Por Marco Gonzalez
Formatura da Geologia (junto com a Geografia) no salão de atos da UFRGS em 17 de dezembro de 1975.
Os componentes
A figura seguinte revela os componentes da Turma 75, da qual o editor deste blog também faz parte.
Se olhar de longe, verá literalmente a Turma 75.
O meio século, que se passou desde a formatura desta turma até hoje, inclui os 25 últimos anos do século XX e os primeiros 25 anos do século XXI.
Os 25 últimos anos do século XX
Este período iniciou com a obsolescência da Teoria Geossinclinal provocada pela aceitação dos então novos conceitos da Deriva Continental explicados pela Teoria da Tectônica de Placas. Esta teoria se consolidou permitindo que os geólogos começassem a perceber como tudo realmente se encaixa.
Nos 25 anos derradeiros do século XX, começaram a surgir avanços em aplicações geológicas, por exemplo, com sensoriamento remoto e GPS. A sísmica passou a concretizar mapeamentos de subsolo aprimorados. Pesquisas oceanográficas com o uso de novas tecnologias de sonar e perfuração se desenvolveram. Técnicas de datação mais precisas alcançaram rochas mais antigas. E programas de levantamentos geológicos básicos se intensificaram.
Os primeiros 25 anos do século XXI
O século XXI popularizou termos como geodiversidade, geoturismo, geoconservação e geoparques. A Geologia Ambiental passou a contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade. Tivemos até mesmo a proposta de um novo tempo, o Antropoceno.
Houve integração de novas tecnologias digitais e computacionais com práticas geológicas por meio de recursos como o uso de satélites, a modelagem numérica e os sistemas de informação geográfica. Tais recursos permitiram a inclusão de informações espaciais em mapas digitais com cruzamento de dados.
Porém, para a Turma 75 viver tudo isto, antes foi preciso passar por um pré-requisito obrigatório, a fase pré-formatura, quando convivemos com nossos mestres e com nossa primitiva rede social.
Mestres
O percurso dos 50 anos após a formatura foi, naturalmente, precedido pela faculdade. Ou seja, esta turma pode comemorar também 54 anos de existência própria porque os 4 anos pré-formatura não podem ser esquecidos.
Os relacionamentos com nossos mestres, às vezes suaves, às vezes com asperezas, fazem parte destas lembranças. Todos estes relacionamentos, no entanto, são lembrados com carinho.
Segue, como uma espécie de homenagem, a listagem dos mestres que a Turma 75 lembra e que, provavelmente, são os que mais marcaram sua passagem universitária.
| Nome | Disciplina ministrada |
| Amnéris Damiani Cauduro |
Geologia Geral |
| Ari Roseimberg |
Petrografia Sedimentar |
| Benour Carneiro Bittencourt |
Química Geral B e Química Inorgânica e Analítica I |
| Carlos Alfredo Bortoluzzi |
Geologia Histórica e Geologia do Brasil |
| Clóvis Carlos Carraro |
Topografia I |
| Delmar Basso |
Álgebra Linear e Geometria Analítica I e II |
| Eloy Lopes Loss |
Petrologia Ígnea III e Trabalho de Graduação |
| Enio Medeiros Ramos |
Estratigrafia |
| Enio Soliani Jr | Geologia Histórica |
| Eurico Rômulo Machado |
Geologia Estrutural |
| Ernesto Bruno Cossi |
Cálculo I e II |
| Flávio Koff Coulon |
Geotécnica I e II |
| Hans Augusto Thofehrn | Cartografia I |
| Hardy Jost | Geofísica |
| Heinz Peter Lindstaedt | Prospecção II |
| Jaime Pedrassani |
Trabalho de Graduação |
| Jair Ferreira Pinto |
Geomorfologia e Trabalho de Graduação |
| Jorge Alberto Villwock |
Mineralogia dos Minerais de Rocha II e Mineralogia dos Minerais de Minério |
| Jorge Bossi |
Prospecção II |
| José Carlos Haertel |
Geodésia e Astronomia |
| José Carlos Mário Bornancini |
Desenho Técnico para Geólogos |
| José Carlos Martins |
Hidrogeologia |
| Kléber Figueiredo |
Álgebra Linear e Geometria Analítica I |
| Laureano Ibrahim Chaffe | Topografia I e Topografia Aplicada A |
| Luiz Roberto da Silva Martins | Sedimentologia |
| Maria Medianeira Sieczkowski Gonzalez | Cálculo I e II |
| Mário Costa Barberena |
Paleontologia Geral |
| Marcos Imério Leão |
Hidrogeologia |
| Marleni Marques-Toigo | Paleontologia Geral |
| Maurício Ribeiro | Petrologia Ígnea III e Petrologia Metamórfica |
| Milton Luiz Laquintinie Formoso | Geoquímica e Geologia Econômica I |
| Natálio Gamermann | Petrografia Sedimentar |
| Nelson Amoretti Lisboa | Aerofotogeologia e Trabalho de Graduação |
| Nilo Clemente Eick |
Aerofotogeologia |
| Othon Sá Castanho | Geologia Geral |
| Paulo Miranda de Figueiredo Filho | Estratigrafia |
| Paulo Winterle | Álgebra Linear e Geometria Analítica I e II |
| Tania Kotzan | Micropaleontologia |
| Tânia Mara Martini de Brum |
Mineralogia dos Minerais de Rocha II e Mineralogia dos Minerais de Minério |
| Victor Mabilde Ripoll |
Cristalografia |
Lista dos Mestres lembrados após 50 anos
Rede social
Um grande apoio à memória da Turma 75 (50 anos não são 50 dias), viabilizando a lembrança dos tempos da faculdade, foi dado por uma "rede social" da época: o "Cano". Na então Biblioteca da Geologia, informalmente conhecida como "Febic", no Campus Central da UFRGS, havia um cano de zinco (que deu nome a este registro histórico) e também uma parede de zinco que o acompanhava. No cano e na parede, os componentes da Turma 75 (e das que vieram antes e depois no Instituto de Geociências da UFRGS até que este se mudou para o Campus do Vale) "postavam" notícias sobre os eventos relevantes daqueles tempos. Escreviam mensagens para o presente e para o futuro.
(Adaptado de Frantz e Corrêa)
A parede de cinco em 2012, já com o cano de zinco e os demais substituídos por canos de PVC.
Eis algumas "postagens" aqui emolduradas digital e discretamente para enquadrar o fundo de zinco desgastado.
Registro de frase de autoria do professor Maurício Ribeiro (Índio) dita em 1970.
Registro de frase de autoria do professor Jair Ferreira Pinto dita em 1974.
Registro de frase de autoria do professor Maurício Ribeiro (Índio) dita em 1974.
Registro de cardápio definido pelo professor Jair Ferreira Pinto e anunciado no Trabalho de Graduação da Turma 75 em 1975.
Muitos outros registros foram produzidos geralmente atribuindo "qualidades" aos mestres e aos colegas.
Mensagens da Turma 75
Transcorridos 50 anos da nossa formatura e ingresso no mercado de trabalho e já há 14 anos usufruindo da justa aposentadoria e vivendo com os netos na intensidade que a idade me permite muitos daqueles momentos de descobertas de meus filhos quando pequenos os quais sacrifiquei em função de compromissos de trabalho, muitas vezes me deparo com a questão: Foste feliz na tua escolha profissional, no teu trabalho? A resposta não é objetiva e nem simples. Porém, valendo-me de instantâneos da minha caminhada profissional (veja aqui), posso responder afirmativamente: Sim, me realizei profissionalmente!!! Almiro Wilbert |
A palavra certa é emoção. Alguém poderia perguntar: qual a diferença de 50 com 49 ou 51? Nenhuma, mas carrega um simbolismo todo especial. Para nós, geólogos 75, carrega o orgulho de termos sido alunos de uma universidade, outrora respeitada, de fazer parte de uma turma com colegas extraordinários, de ter a mente carregada dos momentos ocorridos em 72, 73, 74 e 75. Desconheço o entrosamento e as lembranças das turmas anteriores que foram agraciadas pela aglutinação das atividades letivas. Isso facilitava o entrosamento. Talvez, por isso, a nossa turma tenha sido tão especial, pois mesmo dispersa entre inúmeros institutos, conseguiu manter um elo interativo. Somos uma irmandade e, por isso, nossas mentes foram afetadas pelo convívio presencial ou virtual. Acredito que o saldo foi intensamente positivo. Parabéns a todos. E, devido às nossas idades avançadas, é conveniente deixar registrado: foi um prazer. Que Deus nos abençoe. Arthur Arnt |
| A publicação desta resenha nos inclui numa fraterna e coletiva lembrança de fatos e nomes que ajudaram a calçar os caminhos que temos seguido desde então. Somos e continuamos sendo o que somos, em parte significativa pelo que colegas e mestres nos mostraram como referência. É muito bom lembrar isto depois de 50 anos e homenagear, pela lembrança, a todos que propiciaram que se tornasse fato. Abraços e feliz cinquentenário (Jubileu de Ouro) de lembranças para todos nós!!!! Everaldo Scaini |
Não podendo participar deste que deve ser um importante, aguardado e maravilhoso (re)encontro dos GEÓLOGOS SETENTAECINQUENSES no município de Tapera, agora no mês de dezembro de 2025, só posso desejar que seja grandioso, feliz e marcante na vida de todos os que lá comparecerem. E que, os que como eu, independente de seus motivos, não puderem ou não quiserem lá comparecer, se sintam representados e lembrados pelos que lá forem. E que todos sejamos muito felizes e cordiais nestes restos de nossas vidas terrenas. Gastão Luiz Ely |
O tempo geológico é medido em milhões de anos mas, para nós, da Turma 75, parece que foi ontem que pisamos nos corredores do Instituto de Geociências da UFRGS, com muitos sonhos, martelos de geólogos e cadernetas de campo. Agora, cinco décadas depois, estamos celebrando nosso "Jubileu de Ouro - 50 anos" da Turma de Geologia, desde que recebemos nossos diplomas e saímos para desvendar os segredos da Terra. Desde nossa formatura em 1975, percorremos caminhos que nos levaram a todos os cantos do Brasil e alguns países. Construímos carreiras sólidas, formamos famílias e contribuímos para o crescimento e a sustentabilidade do nosso país. Mais do que apenas uma profissão, a Geologia nos uniu, desde a primeira aula, a camaradagem das longas jornadas de estudo e a alegria das conquistas. Estas memórias são a base da nossa estória e o elo que nos mantém conectados, não importando as distâncias que a vida nos impôs. Parabéns colegas! Abraços, Gerson H. Dornelles |
| OS 50 ANOS DA TURMA 75 Bom, embora ainda falte um ano para os meus 50 anos de formatura, pode-se dizer que faço parte da Turma 75, porque, como eles, entrei na geologia da UFRGS em 1972. Um dos motivos do porque eu não fiz o trabalho de campo com os colegas de 72, e com isso não pude me formar em 75, foi porque rompi um ligamento jogando futebol (ou fazendo de conta, como diriam as más línguas) e fiquei seis meses com a perna engessada. Mas aí, no ano seguinte (76) tive a felicidade de fazer esse trabalho com o Suckau e o Marquezan. Só não me perguntem onde, não lembro. Mas o fato é que esse trabalho influenciou o meu futuro, como geólogo: fui indicado pelo Suckau para trabalhar com ele na Nuclam, uma subsidiária da Nuclebras, em Recife. Sou eternamente grato ao colega. Além disso, ele, o Suckau, tinha um Ford Maverick, um daqueles vê-não-sei-das-quantas que, quando a gente acelerava com vontade, o ponteiro do velocímetro ia prum lado e o do combustível pro outro. Quando o Suckau ia pro campo e eu ficava em Recife (ou no Recife, como o pessoal de lá fala), eu pegava aquele carrão e fazia o maior sucesso (fiquemos por aqui, fiquemos por aqui...). Ainda em Recife, aconteceu uma coisa interessante: uma vez fui num médico, não lembro o porquê, num consultório absurdamente simples, e, quando falei que era geólogo, ele ficou muito admirado e falou que o sonho dele era ser geólogo, viver livre, viajando, etc, etc. Não me achei muito na definição, mas tudo bem. Depois, no final de 1981, fomos para Brasília, divididos em dois escritórios: o meu foi encarregado de trabalhar na Serra do Matão, no sul do Pará, num lugar a 22 quilômetros da estrada mais próxima. Um lugar muito sinistro e perigoso, só bom pra contar pros netos e amigos contadores ou similares. Não encontramos nada interessante, o escritório acabou e meu emprego também. Voltei pra Porto Alegre, fui ajudante do Alberto num trabalho de topografia (a gente não esquece de quem nos ajuda) e, em 1986, passei num concurso da Petrobras, onde fique até a minha aposentadoria, em janeiro de 2017. E, pensando bem, aquele médico de Recife estava certo: lembro com muito carinho das viagens, especialmente as viagens ao exterior (Texas, Novo México, Colorado, Utah, Cidade do Cabo), pelas quais sou imensamente grato à empresa. Enfim, ótimas comemorações a todos! Heraldo Terra Nunes |
PORQUE EU ESCOLHI GEOLOGIA Durante o último ano do segundo grau – na época chamado científico –, na minha classe do colégio tinha um aluno que já havia concluído o segundo grau mas estava assistindo as aulas como para reforçar o seu conhecimento, com o objetivo de prestar mais uma vez o vestibular para o curso de geologia na UFRGS. Este colega ouvinte já havia concorrido em 3 (três) vestibulares e não obteve aprovação. Ele era o irmão mais novo de outros dois geólogos nascidos aqui em Caxias do Sul: Rui Italo Tessari e outro irmão mais novo, apelidado "Tessarinho". Até então, as minhas opções para o vestibular estavam entre as modalidades de engenharia elétrica ou eletrônica. Chegando a data para inscrever-me no vestibular de 1972, ainda na incerteza de qual engenharia iria escolher como opção, fiquei intrigado com a dificuldade daquele postulante em ser aprovado no vestibular para a geologia. Seria tão difícil assim? Então, decidi, como desafio, enfrentar a prova para uma vaga no Curso de Geologia da UFRGS. Assim, tornei-me ingresso na turma dos barra 72 do Instituto de Geociências da UFRGS. Agora, transcorridos 50 anos da formatura acadêmica e quase afastado da atuação profissional, atrevo-me em fazer uma breve reflexão sobre a minha atuação como geólogo. Diz-se que o geólogo é um cientista. Não saberia qual definição de cientista seria a mais apropriada. Eu, no entanto, colocar-me-ia modestamente não como cientista stricto sensu mas como um "aplicador da ciência", pragmático, não adepto a muitas divagações e conjecturas que a ciência geológica sobejamente permite. Talvez seja o resquício da minha preferência original pela engenharia, substituída pela geologia. No entanto, os meus melhores períodos de atuação profissional foram os que pude desenvolver trabalhos e atuações no campo da geologia de engenharia, onde se pode medir mais objetivamente a visão mais profunda do geólogo somada com a matematicidade imediata do engenheiro. Irineu Capeletti |
| O sistema de classificação do vestibular de 1972 me levou ao Básico da UFRGS, onde metade dos calouros ainda não tinha vaga garantida em faculdade alguma. Apesar da concorrência, o ambiente era fraternal, e as notas obtidas nas provas circulavam de sala em sala. Pelos levantamentos, vi que tinha chances de entrar em Geologia, decisão influenciada também por um amigo de infância e colega de pensão, sempre entusiasmado com o Mar, a Geologia e a Petrobrás. Na faculdade conheci colegas de várias partes do estado, idades diversas e, pela primeira vez, colegas mulheres. Foram anos de convivência muito boa, inclusive com estudantes de outras áreas. Espero não ter magoado ninguém — afinal, santo eu nunca fui. Tive ótimos professores, reconhecimento que faço tardiamente. Destaco o professor Enio Soliani Jr, que gentilmente manteve uma turma de Geologia Histórica com apenas quatro alunos, evitando que atrasássemos um ano na formatura. Ali compreendemos a evolução geológica e as mineralizações ao longo do tempo. A formação em Geologia me levou à CPRM-SGB, onde trabalhei por 42 anos, dedicando-me principalmente ao mapeamento geológico e à prospecção mineral. Após a aposentadoria, encerrei minha trajetória profissional na área. João Angelo Toniolo |
Bye bye 50Todos vocês devem se lembrar Uma certa noite de 1975 Reunidos na Reitoria da UFRGS Meninos e meninas então Agora todos na Terceira Idade Gente que viu o tempo passar juntos Em nenhum momento se dispersaram Orgulho de cada um, com certeza Levam no peito a chama da amizade Ontem, hoje e sempre Garantia de terem feito uma boa escolha Infindável parceria Até não mais existirem 75 foi o ano daquela certa noite 50 anos depois cá estamos Arrumamos um lugar no coração Nada mais vai ocupar este lugar Onde sempre vai estar Sombra de uma convivência de alegrias José Leonardo Silva Andriotti |
| A escolha do curso de Geologia não foi a minha primeira opção no vestibular. O sonho dos meus pais era ter um filho formado em Medicina, mas a "Mãe Terra" me chamou para essa profissão da qual sinto muito orgulho. Hoje, se tivesse que escolher uma carreira, sem dúvida, Geologia seria a minha única opção. Durante o curso tive a oportunidade de ter muitos amigos. Lembro-me com saudade dos bate-papos em frente à biblioteca, do cafezinho no bar do Instituto de Matemática, das aulas, das excursões e dos professores. Após a conclusão do curso, em 1976, ingressei na Petrobras. Foram mais de quarenta anos atuando sempre como Geofísico, tanto na área terrestre quanto na área marítima. Trabalhei em vários estados do país, bem como participei de missões em Angola, na Bolívia e na Líbia pela empresa. A minha trajetória profissional iniciou em Sergipe, juntamente com o nosso colega de curso, Walter Leitzke. Em seguida, fui transferido por períodos de anos para os estados do Pará, Rio de Janeiro, Bahia e retornei ao Rio de Janeiro, onde encerrei minhas atividades no ano de 2016. Hoje não só agradeço por tudo o que eu conquistei materialmente, graças a Geologia, mas também pelas boas amizades construídas há 50 anos e que perduram por meio dos nossos agradáveis encontros virtuais semanalmente, preenchendo, assim, os meus dias com alegria. Neri João Boz |
| Cinquenta anos é, em si, um número expressivo, mais do que uma vida para muitos e traduz o tempo de existência da turma 75. Os primeiros anos de formados foram, para quase todos os seus integrantes, tempos de afirmação como profissionais, como pais construindo suas famílias, ou mesmo tocando seus negócios, além da geologia. Os anos se passaram e aí então, por mérito de colegas como o Marco e o Andriotti, e me desculpem se esqueci outros, movidos por puro espírito de coleguismo, que fizeram todos os esforços para reunir a turma. No início, as reuniões eram a cada cinco anos, mais ou menos. Mas nos últimos 10 anos, se tornaram frequentes, ocorrendo a cada ano. Finalmente, há cinco anos, tornaram-se reuniões online semanais. É simplesmente espetacular e motivo de satisfação e orgulho pertencer a um grupo de pessoas que se mantém vinculadas por laços fraternos de coleguismo e amizade por tanto tempo. No passado a geologia nos unia, hoje é a velhice que nos abraça e torço para que esteja bem longe de nossos crepúsculos. Enquanto isso, vamos aproveitar esse tempo, conviver, trocar experiências e, principalmente, nutrir essa amizade com boas risadas, novas descobertas, encontros agradáveis... A vida pode ser mais rica quando vivemos cercados dos amigos! Ricardo Giumelli Marquezan |
| O CINQUENTENÁRIO DAS ESTRELAS DA "TURMA75" Há 55 anos atrás, tomei uma decisão que, mal sabia eu, iria nortear a minha vida para sempre. Resolvi fazer o curso de Geologia... Que coisa... Na família ninguém entendeu, nem tinham muita noção deste curso, mas me apoiaram. Bom, a partir disto, meu caminho neste nosso “mundinho” de estrelas foi traçado. O fato é que tive a felicidade de interagir na faculdade (Instituto de Geociências, UFRGS) com novos colegas e amigos que marcaram minha vida e meu destino. A princípio éramos estranhos com um mesmo objetivo e propósito inicial, e devagarinho fomos nos conhecendo e criando laços. O interessante, é que depois de formados, cada um perseguiu e seguiu por seu caminho (o que é natural) e, por certo tempo, meio que nos afastamos uns dos outros (minha percepção), já que cada um tinha seu destino e caminhadas diferentes. No entanto, há alguns anos, impulsionados pela nobre iniciativa expressiva e inteligente de alguns colegas (como o Marco, Andriotti, Capeletti e outros), iniciou-se uma nova fase que renovou os laços de companheirismo e amizade entre vários de nós. Gratidão eterna, especialmente ao nosso "guru" Marco, que persistentemente foi criando ao longo dos anos vários meios de comunicação para nos "entrosarmos" e criarmos novos vínculos de amizade entre nós. Para mim, tais ações foram um "presente" e motivo de alegria, pois à medida que ficamos indo para a tal fantasiosa "melhor idade" (até ando fazendo Pilates para cortar as unhas dos pés, como dizem) em muitos casos, vejo que há um "recolhimento" nas relações entre as pessoas, colegas e amigos. No nosso caso da Turma75, aconteceu e acontece justamente o contrário, devido ao exposto. Isto é fantástico e um "presente" para nós. Obrigado aos colegas e amigos que plantaram, mantiveram, não deixaram esmorecer este trajeto, ideias e caminhos. Nossas vidas, para a maioria, nestes 50 anos de caminhos na profissão, certamente foram cheias de obstáculos, frustrações, talvez, mas também cheias de alegrias, sucessos, divertimentos. Isso também vale para aqueles colegas que depois de formados trilharam outros caminhos, mas que, tenho certeza, carregam até hoje os genes da Geologia. Das estrelas fomos criados e estrelas especiais esta Turma75 sempre será. Agradecimento a todos por existirem e de uma forma ou outra terem cruzados seus caminhos com os meus caminhos. Victor (Huguinho) Suckau |
A comemoração
Cada componente da Turma 75, após meio século, está apto a realizar, nos dias 6 e 7 de dezembro de 2025, uma excursão à cidade de Tapera, no Rio Grande do Sul, com a justificativa de comemorar o cinquentenário da formatura de Geologia. Certamente, cada um terá em mente um único pensamento (parodiando Manuel Bandeira):
"Vou-me embora pra TaperaLá sou colega do prefeitoLá lembrarei os 50 anosDe excursões que tenho feito".












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