o Morro do Yeye abriga rica diversidade da flora e da fauna locais. É um local muito procurado para escaladas, especialmente a partir da década de 1980. Há registros de que o pastor luterano e montanhista alemão Wilhelm Edel teria sido o primeiro a chegar ao cume do Morro do Yeye na década de 1950, acompanhado de Adalberto Schmidt, um morador local.
Os primeiros habitantes da região foram indígenas de etnia tupiguarani, há cerca de dois mil anos atrás. A região foi usada como passagem de guarnições farroupilhas durante a Revolução Farroupilha (1835-1845). Elas utilizavam morros como o Morro do Yeye como pontos de observação.
O nome "Yeye" (e suas variações: "Ye-Ye", "Ieiê" e outras) tem origem no nome de antigo proprietário das terras que circundam o morro. Já, o nome "Morro do Cabrito" se deve a uma lenda que conta que teria existido um cabrito de ouro no topo do morro, pois seria um local propício para esconder este tipo de tesouros, ainda que raramente na forma de cabritos.
(Crédito da imagem: CJ Marchioro - fonte1 - fonte2 - fonte3)

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3 de novembro de 2022

Notícias em 03/11/2022

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Swartberg Mountains
Estas montanhas (cujo nome significa "Montanha Negra" em africâner) têm direção aproximadamente E-W e se situam entre os semiáridos Little Karoo (ao sul) e Great Karoo (ao norte), em Western Cape, na África do Sul. Elas formam duas cordilheiras divididas pelo Rio Gouritz:
(i) as Grandes Montanhas Swartberg (a leste), com trecho ao sul de Oudtshoorn apresentado na imagem acima, e
(ii) as Pequenas Montanhas Swartberg (a oeste), que ironicamente são as mais altas e nelas se destaca o pico Seweweekspoortpiek ("Pico do Desfiladeiro de Sete Semanas" em africâner) com 2.325 m de altitude.
As montanhas Swartberg fazem parte da cordilheira do Cabo e são constituídas principalmente por rochas do grupo Table Mountain e, em menor grau, pelos grupos Bokkeveld e Cango.
Há cerca de 330 milhões de anos, quando foi formado o supercontinente Pangea, uma zona de subducção ao sul fez com que as rochas do Supergrupo do Cabo sofressem soerguimento e compressão. Houve deformação e dobramentos das camadas anteriormente horizontais e surgiu uma cadeia montanhosa de até 7 mil m de altura. Então, o peso do acúmulo dessas rochas causou subsidência e uma grande bacia se formou ao norte. Entre o Carbonífero Superior e o Jurássico Inferior, esta bacia foi preenchida com sedimentos parcialmente derivados das rochas do Supergrupo do Cabo. Foram depositados até 10.000 m de arenitos e folhelhos em vale de rifte em margem continental. Estes sedimentos repousaram em inconformidade no topo de arenitos, siltitos e lamitos espessos do embasamento pré-cambriano.
As mais antigas destas rochas são encontradas principalmente nas proximidades da Cidade do Cabo e no extremo oeste do Western Cape, mas também afloram no sopé das Montanhas Swartberg. Elas pertencem ao Grupo Cango e incluem calcários, turbiditos e conglomerados. 
Há várias passagens por estas montanhas e nelas podem ser observadas dobras e outras características de rochas do Paleozoico. A Passagem Swartberg, com 27 km de comprimento não asfaltados, é a mais famosa. Ela serpenteia a montanha e foi construía de 1881 a 1888 pelo engenheiro e construtor de estradas Thomas Charles Bain (1830-1993). Esta passagem percorre o lado sul das Montanhas Swartberg, predominantemente composto por quartzitos maciços do Grupo Table Mountain inferior (as rochas mais antigas do Supergrupo do Cabo), que se elevam quase verticalmente a mais de 1.000 m do fundo do vale. Em seguida, a estrada desce por fendas e dobras de rochas sedimentares mais jovens.
As montanhas Swartberg possuem o sistema de cavernas mais famoso da África do Sul, localizado ao norte de Oudtshoorn. Grande parte dele constitui Patrimônio Mundial da Unesco.
Esta é uma área de extremos climáticos, com invernos muito frios, muitas vezes com neve nas montanhas e temperaturas bem abaixo de zero, enquanto os verões podem ser desconfortavelmente quentes com temperaturas que chegam a 40°C ou mais.
A Reserva Natural de Swartberg, declarada Patrimônio da Humanidade, tem uma área de conservação de cerca de 180.000 ha e é fundamental para as bacias hidrográficas da região.
Nas Montanhas Swartberg, encontra-se o Pico Bewitch (com 2.189 m de altitude) na cidade de Klein Karoo, no condado de Ladismith. Ele se eleva acima das crenças geológicas, pois diz a lenda que ele foi fendido por um relâmpago produzido por feitiçaria.
(Crédito da Imagem: José Leonardo Andriotti - fonte1 - fonte2)

Assuntos do dia
produção, mercado, energia alternativa, paleontologia, terremotos, vulcanismo, arqueologia, tecnologia, ciência espacial e outros.

2 de novembro de 2022

Notícias em 02/11/2022

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Slioch
Este maciço, com 981 m de altura, localizado em Wester Ross, é uma montanha das Terras Altas da Escócia. 
Na região do atual noroeste da Escócia, formaram-se os gnaisses do embasamento Lewisiano, cujas rochas originais graníticas surgiram há 3,1-2,8 bilhões de anos foram transformadas em gnaisses há cerca de 2,7 bilhões de anos, provavelmente há 40 km de profundidade. Após soerguido, este gnaisse foi erodido em colinas e vales onde corriam rios antigos. Estes rios foram os responsáveis pelo transporte e pela deposição dos sedimentos que se transformaram no Arenito Torridoniano (ou Grupo Torridoniano), que constitui o Maçico Slioch.
O Arenito Torridoniano foi depositado há cerca de 1 bilhão de anos e repousou horizontalmente ou com suave inclinação sobre o Lewisiano, na margem leste do supercontinente Laurentia durante o final do Mesoproterozóico e início do Neoproterozóico. Sua deposição pode estar associada a uma fase prolongada de extensão crustal que precedeu a abertura do Oceano Iapetus do Neoproterozóico. O contato entre o Torridoniano e o embasamento é uma inconformidade que é considerada o melhor exemplo de superfície de discordância do Pré-Cambriano nas Ilhas Britânicas.
O Grupo Torridoniano é uma sequência de 6 km de espessura de rochas sedimentares arenosas do Proterozoico, amplamente desenvolvidas no nordeste das Terras Altas da Escócia, especialmente em um distrito de Glasgow, chamado Loch Torridon, que deu nome ao Grupo. São principalmente arenitos, arcóseos e folhelhos vermelhos e de cor chocolate, com conglomerados grosseiros localmente na base. 
Slioch está situado a sudeste do Lago Loch Maree, que aparece em primeiro plano na imagem acima. Este lago contém mais de 60 ilhas, incluindo a misteriosa Isle Maree onde há um poço sagrado, uma árvore dos desejos cravejada de moedas e um cemitério histórico onde descansam o príncipe Olaf e sua amada. A desgraça se abateu sobre este casal por causa de uma confusão de bandeiras brancas e negras que deveriam ser hasteadas para avisar um ao outro de que tudo estava bem ou estava tudo mal. Ao estilo Romeu e Julieta, cada um acabou indo desta para outra vida por vontade própria e por motivos equivocados quando o preto e o branco das bandeiras foram inadequadamente utilizados.
(Crédito da imagem: Helen Burns - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5)

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1 de novembro de 2022

Notícias em 01/11/2022

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Mosteiro Taktsang
O Mosteiro Taktsang (Taktshang, Ta-tshang ou Taksing, cujo significado é o mesmo: "Ninho do Tigre") está localizado acima do Vale de Paro, no Butão, na parte mais oriental da Cordilheira do Himalaia.
A orogênese do Himalaia teve início há cerca de 50 milhões de anos devido à colisão entre as placas tectônicas Indiana e Asiática e está sob compressão desde então. Como resultado, temos os maiores picos montanhosos do mundo. Nesta cordilheira é encontrada a Grande Sequência do Himalaia, que representa seu núcleo metamórfico.
No Butão, a característica geológica dominante são os picos desta cordilheira. Alguns alcançam até 7.000 metros e diversos ultrapassam os 6.000 metros. Também há a montanha não escalada mais alta do mundo, Gangkhar Puensum, com 7.570 m. Desde 1991, todos os picos do Butão acima de 6.000 m de altitude tiveram escalada proibida em respeito às muitas comunidades históricas do país. Elas consideram que suas montanhas têm alta importância espiritual.
Alta importância espiritual tem também o Mosteiro Taktsang. É um dos locais de peregrinação mais venerados do Himalaia. Desde o século VIII, ele se agarra a um penhasco de gnaisses, elevado a mais de 800 m acima do Vale de Paro, a uma altitude de cerca de 3.000 m. Alcançar o Ninho do Tigre exige uma subida de duas a três horas desde o fundo do vale em uma trilha íngreme e em ziguezagues cada vez mais verticais. Corrimãos foram colocados apenas recentemente. Continuando esta trilha com gnaisses de alto grau de metamorfismo da Grande Sequência do Himalaia, chega-se ao Pico Jomolhari.
Na década de 1960, o mosteiro foi renovado e acréscimos foram feitos nas décadas de 1860 e 1980. Em 1998, um incêndio o destruiu totalmente, principalmente devido à dificuldade de acesso para o combate às chamas. A estrutura atual que existe foi meticulosamente reconstruída em 2005 por ordem do 4º Rei do Butão, Sua Majestade Jigme Singye Wangchuck. Durante o incêndio em 1998 e em outro em 1951, a estátua de bronze falante de Guru Sungjonma foi o único item que milagrosamente sobreviveu ileso.
Taktsang tem arquitetura tradicional budista, com prédios com paredes caiadas de branco e telhados dourados. É constituído por quatro templos principais interligados por escadas com degraus esculpidos na rocha. O interior do templo tem cúpula folheada a ouro e luzes iluminam os ídolos dourados. No Salão dos Mil Budas, esculpido na rocha, há uma grande estátua de um tigre, que é respeitada como símbolo do mosteiro por causa da lenda, segundo a qual a localização do Mosteiro foi escolhida por uma tigresa.
Contam que esta tigresa trouxe nas costas o fundador do budismo do Butão, Padmasmabhava (cujo nome significa "aquele que surgiu em um lótus"), também conhecido como Guru Rinpoche. Suspeitam que a tigresa havia sido sua concubina tibetana. Padmasmabhava chegou a Paro no século VIII com o objetivo de trazer o budismo para o Butão.
Antes, ele meditou por três anos, três meses, três semanas, três dias e três horas e Taktsang seria um dos 13 mosteiros (ou "tocas de tigres") onde Padmasambhava meditou. Após esta meditação, ele subjugou os demônios locais e começou a conversão dos butaneses ao budismo. Historicamente, o Guru Rinpoche foi um brâmane da realeza que disseminou o budismo tântrico pelo Butão e pelo Tibete nos anos 700. Ele é considerado nestas regiões tão sagrado quanto o próprio Buda.
(Crédito da imagem: Douglas J. McLaughlin - fonte1 - fonte2 - fonte3 - fonte4 - fonte5 - fonte6 - fonte7)

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