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Extremos climáticos da Terra

30 de outubro de 2024

Paleoclimatologia - Parte 3.2. Rocha (testemunho e afloramento)

Por Marco Gonzalez

Lamitos da Formação Sousa, do Cretáceo, no Vale dos Dinossauros, em Sousa, PB, Brasil.
Afloramento com gretas de contração de paleoclima semiárido com alternância de estações chuvosas e secas.
Observam-se também pegadas de dinossauro Iganodonte. 
(Créditos: Rocmayerrigeo)

Este artigo faz parte da série Paleoclimatologia e contém informações sobre testemunhos de rocha e afloramentos rochosos como arquivos proxies climáticos.

3.2.1. Testemunho de rocha

Dados proxies climáticosFontes
razão isotópica, composição química e características específicasfóssil
razão isotópica, composição química, mineralógica e litológica e características físicascamada/seção/amostra

A partir de testemunhos de rocha, coletados de furo/poço de sondagem, dependendo dos dados proxies climáticos encontrados, é possível reconstruir o paleoclima de uma região em um determinado período geológico. Além dos dados proxies climáticos químicos, outros são úteis a partir dos fósseis identificados, como os de esporos ou pólens e plantas, assim como dos minerais e da litologia (incluindo as relações estratigráficas).

Furo/poço de sondagemfuro/poço estreito perfurado para amostrar, testar, monitorar ou estabelecer a natureza de solo, rocha ou fluidos e gases contidos ou ainda para outros objetivos como captação de água, óleo ou gás. Em inglês: borehole, drill hole ou drilled well.
Testemunho de sondagemamostra cilíndrica de rocha extraída por meio de perfuração da subsuperfície ao ser executado um furo/poço de sondagem. Em inglês: drill core.


Testemunho de sondagem na profundidade 679–681 m com tilito polimítico em perfuração realizada na geleira do Piemonte 90 km ao sul de da base científica McMurdo, na ilha de Ross, Antártida.
Estão presentes clastos de até 25 cm de tamanho de rocha vulcânica heterogênea, vulcânica alterada e hipabissal.
Este tilito foi encontrado logo abaixo da transição gelo-rocha.
(Crédito: John W. Goodge et al).

Os testemunhos de rocha podem indicar temperaturas do passado através de técnicas como a paleotermometria. Anomalias ou desvios do gradiente geotérmico também podem ser usados para identificar mudanças significativas na temperatura da superfície do passado remoto.

Paleotermometriamedida baseada na história da temperatura da superfície do solo (GST em inglês) utilizando parâmetros de reconstrução climática, como a razão isotópica, e levando em consideração a datação do trecho do testemunho considerado.

3.2.2. Afloramento rochoso

Dados proxies climáticosFontes
razão isotópica, composição química e características  específicasfóssil
razão isotópica, composição química, mineralógica e litológica e características físicascamada/corte/amostra

Afloramentos rochosos disponibilizam registros de fósseis diversos, como os de conchas, pólens, insetos, dentes, plantas e outros. Principalmente as rochas sedimentares antigas fornecem preciosos arquivos sobre o clima do passado. Além da mineralogia e da litologia (e relações estratigráficas), a morfologia também permite que sejam inferidos paleoclimas e/ou alterações destes.

Algumas datas da história da Terra são relacionadas a condições climáticas bem identificadas através da ocorrência de rochas específicas. São exemplos:
  • entre 3,8 bilhões e 1,7 bilhão de anos – primeiras formações ferríferas bandadas com ferro reduzido indicando uma época de escassez de oxigênio na Terra;
  • entre 2 bilhões e 1,6 bilhão de anos – tilitos do Gondwana no Escudo Canadense; e
  • 1,7 bilhão de anos – primeiras Red Beds abundantes com atmosfera não redutora.

Vista do Parque Estadual Red Rock, no Arizona, EUA, onde Red Beds do Permiano são evidências de acúmulo de oxigênio na atmosfera.
(Crédito: Wendy)



Paleoclimatologia - o clima do passado geológico


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