Por Marco Gonzalez
Composição com 3 praias representando as cores (branco, preto e rosa) encontradas nas areias das praias selecionadas nas margens do Golfo do México e do Mar do Caribe
(Adaptação das imagens utilizadas neste texto).
São descritas as principais causas geológicas das cores das areias de algumas praias coloridas banhadas pelas águas do Golfo do México e do Mar do Caribe.
Com 565.000 km², o Golfo do México é uma bacia oceânica semifechada, conectada ao Oceano Atlântico pelo Estreito da Flórida e ao Mar do Caribe pelo Canal de Yucatán. Desaguam ali muitas bacias hidrográficas importantes, como a do Rio Mississippi e a do Rio Apalachicola.
Neste texto, em relação ao Golfo do México, destacam-se as plataformas carbonáticas e as penínsulas da Flórida e de Yucatán, além das ilhas-barreiras.
Plataforma carbonática da Flórida
Desenvolvida no limite nordeste do Golfo do México, a plataforma da Flórida (EUA) é uma plataforma carbonática de longa duração e regionalmente extensa. A deposição destes sedimentos carbonáticos marinhos em águas rasas remonta pelo menos ao Cretáceo. Assim como ocorreu em todo o mundo, as flutuações do nível do mar no Quaternário também a afetaram profundamente.
Durante a fragmentação do Pangeia, a área do atual estado norte-americano da Flórida permaneceu submersa por ∼170 milhões de anos. No início do Cretáceo, esta região (ainda uma área submersa) começou a se afastar da África, pegando carona na América do Norte. A plataforma carbornática da Flórida era uma estrutura ampla e relativamente plana que separava do Atlântico as águas profundas do Golfo do México.
Durante o Oligoceno, a região da Flórida emergiu e, desde então, alterações do nível do mar são acompanhadas por períodos de erosão e deposição. À medida que o nível do mar desceu há ∼30 milhões de anos, começou a se formar definitivamente a península.
No final da Última Era Glacial, quando as temperaturas mundiais esquentaram e as calotas de gelo derreteram, quantidades consideráveis de areias, siltes e sedimentos argilosos erodidos dos Montes Apalaches foram transportadas pelo Rio Apalachicola em direção ao Atlântico. Grande parte da areia quartzosa que hoje cobre a península da Flórida veio desta erosão.
Plataforma carbonática de Yucatán
Da mesma forma que a plataforma carbonática da Flórida, a de Yucatán (no México, na borda noroeste do Mar do Caribe) é de longa duração, regionalmente extensa e também foi afetada pelas flutuações do nível do mar do Quaternário.
Sem grandes rios, a Plataforma de Yucatán consiste em um vasto frontão carbonático que cobre 400.000 km² no sudeste do México, no norte da Guatemala e em Belize. Sua área é sustentada por uma sucessão de carbonatos do Cretáceo ao Cenozoico com até 3 km de espessura. Hospeda uma densa floresta tropical desenvolvida sobre uma superfície terrestre cárstica, sustentada por um amplo aquífero regional.
A Península de Yucatán é cercada pelo Golfo do México a noroeste e pelo Mar do Caribe a sudeste. É uma península quase plana, com elevações máximas em torno de 300 m de altitude, representando a parte superficial da grande plataforma calcária onde se sustenta. Seu nome tem diversas supostas origens. A mais aceita seria "yuhcatla" (na língua nahuatl), que significa "lugar deserto, solidão".
É constituída predominantemente por rochas sedimentares do Terciário e do Quaternário, com uma espessa sequência. A deposição gradual dos carbonatos provocou sobreposição de depósitos, com as formações mais antigas situadas no interior enquanto os calcários mais jovens aparecem próximos à costa. No estado de Quintana Roo, na porção nordeste da península, o percentual de rochas do Terciário é de ∼90% e do Quaternário é de ∼10%.
Localização de alguns locais na região do Golfo do México e do Mar do Caribe (Adaptado de Solar System Scope).
Ilhas-barreira
Uma Ilha-barreira é o resultado visível acima do nível do mar do acúmulo de sedimentos depositados por ondas, ventos e/ou marés. Sua forma alongada paralela à costa é limitada por entradas de maré ativas em cada um de seus extremos no sentido longitudinal. São verdadeiras barreiras que oferecem proteção ao continente principalmente contra tempestades costeiras e aumentos do nível do mar.
Para que uma ilha deste tipo seja formada, deve haver a combinação e a interação entre todos os processos e fatores envolvidos, como gradiente de substrato, suprimento de sedimentos, ondas, marés, vento, vegetação, nível relativo do mar e tectônica. Essencialmente, a evolução destas ilhas depende do equilíbrio entre o suprimento de sedimentos e a energia do mar.
O desenvolvimento das ilhas-barreira ao longo da costa do Golfo do México, na Flórida, começou aproximadamente entre os anos 3000 aC e 1000 aC, quando a taxa de elevação do nível do mar diminuiu. O suprimento de sedimentos, porém, estava sendo providenciado muito antes disto. Há ∼20 mil anos, pequenos cristais de quartzo chegavam às margens deste golfo. Eram trazidos pelo Rio Apalachicola que nasce nos Apalaches e desagua no Golfo do México,
Quanto à energia do mar, verifica-se que no Golfo do México, as marés variam. Por exemplo, na Flórida, as marés da costa centro-oeste são duas vezes mais poderosas que as da costa noroeste. Nestes dois locais, entretanto, a energia das ondas é relativamente baixa fazendo com que o ambiente seja propício para a formação de ilhas-barreira.
Além disto, acredita-se que o pequeno gradiente de profundidade próximo à costa e a migração de pontas de terra que se projetam para o mar sejam os principais mecanismos que facilitaram a formação de ilhas-barreira nesta região. Ao longo da costa do Golfo do México, as ilhas-barreira da Flórida recebem pouco ou nenhum suprimento direto de sedimentos terrestres. O aporte de sedimentos é controlado pela redistribuição de material ao longo e através da costa, refletindo um delicado equilíbrio entre as forças de ondas e marés.
Cobrindo cerca de 2,7 milhões de km², o Mar do Caribe ocupa grande parte da placa tectônica do Caribe. É separado do Oceano Pacífico pelo México e pela América Central, a oeste, e do restante do Oceano Atlântico pelas Grandes Antilhas, ao norte, e pelas Pequenas Antilhas, a leste. Ao sul, é limitado pela América do Sul e, ao norte, está ligado ao Golfo do México pelo Canal de Yucatán. O nome "Caribe" tem origem nos "Caribs", uma tribo nativa das Pequenas Antilhas.
Destacam-se neste texto, em relação ao Mar do Caribe, a Grande Província Ígnea do Caribe, a Fossa de Porto Rico, o Grande Arco do Caribe, a Bacia de Yucatán, a Plataforma Carbonática das Bahamas e a cronologia da tectônica de placas.
Grande Província Ígnea do Caribe
A Grande Província Ígnea do Caribe consiste em uma crosta oceânica espessada (até 20 km) na parte central (submarina) da Placa do Caribe. Ela é acrescida por sequências de basalto de inundação expostas ao redor das margens do Mar do Caribe e no noroeste da América do Sul.
Fossa de Porto Rico
A Fossa de Porto Rico é uma consequência da zona de subducção de Porto Rico e inclui o ponto mais profundo do Oceano Atlântico (mais de 8 quilômetros de profundidade). Situa-se a ∼120 km ao norte de Porto Rico e tem ∼1.750 km de comprimento e ∼100 km de largura. Está localizada onde a Placa Norte-Americana está subduzindo sob a Placa do Caribe.
Uma plataforma carbonática fortemente inclinada para o norte fornece evidências de tectonismo vertical extremo na região. A parte leste da trincheira é 700 metros mais rasa e mais acidentada do que a parte oeste. O fundo da Fossa de Porto Rico fornece um exemplo de depósito turbidítico resultante de um evento de fluxo gravitacional de derivação regional.
Grande Arco do Caribe
A maior parte das ilhas do Caribe são agrupadas com o nome de Índias Ocidentais. Elas apresentam uma formação em meia-lua, conhecida como Grande Arco do Caribe. Este arco tem mais de 3.200 km de extensão e define os limites norte e leste do Mar do Caribe, separando-o do Golfo do México e do restante do Oceano Atlântico. O Grande Arco do Caribe é constituído, acima do nível do mar, por:
- Grandes Antilhas – grupo de ilhas maiores e montanhosas que se estende de noroeste a sudeste, desde a Península de Yucatán, incluindo Cuba, Jamaica, Hispaniola (Haiti e República Dominicana) e Porto Rico.
- Pequenas Antilhas – arco de pequenas ilhas que se estende de norte a sul incluindo Ilhas Virgens, Anguilla, São Cristóvão e Nevis, Antígua e Barbuda, Montserrat, Guadalupe, Dominica, Martinica, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Barbados e Granada.
- Grupos de ilhas isoladas da plataforma continental norte-americana (Bahamas e Ilhas Turks & Caicos) e as da plataforma Sul-Americana (Trinidad e Tobago, Aruba, Curaçao e Bonaire).
As ilhas das Grandes Antilhas são fragmentos do Arco das Grandes Antilhas, uma margem convergente intra-oceânica fóssil incomumente bem preservada. Sua forma e seu alinhamento são determinados pelos cumes de uma cadeia montanhosa do Cretáceo que foi dobrada e falhada. O arco majoritariamente submerso, estendia-se de oeste para leste da América Central até o extremo leste do Caribe. Foi elevado e submerso em diferentes épocas. Acredita-se que esteja ligado às montanhas do México e da América Central, devido à semelhança das formações rochosas.
As Grandes Antilhas e as Ilhas Virgens hospedam fragmentos da margem convergente fóssil que registra a subducção do Cretáceo das placas Norte-Americanas (ao norte) e Sul-Americana (a leste), ambas sob a Placa do Caribe, e também a subsequente colisão no Cretáceo Superior - Eoceno.
As Pequenas Antilhas são formadas por outra cadeia de montanhas (também quase totalmente submersa) constituindo um duplo arco que inclui o arco interno de São Cristóvão a Granada, com cones vulcânicos, e o arco externo, de Anguilla a Barbados, com superfícies calcárias sobre rochas vulcânicas ou cristalinas mais antigas.
A Bacia de Yucatán, com uma área de 110.000 km2 no norte do Mar do Caribe, é uma bacia de trás-arco. Iniciou a ser formada com o movimento para nordeste do Grande Arco do Caribe, evoluiu do início do Cretáceo até o Eoceno médio e foi finalizada ao colidir com a plataforma carbonática das Bahamas do Paleoceno tardio ao Eoceno médio. Seu preenchimento sedimentar corresponde a camadas horizontais não deformadas da idade Eoceno-recente. A maioria dos seus sedimentos siliciclásticos derivaram de grandes sistemas fluviais do sudoeste de Belize e Guatemala. A Bacia de Yucatán tem papel fundamental na convergência entre as placas Norte-Americana e do Caribe.
Plataforma carbonática das Bahamas
A plataforma carbonática das Bahamas foi formada durante o rifte continental do final do Triássico ao início do Jurássico. Na sequência, no Cretáceo e no Paleógeno, houve deposição de 2 a 10 km de espessura de carbonatos. Está relacionada a propriedades da água do mar influenciadas pela corrente e pelo clima. Suas encostas e bacias estão cobertas por lodo periplataforma. Em torno dela, os processos de resedimentação são comumente devidos a correntes de turbidez, quedas e deslizamentos.
Lodo periplataforma: depósito encontrado entre plataforma carbonática e oceano profundo, constituído por mistura de sedimentos derivados da plataforma com lodo pelágico composto principalmente de cocólitos e foraminífera. Lodo pelágico: sedimento oceânico profundo composto por materiais das águas oceânicas sobrejacentes, predominantemente constituídos por organismos pelágicos microscópicos (por exemplo, globigerina calcária, pterópodes, diatomáceas silicosas e radiolários). |
Ventos principalmente de leste empurram a areia para os lados ocidentais das grandes ilhas das Bahamas, induzindo uma progradação da plataforma de leste para oeste. Nos topos planos, as areias migram para as margens a sotavento, onde os pulsos de tempestade as empurram para águas profundas.
Os sedimentos nas bacias entre os bancos das Bahamas consistem em lodo de carbonato (quase 100% de carbonato) separados por leitos que graduam entre areia calcária e lama provenientes de fluxos gravitacionais de sedimentos. Todos os sedimentos finos são uma mistura de aragonita e calcita. A aragonita tem origem em agulhas de aragonita, precipitados inorgânicos e pterópodes. A calcita se origina de foraminífera, cocólitos, algas vermelhas, esponjas calcárias e equinodermos.
Cronologia da tectônica de placas
A Placa do Caribe tem uma história geológica não facilmente compreendida, pois grande parte dela está submersa e é cercada por zonas de subducção. Estas zonas determinaram a evolução do magmatismo da Placa do Caribe e suas deformações, além de criar condições para a formação de bacias ricas em petróleo.
Acredita-se que a Placa do Caribe teve origem no Pacífico, mas relativamente pouco se sabe sobre o destino da litosfera proto-caribenha que anteriormente ocupava o espaço entre a América do Norte e a América do Sul e que passou a ser ocupado por sua configuração atual.
A história da subducção da Placa do Caribe ao longo da margem oeste (América Central) está associada à Placa Farallon e seus fragmentos (Cocos, Nazca e Rivera). As margens norte, leste e sul foram moldadas pela subducção ao longo do Grande Arco do Caribe envolvendo alterações substanciais e fazendo desaparecer a litosfera proto-caribenha nesta região. Enquanto a subducção do Pacífico é fortemente impulsionada pela tração entre as placas, o principal motor de convergência ao longo das margens das placas das Pequenas Antilhas parece ser o movimento para oeste das Américas.
A evolução da Placa do Caribe determinou a configuração da região com a seguinte cronologia:
- ∼150 milhões de anos – a Placa do Caribe avançou no Atlântico Central para oeste à medida que a América do Norte se afastava da África, que ainda estava unida à América do Sul.
- 90-115 milhões de anos – o material encontrado a 700-1.200 km de profundidade abaixo da América do Sul derivou da antiga subducção oeste, iniciada antes do vulcanismo da Grande Província Ígnea do Caribe.
- entre 135-72 milhões de anos – a subducção ao longo do Grande Arco do Caribe teria entrado em ação, permitindo a movimentação relativa para leste (relativamente às Américas) até sua localização atual.
- 70 milhões de anos – em profundidades menores que 700 km, deu-se o início do acúmulo de material com a evolução da subducção no Grande Arco do Caribe.
- entre 60-50 milhões de anos – a região das Grandes Antilhas colidiu com a Placa Norte-Americana e a subducção ao final deste período cessou.
- entre ∼50-35 milhões de anos – houve movimentação da placa para o leste.
- 30 milhões de anos – teve início a subducção na região das Pequenas Antilhas.
Esta história geológica possibilitou que no Golfo do México e no Mar do Caribe sejam encontradas diversas praias coloridas, como as que estão localizadas nas duas próximas figuras e descritas, a seguir, agrupadas pela cor da areia.
Localização das 14 praias coloridas, selecionadas neste texto, banhadas pelo Golfo do México e pelo Mar do Caribe (Adaptado de Solar System Scope).
Detalhamento da localização das praias Norte, Gaviota Azul e Forum, do Sistema Lagunar Nichupté e da Isla Mujeres, no nordeste da Península de Yucatán (Adaptado de NASA). Na imagem, quanto mais clara a cor azul, menor profundidade da água do Mar do Caribe
Referências:
Plataformas carbonáticas (acesso em 2024): https://onlinelibrary.wiley.com
Geologia da Flórida (acesso em 2024): https://pubs.usgs.gov
Geologia de Porto Rico (acesso em 2024): https://www.researchgate.net
Placa Tectônica do Caribe (acesso em 2024): https://www.nature.com
Praias de areia branca
Localização: na Ilha de Santa Rosa, no condado de Escambia, na costa noroeste da Flórida, EUA, banhada pelas águas do Golfo do México.
Praia Pensacola na ilha à direita (Crédito: Mike Lomax).
A Ilha de Santa Rosa surgiu acima do nível do mar pela primeira vez há ∼5.000 anos. Esta ilha-barreira foi formada durante os períodos interglaciais, quando os excessos de areia foram trabalhados pelas forças das marés.
A Praia de Pensacola tem ∼13 km de comprimento e 400 m de largura média, abrangendo uma área de ∼6 km². Desta área, 60 % é de uso público e o restante é arrendado para uso residencial e comercial.
As praias do noroeste da Flórida, como Pensacola, receberam material rico em quartzo dos Apalaches e esta é a razão da cor branca de suas areias. Além disto, sendo constituídas exclusivamente por quartzo moído, quando se caminha sobre estas areias é possível ouvir um som agudo devido ao atrito de um grão de quartzo sobre outro.
Ilha de Santa Rosa (acesso em 2024): https://www.govinfo.gov
Localização: no condado de Clearwater, na costa oeste da Flórida, EUA, banhada pelas águas do Golfo do México.
Na costa oeste da Flórida, encontram-se praias de areia branca como Clearwater e Caladesi. Esta última se situa no Caladesi Island State Park, uma das poucas ilhas-barreira subdesenvolvidas da Flórida. É uma das ilhas mais antigas do sistema de ilhas-barreira, sendo um exemplo clássico de ilha-barreira de energia mista.
Ilha-barreira de energia mista: ilha-barreira mais larga em uma extremidade do que na outra, como resultado do acúmulo não equilibrado de sedimentos. É um tipo dominado por maré e não por ondas. Em inglês: "drumstick barrier island" (Ilha-barreira de coxinha). Também é conhecida como Ilha-barreira de baqueta. |
Durante a maior parte de sua história, Caladesi experimentou considerável aumento de seus sedimentos em sua extremidade sul. Desde a ocorrência de um furação em 1988, seu extremo sul passou a sofrer erosão e houve grande acréscimo no extremo norte. Ao longo da costa, os sedimentos de Caladesi apresentam pouca variedade, sendo constituídos predominantemente por areia fina rica em quartzo. Daí vem a cor branca de sua areia.
Localização: no condado de Volusia, na costa leste da Flórida, EUA, banhada pelas águas do Oceano Atlântico.
Embora a Praia New Smyrna não seja banhada pelas águas do Golfo do México, não pode ser dissociada da história geológica da Flórida. Esta praia, situada em uma ilha-barreira, faz parte de uma região caracterizada por planícies costeiras baixas delimitadas por áreas montanhosas de cordilheiras arenosas e muitos lagos.
Ao longo de 320 km da costa leste da Florida, desde Santo Agostinho, no norte, até Boca Raton, no sul. passando pela Praia New Smyrna, é encontrado extenso depósito de coquina do Pleistoceno compondo a chamada Cordilheira Atlântica. Esta rocha, que contém moluscos fósseis, formou-se durante diversas transgressões do mar.
As ilhas-barreira do leste da Flórida se originaram durante o Pleistoceno, quando sedimentos de antigas praias foram erodidos e comprimidos formando a coquina da Formação Anastasia. Tendo origem nestas rochas, a areia de New Smyrna, distribuída em ampla planície, tem sua cor branca bem justificada.
Nas rochas da Formação Anastasia, a proporção entre areia quartzosa e fragmentos de conchas é muito variável, assim como o tamanho dos grãos mantidos em matriz calcária. Podem variar de granulação grossa em calcário com fragmentos de concha até granulação fina em arenito quartzoso, fragmentos de conchas e areia de coral. A maioria dos afloramentos na Formação Anastasia contém crostas laminadas de carbonato de cálcio com 2,5 cm de espessura média.
Ilhas-barreira (acesso em 2024): https://irlspecies.org
Praia da Grace Bay
Localização: na Ilha Providenciales do Arquipélago Turks & Caicos, território britânico ultramarino, banhada pelas águas do Oceano Atlântico.
A construção do arquipélago Turks & Caicos foi iniciada a partir de pedaços da crosta continental oriundos da fragmentação do Pangeia quando foram formadas as plataformas carbonáticas das Bahamas. Aqueles pedaços estão atualmente soterrados sob milhares de metros de rocha calcária formada pela decomposição de restos de esqueletos de organismos marinhos e pela precipitação de material de carbonato de cálcio.
No Cretáceo, a área de Turks & Caicos, no sul da cadeia de ilhas das Bahamas, fazia parte de um sistema de recifes de coral que se estendia por ∼1.600 km ao longo da borda do oceano Atlântico. Com as alterações do nível do mar, planaltos foram construídos e erodidos formando a cadeia de ilhas das Bahamas sobre planaltos subaquáticos.
Atualmente, o planalto correspondente a Turks & Caicos se eleva ∼3.000 m acima do fundo do mar, no Oceano Atlântico. As maiores cotas topográficas deste arquipélago chegam a 48 m de altitude e a maior parte dele se caracteriza como região costeira. Exceto por algumas pequenas ilhotas em bancos de areia, a base do arquipélago é constituída de calcário macio e esta rocha, ao ser erodida, produz um material de granulometria muito fina. Assim, as praias, como em Grace Bay, são constituídas por conchas e corais fragmentados, resultando numa areia macia de cor branca brilhante.
Arquipélago Turks & Caicos (acesso em 2024): https://www.visittci.com
Geologia do Arquipélago Turks & Caicos (acesso em 2024): https://www.tcmuseum.org
Praia Norte
Localização: no norte de Isla Mujeres, no estado de Quintana Roo do México, banhada pelas águas do Mar do Caribe.
Praia Norte, com areia branca em águas rasas e calmas, estende-se por ∼500 m da costa noroeste de Isla Mujeres ("Ilha das Mulheres"). Esta é uma pequena ilha-barreira com 8 km de comprimento e 1 km de largura localizada na costa oeste da Península de Yucatán, distando desta entre 5 e 10 km.
Esta ilha permaneceu um santuário até ser descoberta em 1517 pelo clérigo e político espanhol Francisco Fernández de Córdoba (1475-1526). Seu nome se origina de uma lenda que conta que era habitada unicamente pela sacerdotisa de Ixchel e sua corte de mulheres.
Em Isla Mujeres são encontradas numerosas cristas de calcarenito eólico do Quartenário de duas épocas: (i) do Pleistoceno, de fase exclusivamente regressiva (incluindo eolianitos), e (ii) do Holoceno, de fase transgressiva. Destas rochas se origina a cor branca das areias de suas praias, inclusive da Praia Norte.
Quem também contribui para a cor branca das praias de Isla Mujeres é o peixe-papagaio (da família Scaridae), que "pasta" os recifes, comendo as partes moles e também o esqueleto duro de cálcio. Os tecidos moles são absorvidos pelo peixe e o que "sobra" vai se juntar à areia branca.
Calcarenito: arenito composto por grãos de areia de carbonato calcítico. Eolianito: rocha formada pela litificação de depósito eólico a partir da cimentação de seus grãos, principalmente por carbonato e sulfato de cálcio dissolvido de fragmentos de conchas e outros de níveis mais altos das dunas pela água subterrânea com percolação per descensum atingindo o lençol freático e precipitando como cimento. |
Referências:
Praias Gaviota Azul e Forum
Localização: no extremo nordeste da faixa de terra que separa o Sistema Lagunar Nichupté do Mar do Caribe, no município de Cancun, no estado de Quintana Roo do México, banhada pelas águas do Mar do Caribe.
Praia Gaviota Azul na ponta de areia que avança para o mar, à direita, e Praia Forum no restante da costa (Crédito: Pexels). O empreendimento turístico de Cancún foi construído em torno do Sistema Lagunar Nichupté. Este sistema, localizado no canto nordeste da Península de Yucatán, apresenta características específicas que o diferenciam hidrologicamente de outras lagunas. A morfologia e a localização das comunicações de Nichupté com o mar sugerem uma influência marinha muito pequena no sistema. A rocha calcária onde se assenta possui uma permeabilidade extremamente alta permitindo filtração irrestrita durante e após as chuvas. A consequência disto é a ausência de escoamento superficial.
As praias da região de Cancun também são muito especiais. Suas areias são predominantemente constituídas por carbonato de cálcio, na forma de aragonita. As origens destas areias são os recifes da costa. Boa parte desta areia resulta dos esqueletos de corais mastigados e excretados pelo peixe-papagaio, presente no Mar do Caribe. Estas características são a causa da cor branca desta areia.
Referências:
Areia branca (acesso em 2024): https://www.researchgate.net
Localização: na costa noroeste da Ilha de Anguilla, território britânico ultramarino, nas Pequenas Antilhas, banhada pelas águas do Oceano Atlântico.
Anguilla é uma ilha cercada por praias de areia branca, localizada a leste do Mar do Caribe, 240 km a leste de Porto Rico. Possui 26 km de comprimento e largura máxima de 6 km. Seu nome vem do francês "anguille" ("enguia") fazendo referência à sua forma longa e estreita.
A Ilha de Anguilla era uma pequena parte do Pangeia durante o Devoniano e, no Carbonífero, estava coberta por pântanos e florestas. Com a fragmentação daquele supercontinente, Anguilla se movimentou como parte da borda leste da Placa do Caribe. Sua superfície calcária, com 60 m de espessura, foi desenvolvida no Oligoceno quando ainda estava submersa. Esta rocha está assentada sobre um embasamento vulcânico exposto em apenas poucos locais da ilha.
O território de Anguilla bastante plano é formado, além da rocha calcária, também por corais. O ponto mais alto é Crocus Hill com 64 m de altitude. No sopé das encostas, na porção a sul, a superfície calcária avança para o mar mergulhando suavemente. No extremo mais alto da encosta, no lado norte, falésias são interrompidas por praias ocasionais, como Shoal Bay. A cor branca da areia desta praia é causada por fragmentos de corais e conchas presentes nela.
Praia Eagle
Localização: no noroeste da Ilha de Aruba, pertencente ao Reino dos Países Baixos, nas Pequenas Antilhas, banhada pelas águas do Mar do Caribe.
Praia Eagle (Crédito: DDJJ).
Detalhe da areia branca encontrada em Aruba (Crédito: Wilson44691).
Na Ilha de Aruba são encontradas praias de areia branca, como Druif, Rodgers, Arashi, Baby, Boca Catalina, Boca Prins, Surfside e também Eagle, a de maior largura dentre todas.
A Praia Eagle, com sua areia branca e fofa, foi classificada como a melhor praia do Caribe e a segunda do mundo pelo Travellers' Choice Awards 2023. Em primeiro lugar ficou a Baía do Sancho, do Brasil, mas lamentavelmente, pelo menos para este blog, a areia desta praia brasileira não tem cor incomum. Então vamos para Aruba.
Naquela ilha localizada na Placa do Caribe, predominam as rochas vulcânicas e vulcanoclásticas de composição basáltica da Formação de Lava Aruba. São as mais antigas da ilha, com ∼91 milhões de anos. Elas foram intrudidas há ∼88 milhões de anos pelo Batólito Aruba, constituído principalmente por tonalita. Todas estas rochas são cortados por numerosos diques.
Mais recentes e com processo de construção ainda ativo, em Aruba ocorrem os chamados Terraços Calcários circundando o Batólito e a Formação de Lava Aruba. Eles correspondem a períodos prolongados de alterações regionais de temperatura, precipitação e umidade do Pleistoceno superior. Estes terraços contém restos fósseis cimentados em rocha calcária evidenciando a existência de antigos depósitos de recifes de coral. Eles são a origem da cor branca da areia da Praia Eagle e de outras praias de Aruba.
Localização: ao norte da Ilha Andros, pertencente à Comunidade das Bahamas, às margens da plataforma carbonática das Bahamas, banhada pelas águas do Oceano Atlântico.
Imagem de satélite da região de Joulter Cays no norte da Ilha Andros. As cores entre marrons e verdes indicam partes de terra com alguma vegetação (principalmente mangue) espalhadas na planície arenosa (em cores mais claras). Tons de azul mais escuros representam águas mais profundas (Crédito: NASA/USGS).
Nas praias de areia branca das Bahamas, como Joulter Cays, podem ser encontradas as raras areias oolíticas. Joulter Cays (ou Ilhotas Joulter) constituem uma grande área rasa de planícies arenosas estabilizadas em 403.898 km². Estas planícies são parcialmente penetradas por canais de maré e cobertas por areia oolítica.
Areia oolítica: areia cujos grãos são oólitos. Oólito: grão redondo (semelhante a ova de peixe) do tamanho de areia (0,25 a 2mm), formado por precipitação química inorgânica em sedimentos de águas agitadas e com pouca deposição de material clástico. É constituído mais frequentemente de carbonato e é precipitado geralmente em camadas concêntricas em torno de um núcleo de quartzo ou de fragmento de concha. Sua litificação dá origem aos calcários oolíticos. Quando tem tamanho maior (∼0,5 a 1 cm), chama-se Pisólito. |
Em Joulter, o núcleo dos oólitos é frequentemente um pequeno grão de fezes de camarão. À medida que estes grãos são agitados pelas marés e pelas correntes nas águas rasas ricas em carbonato, camadas concêntricas de carbonato de cálcio (na forma de aragonita) se acumulam e os grãos "crescem".
A região fornece proteção para a produção e deposição de oólitos em enseadas e baixios. O ambiente evolui produzindo ciclos peritidais compostos por uma zona subtidal com areia oolítica e uma zona lamacenta intertidal com tapetes de algas e outras estruturas lamacentas de planícies de maré.
Subtidal: zona que está abaixo do limite médio do nível da maré baixa e raramente (ou nunca) é exposta. Intertidal (ou entre-marés): zona onde o sedimento é depositado entre a maré alta normal e a maré baixa normal. O sedimento nesta zona é geralmente exposto duas vezes por dia às condições subaéreas na maré baixa. Canais de maré são comuns nesta zona.. Peritidal: zona que se estende desde acima do nível da maré alta até abaixo do limite inferior exposto na maré baixa. |
São conhecidas duas classes de oólitos: tangenciais (os cristais são orientados concentricamente paralelos, tangenciais ao núcleo) e radiais (com subestruturas orientadas radialmente, perpendiculares ao núcleo). Em Joulter, os oólitos são tangenciais. São marinhos e geralmente compostos por aragonita, que é comum nas Bahamas.
Joulter Cays é um complexo de ilhas-barreira que funcionam como verdadeiras barreiras de carbonato às correntes e ondas de leste e nordeste impulsionadas pelo vento. São ambientes carbonáticos modernos de águas rasas. Joulter Cays tem idade inferior a 1.000 anos o que indica que o material destas ilhas-barreira é litificado rapidamente.
Estas ilhas-barreira das Bahamas são classificadas como KBA (Key Biodiversity Area – Área Chave para a Biodiversidade). KBAs são locais de importância global para a conservação de aves e outros animais selvagens. A leste e nordeste de Joulter, lados que sofrem a ação do vento, há uma orla de areias móveis que criam habitat adequado para aves limícolas, as que vivem na lama ou no lodo, como maçaricos, batuíras, quero-quero, piru-pirus, narcejas e tarambolas.
Joulter Cays (acesso em 2024): https://www.splendidsands.com
Localização: nas proximidades de La Esperanza, na costa sul da Ilha Vieques, que é uma municipalidade da Comunidade de Porto Rico, banhada pelas águas do Mar do Caribe.
Porto Rico constitui o arquipélago mais oriental das Grandes Antilhas. Juntamente com as Ilhas Virgens Americanas e as Ilhas Virgens Britânicas, constitui a forma subaérea de uma microplaca localizada na fronteira sismicamente ativa da Placa Norte-Americana com a margem nordeste da Placa do Caribe. À medida que a primeira subduziu sob a porção norte da segunda, na Fossa de Porto Rico, cinzas e magma formaram a plataforma que se transformou nas fundações insulares do Arquipélago de Porto Rico.
Neste arquipélago, a Ilha Vieques foi então formada a partir de rochas vulcânicas e outras rochas ígneas. Sua litologia é dominada por intrusões do Cretáceo Superior, com quartzo-diorito, diorito e granodiorito, que invadiram uma seção espessa (maior que 700 m) de andesito, tufo e brecha. Ainda no Cretáceo Superior, à medida que a atividade vulcânica diminuiu, calcário foi depositado formando a base das comunidades de recifes de coral locais. Todas essas rochas foram metamorfizadas nas proximidades do contato com as intrusões. Diques de diorito tardios e de granulação fina penetraram nas rochas plutônicas e vulcânicas.
Localizada ∼11 km a sudeste da ilha de Porto Rico, com ∼35 km de comprimento e a largura máxima de 7,2 km, a Ilha Vieques alcança uma área de ∼133,5 km². Sua topografia é caracterizada por colinas na região oeste da ilha, picos escarpados no leste e áreas de menor elevação ao longo da costa que incluem baías, lagoas e planícies aluviais. A cota mais elevada, o Monte Pirata (301 m), encontra-se na região oeste da ilha.
O leito exposto e desgastado de Vieques, na maior parte da metade oeste bem como na porção central da metade leste, produz cascalho, areia e partículas mais finas. Este material desce durante as tempestades e se acumula em vales próximos à costa, formando-se, assim, depósitos aluviais com cascalho, areia, silte e argila. Estes depósitos de praias e dunas, com fragmentos de calcita, quartzo e rochas vulcânicas, apresentam concentrações locais de grãos de magnetita em pequenos bolsões perto da costa sul, como na Praia Negra. Esta é a causa da cor escura da areia desta praia.
Referências:
Geologia de Vieques (acesso em 2024): https://pubs.usgs.gov
Praia Mero
Localização: na costa oeste da Ilha da Dominica, nas proximidades da capital Roseau da Comunidade da Dominica, nas Pequenas Antilhas, banhada pelas águas do Mar do Caribe.
A Ilha da Dominica está localizada no centro das Pequenas Antilhas e ocupa uma área de 750 km². É a ilha mais acidentada da região, tendo 9 picos com mais de 1.000 m de altitude. Com exceção de uma pequena formação descontínua de conglomerados e corais do Pleistoceno ao Holoceno ao longo da costa oeste, Dominica é essencialmente composta de rochas vulcânicas e seus produtos de intemperismo. A estratigrafia vulcânica da ilha inclui:
- rochas basálticas do Mioceno cortadas por diques andesíticos do Plioceno;
- centros vulcânicos do Plioceno com basaltos, andesitos e fluxos de cinzas; e
- centros vulcânicos do Pleistoceno ao Recente predominando no sul da ilha, com andesitos e dacitos.
A costa oeste da Dominica, ao longo de toda a extensão do afloramento dos vulcões do Plioceno, é notavelmente linear, provavelmente marcada por uma falha normal que eleva a ilha. Nesta região são encontrados afloramentos de blocos trabalhados pela água e depósitos de fluxo de cinzas do Pleistoceno, agora presentes como leitos de seixos e conglomerados que contêm localmente calcário associado a recifes de coral.
Aninhadas entre as falésias da Dominica, encontram-se praias como Mero (muitas vezes chamada pelos habitantes locais como Vero) com sua areia vulcânica. A origem basáltica desta areia lhe confere a cor escura.
Praia de areia rosa
Praia Pink Sands
Localização: no lado atlântico da Ilha Harbour, distrito da Comunidade das Bahamas, banhada pelas águas do Oceano Atlântico.
Detalhe da areia da Praia Pink Sands (Crédito: Caribs).
A Ilha Harbour é a continuação de uma estreita faixa de terra constituída pela Ilha Eleuthera. Estas duas ilhas estão separadas por uma balsa que leva 5 minutos para ir de uma a outra em águas azul-celeste do Atlântico. Enquanto em Harbour encontramos uma cidade com arquitetura histórica ao estilo da Nova Inglaterra, em Eleuthera há um extenso trecho ainda selvagem. Ambas ficam na margem nordeste da plataforma carbonática das Bahamas, estando expostas à energia do Oceano Atlântico.
Parte desta extensa faixa de terra das duas ilhas é rochosa, estreita (250 m a 2 km de largura) e elevada (geralmente acima de 40 m de altitude). No norte, em Harbour, onde se situa a Praia Pink Sands, são encontradas falésias calcárias em ambas as margens da ilha. Em toda a faixa de terra, são encontradas séries de calcário delimitadas por paleossolos de pelo menos seis períodos interglaciais. Uma grande variedade de fácies distais a proximais da linha costeira indicam deslocamentos de depocentros associados à alteração do nível do mar.
Depocentro: lugar de máxima deposição em uma bacia geológica e onde se tem a maior espessura do pacote de camadas da unidade estratigráfica considerada. |
A Praia Pink Sands, na Ilha Harbour, estende-se por mais de 5 km, com uma largura que varia de 15 a 30 m. Em 2005 foi eleita "Melhor Praia de Areia" pelo Travel Channel. Sua cor rosada vem das conchas de cor rosa brilhante ou vermelha de foraminíferos que são trituradas pela ação do mar. Estes animais vivem sob recifes, como o recife raso Devil's Backbone, localizado no norte da Ilha Harbour.
Referências:
Localização: na costa sudeste da Ilha de Barbados, da República de Barbados, banhada pelas águas do Oceano Atlântico.
Praia Crane com algas marinhas (de cor marrom) (Crédito: Clump)
Barbados é um país insular situado no Oceano Atlântico, no extremo sudeste do Mar do Caribe. Sua ilha, de forma aproximadamente triangular, tem 32 km, de noroeste a sudeste, e 25 km, de leste a oeste na porção mais larga. A Cordilheira de Barbados, que inclui a ilha, é constituída por mais de 4 km de estratos do Terciário. Estes encontram-se sobrepostos a pelo menos 20 km de sedimentos localizados sobre a zona de subducção da Placa Sul-Americana sob a Placa do Caribe, representando um prisma de acreção.
Barbados é um dos poucos locais no mundo onde um prisma de acreção ativo está exposto acima do nível do mar. Das rochas expostas, 85% são calcários recifais do Pleistoceno e o restante (no nordeste da ilha) são rochas sedimentares do Terciário de origem marinha. As idades e os ambientes de deposição das principais rochas mapeadas foram obtidas através de estudos de foraminífera e de outras evidências paleontológicas.
Na costa sudeste, onde se situa a Praia Crane, ocorre o calcário da Formação Coral Rock do Pleistoceno médio e superior. Este calcário contem foraminífera cujas pequenas conchas vermelhas trituradas são responsáveis pela cor rosa claro da areia da Praia Crane e de outras de Barbados (como Bathsheba, Foul Bay e Bottom Bay).
Referências:
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